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Suástica e análise de celular mostram ligação de atirador com nazismo no ES, diz polícia

Suástica e análise de celular mostram ligação de atirador com nazismo no ES, diz polícia

A Polícia Civil apreendeu com o adolescente uma roupa militar com suástica nazista, além do telefone celular, que mostra simpatia com a causa

Publicado em 28 de novembro de 2022 às 07:49

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Suástica e análise de celular mostram ligação de atirador com nazismo no ES
Roupa usada por adolescente durante ataques em Aracruz tinha suástica nazista. (Carlos Palito)

A roupa militar com uma suástica costurada, além da análise do celular do adolescente que atacou duas escolas em Aracruz, mostram que o atirador era simpatizante à causa nazista. A afirmação foi feita pelo delegado André Jaretta à reportagem do Fantástico, da TV Globo.

A roupa, as armas do pai, tenente da Polícia Militar, e o celular fazem parte dos materiais apreendidos pela Polícia Civil e que a reportagem teve acesso. “Analisando, com autorização judicial, preliminarmente, o celular dele (atirador), conseguimos perceber que ele era um simpatizante à causa nazista”, declarou.

Uma análise do especialista em tecnologia Gilberto Sudré, vice-presidente da Associação Nacional de Peritos em Computação Forense (Apecof), mostrou a semelhança com o símbolo nazista. É possível ver o fundo vermelho e um círculo branco.

Durante coletiva de imprensa, na sexta-feira (25), o governador Renato Casagrande (PSB) confirmou que realmente havia uma suástica acoplada à roupa do jovem, ainda ressaltando que faltava a investigação confirmar o envolvimento do atirador com o nazismo.

“Ele carregava na sua roupa camuflada um símbolo da suástica. A investigação que vai dizer, mas estamos destacando a existência do símbolo. Alguns jovens têm interação, comunicação com grupos violentos e até nazistas do mundo todo", informou naquele dia.

Atirador tinha suástica nazista e usou arma do pai policial militar em ataques em Aracruz
Atirador tinha suástica nazista e usou arma do pai policial militar em ataques em Aracruz. (Reprodução)

A reportagem de A Gazeta entrou em contato com o pai do atirador e recebeu a resposta de que deveria procurar a defesa da família. Em conversa com o jornal Estado de S. Paulo, o homem comentou sobre uma postagem em uma de suas redes sociais em que há uma imagem do livro “Minha Luta”, de Adolf Hitler.

“Livro péssimo. Li e odiei”, afirmou o PM ao Estadão, sobre a obra antissemita que alimenta movimentos de extrema-direita até os dias de hoje.

A defesa do adolescente, por sua vez, alegou que os pais dele não querem impunidade

Punição

O autor dos atentados responderá por ato infracional análogo aos crimes de 9 tentativas de homicídio qualificadas por motivo fútil, além de quatro homicídios, podendo ficar internado numa unidade socioeducativa por até três anos. Esse é o tempo máximo previsto na legislação para atos infracionais praticados por menores de idade.

Como foi o atentado

O atentado ocorreu na manhã de sexta-feira (25), pouco antes das 10 horas, quando um adolescente de 16 anos entrou primeiramente na Escola Estadual Primo Bitti, quebrando o cadeado e invadindo a sala de professores. Lá, ele atirou em 11 pessoas: duas educadoras — Cybele Passos Bezerra, 45 anos, e Maria da Penha Banhos, 48 — morreram no local. A professora Flávia Amboss Merçon Leonardo, de 38 anos, faleceu um dia depois, na tarde de sábado (26).

Ainda na sexta, após o primeiro ataque, o atirador entrou em um veículo modelo Renault Duster, de cor dourada, com as placas cobertas, e foi para o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), a cerca de um quilômetro de distância da instituição estadual. Na escola particular, o criminoso atingiu três pessoas e a aluna Selena Sagrillo Zuccolotto, de 12 anos, morreu na hora.

Filho de policial militar, o adolescente entrou nas escolas usando roupa camuflada e, em uma braçadeira, carregava uma suástica, símbolo do nazismo. Ele planejava o crime havia dois anos, conforme dados iniciais da investigação.

Após ser detido, o adolescente confessou o crime. Ele usou uma arma da Polícia Militar, que pertencia ao pai, e outra particular para atirar em professores e alunos. O nome dele não está sendo divulgado por se tratar de um menor de idade, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad).

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