> >
Operação mira grupo que burlou sistema de banco e sacou mais de R$ 1 milhão no ES

Operação mira grupo que burlou sistema de banco e sacou mais de R$ 1 milhão no ES

Grupo é suspeito de realizar mais de 800 saques em três dias, aproveitando falhas no sistema de um banco; operação foi realizada em quatro cidades da Grande Vitória

Publicado em 31 de julho de 2025 às 07:54

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) deflagrou, na madrugada desta quinta-feira (31), a Operação Money Talks, com o objetivo de desarticular um esquema de saques irregulares que resultou em um prejuízo de mais de R$ 1 milhão a uma instituição financeira. A ação aconteceu nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica.

Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) deflagrou, na madrugada desta quinta-feira (31), a Operação Money Talks, com o objetivo de desarticular um esquema de saques irregulares que resultou em um prejuízo de mais de R$ 1 milhão a uma instituição financeira. O nome do banco não foi divulgado. A ação aconteceu nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica.

A operação contou com a participação de equipes do Centro de Inteligência e Análise Telemática (CIAT), do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP) e do Departamento Especializado de Investigações Criminais (DEIC).

De acordo com as investigações conduzidas pelo CIAT, 17 pessoas são investigadas por envolvimento nos crimes. Elas teriam aproveitado instabilidades nos sistemas do banco para realizar saques de valores elevados em caixas eletrônicos, mesmo sem saldo disponível nas contas. Ao todo, foram identificados 835 saques presenciais considerados irregulares, realizados ao longo de apenas três dias, somando R$ 1.018.800.

Operação ‘Money Talks’: Polícia investiga esquema de saques irregulares por Divulgação | Polícia Civil

Durante a operação, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos celulares, dispositivos eletrônicos e documentos que podem ajudar no andamento das investigações. A Justiça também determinou o bloqueio de valores, imóveis e veículos em nome dos investigados, visando garantir o ressarcimento dos prejuízos causados à instituição bancária.

O esquema

De acordo com o delegado Leonardo Vanaz, os investigados foram identificados a partir da análise bancária das transações. “Foi possível chegar até eles porque apresentavam um perfil financeiro mais modesto. No entanto, durante o período de três dias de instabilidade no sistema, realizaram 835 saques que ultrapassaram R$ 1 milhão”, explicou.

Ainda segundo o delegado, a princípio, os suspeitos não tem ligação direta entre si, mas os materiais apreendidos serão analisados para verificar se eles se conhecem e eventuais outros delitos comeditos por eles. 

"Foi apurado que, durante três dias, enquanto o banco apresentava instabilidades do seu sistema, pessoas realizaram diversos saques de forma irregular, sendo que esses saques eram feitos sem que fosse debitado da conta das pessoas e sem que essas pessoas tivessem dinheiro, saldo na conta", explicou o delegado.

Segundo o delegado, a instabilidade no banco, que funciona digitalmente, ou seja, não têm agências, aconteceu no final do ano passado.

"São jovens que sabem utilizar os meios digitais, que utilizaram até pessoas idosas. Tivemos o caso de uma senhora que nem sabia que o nome dela tinha sido usado, foi o neto que fez isso. Foi fazendo compras, empréstimos e saques", disse o delegado-geral adjunto da Polícia Civil, José Lopes Pereira. 

Neste caso, o delegado Leonardo Vanaz explicou o jovem usou os dados da própria avó. "Devido à falha no sistema bancário, esses indivíduos conseguiam realizar o saque sem ser debitado da conta bancária", informou. 

A maioria dos saques foi realizado pelos próprios titulares das contas. No entanto, segundo as investigações, em alguns casos, os investigados utilizaram contas de parentes ou conhecidos para efetuar as transações. Sobre como os suspeitos conseguiram descobrir a falha no sistema do banco, o delegado Leonardo Vanaz disse que ainda está em apuração, mas que houve uma divulgação nas redes sociais e a partir disso começaram os saques. 

Entre as apreensões está um computador no valor de mais de R$ 100 mil e quase R$ 4 mil em espécie. Sobre prisões, José Lopes disse que, inicialmente, ninguém foi preso. Eles podem responder por furto e qualificados por fraudes, com pena de 3 a 8 anos de reclusão. 

"Primeiro a gente faz o trabalho de investigação. Não é um crime violento, como crime contra a pessoa. Depois a gente decide se vai pedir prisão ou se o juiz e Ministério Público assim entender", explicou o delegado-geral adjunto. 

  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais