A família presa na tarde de quarta-feira (13) envolvida em um esquema na compra de veículos de luxo no Espírito Santo chegou a negociar carros de até R$ 500 mil. Os investigados compravam os automóveis de forma parcelada, com cheques sem fundo e, após tomarem a posse dos carros, vendiam os mesmos. Confira o posicionamento das defesas no fim do texto.
Valores dos carros comprados:
Os automóveis eram vendidos abaixo da tabela de preços (Fipe), o que, segundo a polícia, dava vantagem financeira ao grupo. Documentos aos quais a reportagem teve acesso mostram que os suspeitos não registravam os automóveis comprados no nome deles e nem das empresas que eles possuíam.
Os registros eram feitos em nome de terceiros, que, segundo as investigações, faziam a documentação de boa-fé, o que demonstra a ramificação do crime com outras vítimas.
Os investigados foram alvo da Operação Xampu II, deflagrada em Iguape, na zona rural de Guarapari. Foram bloqueados R$ 5 milhões das contas deles e de empresas ligadas ao grupo criminoso pela Justiça. Os presos são:
Os presos foram levados para a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) e depois para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória para exames de delito. Na manhã desta quinta-feira (14), foi informado que três dos quatro presos foram liberados pela Justiça.
Durante a investigação foi descoberto que parte do dinheiro era investido em uma empresa da família do ramo de cosméticos (DNA Cosméticos, de Guarapari). O valor do maquinário industrial utilizado para produção dos produtos foi avaliado em R$ 50 milhões, que é de propriedade da mulher denunciada. Além do investimento, o documento aponta que os suspeitos também usavam de outro empreendimento familiar para realizar lavagem de dinheiro.
A investigação do caso começou em setembro, quando foram apreendidos R$ 62 milhões em cheques, R$ 11 mil em dinheiro, além de armas, notas promissórias e aparelhos eletrônicos na casa de seis pessoas.
Além disso, R$ 7 milhões em veículos tinham sido bloqueados pela Justiça para o ressarcimento das vítimas. Na época, nenhum suspeito de envolvimento foi preso.
"1. O Tribunal de Justiça do Espírito Santo revogou as prisões menos de 18h após sua ocorrência, diante dos excessos e abusos da operação policial. Isso já fala por si sobre as ilegalidades cometidas, incompatíveis com o devido processo legal e o Estado de Direito.
2. O mesmo Delegado já havia pedido as prisões na 1ª fase da investigação e não conseguiu êxito com o juiz de Direito, que indeferiu esses pedidos. Esse magistrado é o juiz vinculado para julgar todos os atos referentes à essa investigação, como manda a legislação.
3. Causa perplexidade que agora, na 2ª fase da mesma investigação com o mesmo nome, o Delegado afronte a legislação e o juiz natural já vinculado, para que outro juiz recebesse os mesmos pedidos de prisão, em nova distribuição dos autos, e decretasse as prisões que antes lhe foram indeferidas.
4. A má-fé do Delegado induziu a erro o novo magistrado, ocultando-lhe a decisão anterior do colega já vinculado, sendo caso de Corregedoria e crime de abuso de autoridade.
5. Por fim, salta aos olhos que a retórica policial não tem base na realidade, inventando números e narrativas extraídas de redes sociais para produzir sensacionalismo e execração pública dos investigados, que sempre colaboraram com as apurações, têm residência fixa, trabalho reconhecido e nenhum antecedente criminal.
Dr. Jardel Sabino de Deus"
O advogado de Leonardo, por sua vez, disse que o processo segue em segredo de Justiça e não pode dar detalhes sobre o caso.
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