Publicado em 29 de setembro de 2018 às 13:48
Os dois jovens acusados de matar o treinador de futebol Igor Brun Kinack, de 21 anos, na última terça-feira (25), foram presos em flagrante na sexta-feira (28) e confessaram o crime para o delegado titular da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cariacica, Marcelo Cavalcanti. O anúncio foi feito em coletiva de imprensa neste sábado (29).>
Segundo o delegado, Cleilton Santos Guimarães, 19 anos, vulgo CL, e Leandro Godio, 21 anos, vulgo GW Leo, afirmaram em interrogatório serem os autores dos 11 disparos que mataram Igor na área conhecida como Mata da Praia, na região do bairro Itacibá, em Cariacica. >
Na noite do crime, Igor tinha saído da pracinha de Itacibá e foi a uma sorveteria. Ao ir para casa, ele pegou carona com um amigo na garupa da bicicleta. Os dois amigos pararam para conversar com uma outra pessoa quando os três foram abordados pelos bandidos. Os outros dois correram e ele ficou no local e recebeu os disparos.>
Ele acredita que o treinador tenha sido confundido com um traficante rival e, por isso, foi assassinado por Cleilton e Leandro, que fazem parte de uma boca de Itacibá, conhecida por Boca da Maré. Os dois foram presos em flagrante em uma casa na região conhecida como Del Porto, também em Cariacica. O imóvel era alugado. Eles haviam se mudado para lá após terem sido expulsos por traficantes do bairro Itacibá, onde residiam.>
>
De acordo com a polícia, Leandro pilotava a moto do crime que pertencia a Cleilton, enquanto o proprietário da moto foi o responsável pelos disparos. Testemunhas contaram à polícia que a vítima, ao ser abordada pelos bandidos, chegou a jogar a carteira no chão e levantar a mão.>
Mesmo assim, dispararam seis vezes contra o treinador, recarregaram a arma calibre 32 e então atiraram mais cinco vezes. Ele foi executado com requintes de crueldade sem ter a chance de defesa, relatou.>
O delegado esclareceu que conseguiu chegar até os bandidos após ter acesso às imagens de videomonitoramento, declarações de testemunhas e mais de 20 denúncias. A moto foi de extrema importância e fundamental. Fomos verificar uma denúncia, mas durante as diligências vimos que o veículo usado no crime estava em frente a uma residência, no bairro Del Porto. Por ela nós conseguimos localizar os dois que se encontravam dentro da residência, relatou.>
Com os bandidos foram apreendidos a moto utilizada no crime, 10 buchas de maconha, três pinos de cocaína, dois rádios comunicadores, uma pistola HD 380 e 12 munições.>
CONFISSÃO>
>
Ao confessar o crime, a dupla afirma que o treinador seria um traficante e estaria vendendo drogas em uma área "neutra", na praça do bairro Itacibá, em Cariacica, onde gangues do tráfico não permitem a venda de entorpecentes. No local, que ocorre toda terça-feira batalha de rap, Cleilton alegou que teria comprado drogas do treinador.>
Disseram ainda que, no dia do crime, houve uma discussão após a venda das drogas na pracinha e, por isso, os dois saíram de moto para buscar a arma. Eles encontraram Igor novamente, já à caminho de casa, no quadro de uma bicicleta.>
A polícia confirma que o treinador foi à pracinha, mas descarta a versão dos bandidos que ele seria um traficante. Inclusive, as testemunhas que estavam no local negaram que ele estaria vendendo drogas. A mãe chegou a prestar depoimento e disse saber que o filho era usuário de maconha.>
Testemunhas contaram que a vítima era uma pessoa de bem, um professor, um profissional do futebol, um rapaz que a sociedade sabia que não tinha envolvimento com tráfico de drogas, disse.>
MAIS INVESTIGAÇÃO>
>
Apesar da prisão e da confissão de Cleilton e Leandro, a polícia ainda não encerrou as investigações e terá mais 10 dias para a conclusão do inquérito. O delegado diz que não descarta a possibilidade de crime passional: uma das hipóteses é que o treinador teria se envolvido com uma mulher.>
Essa mulher, supostamente, o companheiro dela teria encomendado a morte do Igor. Porém, essa linha está em segundo plano que nós ainda temos que efetivar para chegar a uma conclusão. Mas independentemente disso, os autores são os dois, disse.>
Os dois detidos foram autuados por homicídio por motivo torpe, perigo comum e impossibilidade de defesa da vítima; posse de arma, tráfico de drogas e associação para o tráfico, podendo pegar até 50 anos de prisão. Eles foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória de Viana.>
Cleilton possui passagem pela polícia por tráfico de drogas e Leandro pelo ato infracional análogo ao crime de tráfico de drogas.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta