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Vídeo mostra briga que terminou com genro morto pela sogra em Guarapari

Vídeo mostra briga que terminou com genro morto pela sogra em Guarapari

Felipe Catanio de Araújo chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. Testemunhas contaram à polícia que mulher defendia a filha, que estava sendo agredida

Publicado em 29 de julho de 2025 às 10:40

 - Atualizado há 2 meses

Vídeo mostra briga de casal e momento em que genro é morto com facada no peito pela sogra, em Guarapari. O crime aconteceu na tarde de domingo (27) e mulher confessou o crime. Segundo ela, a ação foi para defender a filha.

Felipe Catanio de Araujo, de 32 anos, morreu após ser esfaqueado pela sogra em Guarapari. O caso aconteceu na tarde do domingo (27), no bairro Muquiçaba, e foi registrado por câmeras de segurança da região. Ele foi morto com uma facada na região do peito.

A sogra, logo após o crime, se apresentou à polícia e foi liberada. Segundo a defesa da mulher, que é uma aposentada de 57 anos, ela agiu para defender a filha, o neto e ela própria, que também foi agredida pelo rapaz.

As imagens confirmaram o depoimento de testemunhas, que contaram que Felipe tentou agredir a noiva. A estudante de enfermagem de 22 anos estava com o filho dos dois no colo, quando Felipe tentou dar socos usando um soco-inglês (arma branca com quatro orifícios para se encaixar aos dedos das mãos como anéis).

Felipe e a noiva são pais de um bebê de 8 meses, mas não moravam na mesma casa. Em uma rede social, ele compartilhou que ficou noivo da companheira em 21 de julho de 2022 e os dois chegaram a postar que procuraram um imóvel para alugar em Guarapari.

O advogado da sogra de Felipe, Lucas Neto, relatou que a briga que terminou em morte começou porque a estudante queria terminar o relacionamento, mas ele não aceitou. O relacionamento dos dois era marcado por brigas e desentendimentos.

Felipe Catanio de Araujo
Felipe Catanio de Araujo foi assassinado pela sogre, em Guarapari Crédito: Acervo Pessoal

Em uma busca por processos judiciais envolvendo o casal, o site g1 ES encontrou uma denúncia de ameaça feita pela estudante contra o avô de Felipe. O caso não foi a frente, porque a vítima não compareceu à Justiça para depor. Felipe trabalhava como vendedor e entregador por aplicativo e estava com a mochila de entrega e a bicicleta no momento em que a confusão aconteceu.

Ele já tinha sido preso pelo crime de extorsão. Segundo a Secretaria de Justiça do Espírito Santo (Sejus), Felipe entrou e saiu do presídio em 11 de novembro de 2022.

Relembre o caso

Felipe chegou a ser socorrido e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guarapari, mas não resistiu ao ferimento no peito. De acordo com o advogado da sogra, Felipe estava rondando o prédio onde ela mora com a filha e o neto desde o começo da tarde, ameaçando as duas.

A sogra apareceu com uma faca nas mãos enquanto Felipe e a noiva discutiam. Ela cortou o pneu da bicicleta do genro, que revidou e deu um chute no rosto da aposentada. A noiva foi ferida no braço e precisou levar pontos. Depois, também esteve na delegacia para prestar esclarecimentos. "Ela reagiu a uma agressão que tinha acontecido e que iria continuar acontecendo. Então, a defesa entende que, se ela não fizesse aquilo ali, hoje quem estaria morta seria a filha, o neto ou ela. [...] Está extremamente abalada, tem sentimento de culpa, é uma senhora que nunca se envolveu em nenhum crime, nunca tinha estado em uma delegacia", afirmou Lucas Neto.

Outro lado

Em contato com a reportagem, Alessandra Braga Catanio, mãe de Felipe, lamentou o que aconteceu com o filho e pede por justiça. "Preciso reforçar que a vítima foi meu filho, e quem cometeu o crime está em liberdade", escreveu. Para a mulher, o caso não deveria ser tratado como legítima defesa porque, segundo ela, a sogra do filho já estaria com a faca antes de encontrar com Felipe. “Elas estavam em segurança e poderiam ter acionado a polícia antes”, avaliou.

Ela acrescentou ainda que o filho tentou se afastar da agressão. "Se meu filho errou, que fosse preso, não morto. Não medirei esforços para que a justiça seja feita pela memória do meu filho. Lutarei até o último dia da minha vida”, desabafou.

Alessandra contou que Felipe era um bom pai e trabalhava em dois empregos para sustentar o filho. Quanto ao uso de soco inglês, disse que o filho trabalhava com o objeto para se defender porque já havia sido assaltado algumas vezes.

Atualização
29/07/2025 - 14:38hrs
Após publicação da matéria, a família de Felipe procurou a reportagem para dar a versão dos fatos. O texto foi atualizado.

Com informações de Viviane Machado, g1 ES

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