Três meses após um policial agredir uma adolescente, de 14 anos, com um tapa no rosto, durante uma discussão de trânsito, a Polícia Militar concluiu que o sargento Isaías Segades de Souza, de 50 anos, cometeu crime e deve ser julgado pela Justiça comum. A PM ainda prometeu instaurar um procedimento administrativo que vai apurar a conduta do militar.
A confusão envolvendo o policial, o pai da adolescente, o empresário Odorico Coelho e a jovem aconteceu em setembro, na Avenida Norte Sul, próximo ao Parque da Cidade, na Serra. A menina seguia com o pai pela avenida quando o carro em que estavam colidiu com o carro do policial. A batida gerou muita discussão e, em um dado momento, após levar um empurrão da jovem, o PM revidou com um tapa na cara da menina. A cena foi registrada por passageiros que estavam dentro de um ônibus (veja vídeo abaixo).
O QUE DIZ A POLÍCIA MILITAR
Após Inquérito Policial Militar, a PM concluiu que houve transgressão à disciplina por parte do sargento. "A Polícia Militar informa que o Inquérito Policial Militar (IPM) relativo ao fato foi concluso com a existência de crime comum e transgressão à disciplina. O inquérito será encaminhado à Justiça. Paralelamente, será instaurado um procedimento administrativo que apurará a conduta do militar", diz a nota encaminhada ao Gazeta Online pela PM.
"TEM QUE SER EXONERADO", DIZ PAI
O empresário Odorico Coelho, de 50 anos, pai da adolescente agredida, garante não estar satisfeito com o resultado do inquérito policial. Para ele, o sargento - que chegou a ser afastado das funções após o caso - deve ser exonerado.
"Tudo bem ele ser julgado pela Justiça comum, mas, no meu entendimento, não resolve. Além da agressão absurda e inadmissível contra uma menina, houve cinco botinadas na minha cabeça, tive que fazer duas tomografias. A única coisa compatível com a situação é exoneração dele. Ele tem que ser exonerado imediatamente. Segundo a constituição e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Estado tem que proteger e não agredir. Toda vez que um PM agride alguém, é o estado que está agredindo. Se ele não for exonerado, a corregedoria está sendo conivente com isso", criticou.
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