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Polícia indicia quatro falsos personal trainers que atuavam na Grande Vitória

Polícia indicia quatro falsos personal trainers que atuavam na Grande Vitória

Entre os indiciados, a Polícia Civil citou um agente da Guarda Municipal de Vitória. O quarteto oferecia separadamente pacotes de atividades físicas nas redes sociais. Pena pode chegar a 2,6 anos de prisão, além de responderem processo judicial

Publicado em 27 de agosto de 2020 às 13:39

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Quatro pessoas que atuavam irregularmente como personal trainer foram tirados de circulação na Grande Vitória. (Divulgação)

A Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) indiciou quatro pessoas que exerciam irregularmente a profissão de personal trainer na Grande Vitória. Entre os acusados, está um agente da Guarda Municipal de Vitória. Os indiciados não tiveram os nomes divulgados pela Polícia Civil.

Responsável pela investigação, o delegado Brenno Andrade explicou, em coletiva na manhã desta quinta-feira (27), que o quarteto oferecia pacotes personalizados de atividades por meio das próprias redes sociais. Um deles, inclusive, possuía mais de 11 mil seguidores. A denúncia à polícia foi feita pelo Conselho Regional de Educação Física da Primeira Região.

"A denúncia veio do próprio Conselho aqui do Estado, que também abrange o Rio de Janeiro. Ela consistia em falsos professores, pessoas não registradas e que estavam praticando, ministrando e vendendo consultorias on-line de forma ilegal, inclusive com clientes físicos. Então iniciamos a investigação com base no que foi trazido para nós e na data de ontem (quarta-feira) concluímos o inquérito e indiciamos essas pessoas", salientou.

ALERTA

Segundo o delegado, a facilidade promovida pelas redes sociais faz com que pessoas não habilitadas se aproveitem dessa condição para muitas vezes enganar as pessoas se passando por profissionais de respectivas áreas.

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Os falsos professores de Educação Física ofereciam diversas modalidades de pacotes. (Divulgação/Polícia Civil)

"Fica o alerta para as pessoas. Nesse período de pandemia, na busca por exercícios ao ar livre, por exemplo, é preciso checar se o profissional está habilitado. Caso contrário você pode se colocar em risco de lesão, é prejudicial ao próprio corpo. Então orientamos as pessoas a terem esse discernimento. É o famoso barato que sai caro, neste caso, uma lesão", completou o delegado.

Segundo o titular da DRCC salientou que o quarteto se defendeu das acusações sob a alegação de que não vendia pacotes, mas os próprios anúncios serviram de prova cabal para que fossem indiciados.

"Sempre dizemos aqui na delegacia que não estamos sendo duros com estas pessoas, mas elas estão exercendo a profissão de maneira ilegal porque é necessário ter registro no respectivo conselho. Eles alegam que não sabiam (da necessidade), pensam que nunca vai dar em nada e que não estão prestando serviço. Respeitamos o direito de defesa deles, mas esta defesa tem que ser condizente com o que está nos autos do inquérito. E ficou comprovado que o serviço era claramente ofertado por meio das redes sociais. Desta forma agora serão processados pelo Poder Judiciário", complementou o delegado Brenno Andrade.

ENCAMINHAMENTO

Sobre o agente da Guarda Municipal de Vitória, o delegado informou que a mesma será comunicada sobre a atuação ilegal de um profissional e caberá à própria adotar medidas cabíveis em relação ao agente. Um dos detidos, inclusive, até possuía formação acadêmica, porém atuava sem estar devidamente registrado.

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Somente um dos acusados possuía mais de 11 mil seguidores no Instagram. (Divulgação/Polícia Civil)

Em resposta, a Prefeitura de Vitória salientou que ainda não foi comunicada do caso, porém irá instaurar um procedimento administrativo disciplinar para definir a situação do agente da Guarda.

"Um dos acusados tinha a formação em Educação Física, mas alegou não saber da necessidade do registro profissional no Conselho. A gente entende, com um ser humano médio, saber da necessidade disso. É o mesmo que um bacharel em Direito exercer a advocacia. Eram várias desculpas, ao ponto de dizer que os anúncios eram apenas para motivar as pessoas a emagrecerem, mas os próprios anúncios contradizem isso. Outro disse que não prestava serviço e apenas ajudava. Teve um que informou ser só estagiário, mas no perfil dele fica claro que atuava como personal trainer", detalhou Brenno Andrade.

De acordo com o delegado, as quatro pessoas serão processadas por exercício ilegal da profissão, propaganda enganosa, além de prática que coloca pessoas em risco. A pena é de cerca de 2,6 anos de prisão, somado ao processo judicial.

COMO DENUNCIAR

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Quem desconfiar da atuação de falsos profissionais pode realizar a denúncia na própria Delegacia de Crimes Cibernéticos, de posse da materialidade do crime (prints), com o devido endereço digital. Desta forma, explicou o delegado, será feito o boletim de ocorrência. Isso vale também para os casos envolvendo outras áreas. As denúncias podem ser feitas também nos respectivos conselhos das categorias.

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