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Como estão as investigações sobre PM envolvido em confusões no ES?

Como estão as investigações sobre PM envolvido em confusões no ES?

O soldado Luiz Aurélio Coutinho Junior também foi denunciado à Corregedoria da Polícia Militar pela prisão do repórter Vinícius Arruda, do jornal Metro, em 2017, e  por uma briga com idosos, em 2019

Publicado em 6 de dezembro de 2019 às 21:41

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Soldado Aurélio recentemente se envolveu em outra discussão de trânsito na Serra. (Reprodução)

O soldado Luiz Aurélio Coutinho Junior, que participou de uma briga no bairro Santa Marta, em Vitória, na última sexta-feira (29),  já se envolveu em outras confusões. Ele também foi denunciado à Corregedoria da Polícia Militar pela prisão do repórter Vinícius Arruda, do jornal Metro, em 2017, e por uma discussão com idosos, em 2019. Em um dos casos, ele foi inocentado. Já os outros dois, ainda estão sendo investigados. 

LEVADO PARA DELEGACIA POR FILMAR AÇÃO

Em julho de 2017, o repórter Vinícius Arruda, do jornal Metro, foi detido após filmar uma abordagem que  o soldado Aurélio e outros militares faziam a suspeitos de terem assediado uma mulher dentro de um ônibus, em Jardim da Penha, Vitória. Veja o vídeo abaixo. 

Alterado, o soldado aparece no vídeo ordenando que o repórter entregue seu RG e seu crachá. “Estou te dando uma ordem legal. Me apresente o seu documento de identidade e o seu crachá. Se o senhor não obedecer a ordem dada, nós vamos algemar o senhor por desobediência. Isso é uma ordem policial”.

Na época, o Sindicato dos Jornalistas no Espírito Santo (Sindijornalistas) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiaram a prisão do jornalista e chamaram de “autoritária e descabida” a ação dos policiais.

Que fim levou? PM inocentado

Procurada,  a Polícia Militar informou que o procedimento administrativo de caráter apuratório envolvendo o militar foi solucionado com o soldado inocentado.

"Etá solucionado aquele (procedimento administrativo) em que o soldado participa da detenção de um repórter, que sob o pretexto de acompanhar e filmar por celular a abordagem policial, parou de forma irregular seu veículo em via pública, sendo requisitada sua presença na delegacia de Polícia Civil na condição de testemunha da abordagem. Neste caso, o soldado e os demais investigados foram inocentados por não haver indícios de cometimento de crime militar, nem de transgressão disciplinar", disse a nota. 

IDOSOS DENUNCIAM AMEAÇAS

Um casal de idosos afirma ter sido ameaçado pelo policial em outubro deste ano, na Serra. Segundo eles, os dois estavam saindo de um posto de combustíveis quando o soldado Aurélio avançou o sinal vermelho e alegou que havia sido fechado pelo carro guiado pelo idoso.

A esposa do homem, Leonidia Madalena Alves de Melo, de 63 anos, contou que o policial se aproximou batendo no vidro do carro onde os dois estavam, e disse que o PM estava com uma postura agressiva. O soldado exigiu que o motorista parasse em um determinado local, mas ele se recusou. O casal relatou que, naquele momento, não era possível identificar que Aurélio era um policial.

"Não imaginávamos que fosse um policial porque ele estava de bermuda preta e camisa branca, com um colete por cima da camisa que não dava pra ver", explicou a idosa.

Segundo ela, em um certo momento, o soldado ameaçou puxar a arma e disse que prenderia o idoso. O senhor de 72 anos foi preso por desacato e conduzido e detido na 3ª Delegacia Regional da Serra. No local, o filho do casal de idosos gravou um vídeo do PM, após a briga de trânsito com os pais dele. Veja acima.

"Eu falei 'eu tenho diabetes, eu sou deficiente visual, não posso passar raivas que minha diabetes sobe'. Eu estava com o braço quebrado também. E ele falou 'problema seu, seu marido está preso, a senhora não está entendendo'. Parecia que nós éramos um casal de bandidos, não um casal de idosos", lamenta.

Que fim levou? PM acredita que idosos desacataram

Procurada, a Polícia Militar informou por nota que "não foi verificada na Corregedoria nenhuma denúncia formal por suposta parte ofendida. O boletim que registra este evento traz em seu bojo, inclusive, indícios de que realmente houve a prática do crime de desacato. De qualquer forma, a corporação está buscando todas informações e documentos sobre o fato", disse a nota.

BRIGA E TIROS NO MEIO DA RUA

O soldado se envolveu em uma briga de trânsito, em Vitória, na última sexta-feira (29). Ele estava de folga e sem farda quando entrou em luta corporal com um homem após uma discussão de trânsito na região do bairro Santa Martha, em Vitória.  Veja o vídeo abaixo.

Durante a briga, a arma do PM caiu no chão e um amigo do soldado, que estava no carro com ele, pegou a arma e efetuou dois disparos para o alto. Ninguém foi atingido. Inicialmente, as imagens mostram o soldado discutindo duramente com o outro envolvido na briga.

Em um determinado momento, o militar provoca: "Você quer que eu puxe e atire? É isso que você quer? Fala então: 'puxa e atira'". No vídeo, não é possível ouvir a resposta do outro homem, mas, em seguida, o PM ameaça puxar a arma e atirar. Foi nesse instante que os dois entram em luta corporal e a arma do militar cai. A gravação mostra também o militar dando um tapa na cara do outro homem, em uma das partes mais fortes do vídeo.

Que fim levou? Caso segue em apuração

A PM informou, por nota, que as providências legais e cabíveis já estão sendo adotadas através de procedimento persecutório. "A PM-ES salienta seu compromisso com a imparcialidade na busca pela verdade, sempre em respeito às normas vigentes pelo ordenamento jurídico do país", afirmou a nota. 

Na última quarta-feira (4), a Polícia Militar afirmou que o soldado será temporariamente retirado das ruas até que o processo instaurado pela Corregedoria seja concluído.

Um dia depois da afirmação da PM sobre esse afastamento, na quinta-feira (5), o corregedor da PM coronel Haroldo Magalhães informou, em coletiva de imprensa, que o militar apresentou um atestado de 15 dias para tratamento psicológico. Agora, ele será avaliado pela Junta Militar de Saúde, que vai analisar se a dispensa é válida ou não. Enquanto isso, ele permanece afastado das funções para o tratamento.

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