Os dois policiais civis que discutiram com um funcionário dos Correios durante manifestação em novembro de 2019 foram absolvidos em Processo Administrativo Disciplinar (PAD), o que significa que não sofrerão punição. Aos gritos, os dois tentaram impedir que o trabalhador passasse pela Avenida Nossa Senhora da Penha, em Vitória, onde ocorria uma manifestação por reajuste salarial dos policiais.
Em nota, a PC informou que o PAD foi encaminhado a julgamento no Conselho de Polícia, "que decidiu pela absolvição dos servidores e o arquivamento do referido processo". A nota não diz quando foi o julgamento.
Na época, o vídeo da confusão viralizou nas redes sociais. Ele mostra um homem e uma mulher, ambos policiais civis, gritando com o funcionário dos Correios, que está em uma moto. Em um momento, a policial civil diz "Você cala a sua boca e espera!". Ao perceber que está sendo filmada ela vai para cima de um outro motoboy que gravava toda a situação no celular.
O outro agente da PC também vai na direção do funcionário dos Correios ordenando que ele fique quieto, e segura o braço e o ombro do trabalhador.
Após a repercussão das imagens, o delegado-chefe da corporação, José Darcy Arruda, anunciou que eles foram afastados das suas funções. Na ocasião, o motoboy disse que não denunciaria os agentes da PC por medo.
Em 2020, quase um ano depois do fato, A Gazeta noticiou que os policiais já tinham voltado para suas funções, embora o PAD ainda não estivesse concluído.
O vídeo de 2019 voltou a circular nas redes sociais recentemente. Ele está em postagens enganosas que apontam que o bloqueio da Avenida Nossa Senhora da Penha estaria sendo feito por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). A manifestação era de policiais civis.
As postagens enganosas usam um vídeo publicado por um perfil do Kwai, um aplicativo de vídeos curtos. No perfil original, a data de publicação do vídeo é 16 de outubro de 2022, ou seja, depois do primeiro turno das eleições deste ano, mas antes do segundo.
A legenda utilizada é “Manifestantes fecham rua e não deixa veículos passar”(sic). Ou seja, não há referência direta a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Contudo, o conteúdo foi baixado e compartilhado em outras redes, como Twitter, Facebook e Instagram.
Nessas outras plataformas, o vídeo é acompanhado da legenda “Terroristas Bolsonaristas agredindo um trabalhador do Sedex que tentava passar por uma via bloqueada”, ou similares, dessa vez, fazendo referência direta aos supostos manifestantes bolsonaristas.
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