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PCC briga para controlar crime no Espírito Santo, dizem estudiosos

PCC briga para controlar crime no Espírito Santo, dizem estudiosos

Facção de São Paulo teria uma "influência média" no Estado, segundo pesquisa

Publicado em 11 de agosto de 2018 às 02:00

Presos com bandeira do PCC em cadeia paulista Crédito: Ae/arquivo

O Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa de São Paulo, está brigando diretamente pelo controle do crime no Espírito Santo e em outros 12 Estados do país, além do Distrito Federal. A facção ainda domina o mercado de drogas e o sistema prisional de oito estados brasileiros e se encontra em flagrante desvantagem em outras cinco unidades da federação.

As informações foram divulgadas em uma reportagem do portal UOL, publicada ontem, com base em estudo dos pesquisadores Bruno Paes Manso e Camila Nunes Alves. Eles lançaram recentemente o livro “A Guerra: A ascensão do PCC e o Mundo do Crime no Brasil”.

Estudiosos da trajetória do PCC há mais de uma década, eles se basearam em dados da inteligência do sistema prisional dos Estados, pesquisas de campo e informações contidas em inquéritos policiais para montar um mapa do grau de influência da facção paulista em cada estado brasileiro. A facção criminosa é a maior do País, tem 22 mil filiados fora do estado de São Paulo.

Segundo o estudo, o Espírito Santo é um dos 13 estados do País, além do Distrito Federal, onde a facção tem uma influência média. “Nos estados que consideramos como médios em termos de presença do PCC, significa que há outros grupos criminosos em pé de igualdade e em conflito com a facção paulista”, disse ao UOL.

Além disso, a reportagem mostrou que em outros oito estados o PCC já controla a criminalidade, sendo eles São Paulo, sede da organização, Roraima, Acre, Paraná, Mato Grosso do Sul, Piauí, Sergipe e Alagoas. Somente em cinco estados o PCC é inferior a facções locais, como o Rio de Janeiro.

Para o jornalista e economista Bruno Paes Manso, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP (Universidade de São Paulo), esse equilíbrio de força entre facções gera violência.

Dos 10 estados com maiores índices de mortes violentas em 2017, de acordo com levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, cinco registram “presença média” do PCC e, por consequência, confrontos entre facções: Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Amapá e Bahia.

RECRUTA

No último dia 27, uma reportagem publicada pelo jornal Folha de São Paulo mostrou que o PCC possui pelo menos 267 integrantes no Espírito Santo. Para aumentar o número de filiados em todo o Brasil, a facção ainda estaria realizando a campanha “Adote um irmão”, descoberta pela Polícia Civil de São Paulo durante a operação Echelon.

Na época, a Secretaria de Estado da Segurança Pública do ES (Sesp) e a Secretaria de Justiça do ES (Sejus) informaram que os setores de inteligência das duas pastas trabalham de forma integrada e monitoram as atividades de grupos criminosos dentro e fora dos presídios. A Sejus acrescentou que não há registro de atividade organizada de facções em unidades prisionais do Estado.

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