Um ano aguardando por respostas que não chegaram. Esta é a situação da jovem Thaís Damasceno Bonfim, que só quer saber o que aconteceu com a mãe dela — a dona de casa Junia Souza Damasceno Bonfim, de 52 anos, encontrada morta em maio do ano passado perto do Complexo de Xuri, em Vila Velha.
A vítima estava a caminho do presídio, onde visitaria o filho. O corpo foi encontrado já em avançado estado de decomposição, nove dias após ela ter desaparecido. Até o momento, a família não sabe como nem por que ela morreu, tampouco viu algum suspeito do crime ser preso.
Em novembro do ano passado, a Polícia Civil explicou que a causa da morte ficou indeterminada e que o laudo não apontou violência sexual — embora o corpo da vítima tenha sido encontrado sem algumas peças de roupa. Nesta terça-feira (24), a corporação afirmou apenas que o caso é investigado.
"O fato segue sob investigação por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) e, até o momento, nenhum suspeito foi detido. Para que a apuração seja preservada, outras informações não serão repassadas. A população pode auxiliar pelo Disque-Denúncia (181)", disse, em nota.
A reportagem de A Gazeta — que acompanha o caso desde o desaparecimento de Junia — fez diversos questionamentos que não foram respondidos pela Polícia Civil. São eles:
Auxiliar de escritório, a filha Thaís revelou que não soube de nenhum avanço na investigação desde o final do ano passado e, no aguardo de esclarecimentos há mais de um ano, também confessou que já perdeu as esperanças de ver o criminoso responsável ser identificado e ficar atrás das grades.
"Eu fico muito triste, porque acho que eles não se empenharam na época e, agora, não vão conseguir encontrar mais nada", desabafou. "No caso da minha mãe, eles tinham que ter tido uma determinação maior porque foi embaixo do nariz do Estado (perto do sistema prisional)", completou a jovem.
A dona de casa Junia Souza Dasmasceno Bonfim, de 52 anos, desapareceu no dia 13 de maio do ano passado, após sair da própria casa no bairro Caratoíra, em Vitória. Pouco antes das 13h, ela chegou a entrar em um ônibus na cidade, para ir visitar o filho detido no Complexo de Xuri, em Vila Velha.
Para chamar a atenção para o desaparecimento, a família chegou a fazer uma passeata no Centro da Capital. Nove dias depois, no sábado (22), o corpo da dona de casa foi encontrado por agentes penitenciários em um matagal próximo do presídio. Segundo policiais, faltavam algumas peças de roupa.
Devido à avançada decomposição do corpo, não foi possível identificá-la imediatamente. No entanto, no Departamento Médico Legal (DML), a filha Thaís Damasceno Bonfim disse que acreditava ser a própria mãe, devido às roupas e ao chinelo, que eram iguais aos que a dona de casa usava.
No dia 25 de maio, a Polícia Civil confirmou a identidade por meio de um exame de DNA e de arcada dentária. Segundo a família, Junia não chegou a fazer a visita ao filho que estava preso no Complexo de Xuri. O enterro foi realizado no dia seguinte, no Cemitério de Santo Antônio, em Vitória.
Somente após o crime, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) transferiu o filho de Junia — apesar dos pedidos que teriam sido feitos por ela, segundo a filha, justamente por motivos de segurança. Em nota na época, a pasta esclareceu que "realiza a transferência de presos visando o controle das unidades e de acordo com o número de vagas disponíveis".
A seção "Que fim levou?" de A Gazeta tem como objetivo resgatar casos antigos do Espírito Santo e mostrar qual desfecho eles tiveram. Lembra de algum fato marcante e gostaria de saber que fim levou? Envie e-mail para [email protected].
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