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Publicado em 4 de setembro de 2025 às 10:27
Um homem de 37 anos foi preso no bairro Antônio Honório, em Vitória, alvo de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal, que aconteceu na manhã desta quinta-feira (4), para desmantelar uma rede criminosa que produzia e vendia "cogumelos mágicos", ou seja, alucinógenos, em larga escala. Segundo a Polícia Civil do Espírito Santo, o suspeito, que não teve o nome divulgado, estava com uma grande quantidade de cogumelos. >
A Operação Psicose é resultado de uma investigação que mostrou que o grupo atuava no Distrito Federal, no Paraná e em Santa Catarina, produzindo psilocibina em larga escala e abastecendo tanto consumidores quanto traficantes de diferentes Estados do país. Tudo começou com o monitoramento de redes sociais e sites que promoviam a venda dos entorpecentes. Páginas no Instagram eram utilizadas para atrair interessados, que eram direcionados para sites e grupos de aplicativos de mensagens, onde ocorriam as negociações.>
Ao todo foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão, além do bloqueio de contas bancárias e ativos financeiros vinculados aos investigados, bem como a suspensão de sites e perfis de redes sociais utilizados pelo grupo. Ainda foram encontrados locais de cultivo em larga escala, apreendidos equipamentos e veículos e identificadas colaborações ilícitas de agentes públicos que favoreciam a continuidade das atividades criminosas.>
Ainda segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, as drogas eram remetidas pelos Correios e por empresas de logística em um esquema semelhante ao dropshipping, modelo em que pedidos feitos a uma empresa eram enviados por outra, dificultando a fiscalização e o rastreamento. Foram identificadas 3.718 encomendas postais, que totalizam aproximadamente uma tonelada e meia de drogas enviadas para diversas regiões do país. A investigação revelou ainda que a rede utilizava pessoas jurídicas de fachada, registradas no ramo alimentício, para ocultar a origem ilícita dos valores.>
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A estrutura criminosa também investia pesadamente em marketing digital. Para alcançar o público jovem, especialmente frequentadores de festas e festivais de música eletrônica, eram utilizados sites com apelo visual, impulsionamento pago em redes sociais e parcerias com influenciadores e DJs. Os produtos eram inclusive promovidos em feiras e eventos, em uma estratégia que buscava associar os entorpecentes a supostos benefícios à saúde, sem qualquer respaldo científico. Foram identificadas tabelas de preços que variavam de R$ 84,99, por três gramas, a R$ 9,2 mil, por um quilograma da substância.>
Os envolvidos podem responder por tráfico de drogas qualificado, lavagem de dinheiro, associação criminosa, crimes ambientais, crimes contra a saúde pública, publicidade abusiva e curandeirismo. As penas podem chegar a 53 anos de reclusão para os líderes da organização. >
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