Publicado em 17 de novembro de 2025 às 11:05
Um pintor de 32 anos, identificado como Fernando da Silva Santos, foi morto a tiros por um soldado da Polícia Militar de 23 anos após uma confusão durante uma festa de aniversário no bairro Grande Vitória, na Capital. O caso aconteceu na noite de domingo (16), e tem versões diferentes. >
Familiares conversaram com o repórter André Afonso, da TV Gazeta, na manhã desta segunda-feira (17). Eles afirmaram que Fernando estava na festa de um parente quando um penetra apareceu. Os dois teriam começado a discutir até que o homem jogou cerveja no rosto do pintor, momento em que eles começaram a brigar.>
Ainda de acordo com a família, o penetra deixou o local. A suspeita dos parentes é que ele tenha ido chamar outro homem — o policial militar —, que apareceu em seguida, armado e em uma motocicleta, e disparou contra Fernando. Segundo a perícia, o pintor foi atingido nas costas, no braço, no tórax e no rosto. >
"Com certeza ele (o penetra) deve ter chamado o cara (o policial). Depois da discussão ele apareceu, minha irmã viu eles chegando e procurando pelo Fernando. Meu filho era muito querido, trabalhador, todo mundo lá ficou revoltado. O que eu quero agora é que, quem fez, pague. Só quero justiça", disse o pai de Fernando, em entrevista à TV Gazeta. Por segurança, ele preferiu não se identificar.>
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O corpo do pintor foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML), em Vitória.>
O soldado da PM deu outra versão sobre o caso. Conforme o boletim de ocorrência, ele afirmou que estava na casa de um tio quando saiu, de motocicleta, e viu Fernando na rua com uma pistola na mão. O agente disse que "se abrigou e verbalizou que se tratava de um policial militar, que era para soltar o armamento e deitar no chão, porém, as ordens não foram atendidas e ele foi ao encontro do militar ainda com o armamento nas mãos". O policial contou que, nesse momento, atirou contra o pintor.>
O militar afirmou que recolheu a arma que seria de Fernando e viu que era falsa. Ele pediu apoio via 190. Houve um princípio de confusão da rua, mas foi controlado. >
Outra versão é de uma testemunha ouvida pelos policiais atenderam a ocorrência. Segundo o boletim, uma pessoa descreveu que, mais cedo, Fernando teria agredido e ameaçado um homem, e, em seguida, teria voltado com uma arma na mão, momento em que o soldado apareceu. Ela também relatou que o pintor não teria obedecido à ordem do militar para soltar o armamento.>
Fernando deixa três filhos: duas meninas, de 12 e nove anos, e um menino de sete anos. >
A reportagem procurou a PM para saber se a ação do soldado será investigada, e a corporação disse que "a Corregedoria da Polícia Militar reforça seu compromisso com a transparência e com a prestação de informações aos veículos de imprensa. Todas as denúncias que envolvem policiais militares, durante a execução do serviço ou não, são devidamente apuradas pela Corporação. Todos os procedimentos legais são garantidos às partes envolvidas, assegurando a lisura das apurações. Sobre os questionamentos, a Corregedoria informa que tem ciência do fato e que todas as medidas cabíveis serão adotadas para apurar o caso e verificar o grau de envolvimento do policial militar citado".>
A Polícia Civil informou que o policial militar, conduzido à Delegacia Regional de Vitória, foi ouvido e liberado, já que a autoridade policial entendeu que o militar agiu em legítima defesa. A corporação destacou que o caso seguirá sob investigação.>
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