> >
Operação Carapebus mira envolvidos em tiroteios e ataques a ônibus na Serra

Operação Carapebus mira envolvidos em tiroteios e ataques a ônibus na Serra

Polícia Civil cumpriu mandados nos bairros Balneário de Carapebus, Praia de Carapebus e Lagoa de Carapebus; armas foram apreendidas e suspeitos levados à delegacia

Publicado em 3 de outubro de 2025 às 07:43

 - Atualizado há 2 meses

Ação acontece nesta quarta-feira (3) e já apreendeu drogas e armas

Após casos de ataques a ônibustiroteios e mortes na Serra, decorrentes da guerra entre facções rivais do tráfico de drogas, a Polícia Civil realizou, nesta sexta-feira (3), a Operação Carapebus. A ação teve como objetivo cumprir nove mandados de busca e apreensão e um de prisão nos bairros Balneário de Carapebus, Praia de Carapebus e Lagoa de Carapebus. 

Duas pessoas foram presas: um homem de 26 anos, que confirmou que estava guardando armas para uma facção, e um de 28 anos. O primeiro será autuado em flagrante por tráfico de drogas, porte ilegal de armas e por integrar organização criminosa; o outro vai responder por porte ilegal de arma de fogo. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados. Além das capturas, a Polícia Civil apreendeu cinco armas, uma arma falsa, drogas e rádios comunicadores.

Além de cumprir as ordens judiciais, a operação buscava coletar informações para aprofundar o conhecimento sobre a área controlada pela facção criminosa, o que pode auxiliar futuras investigações e ações de enfrentamento ao crime organizado.

"Nossa inteligência identificou residências que estão sendo usadas por criminosos para guardar armamentos e drogas. Os detidos são faccionados, somente um deles estava guardando quatro armas de fogo, que seriam distribuídas para os comparsas promoverem esses ataques na região. Vamos fazer perícia e comparação balística (nas armas) com os homicídios que ocorreram e voltaremos aqui na região se necessário for", destacou o delegado Tarcísio Otoni, da Delegacia Especializada de Narcóticos (Denarc). 

Participaram da ação cerca de 50 policiais civis das Delegacias de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) e do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat), além do apoio aéreo do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (Notaer).

Operação Carapebus, na Serra, mira suspeitos de ataques a ônibus e tiroteios por Divulgação | Polícia Civil

Cronologia dos ataques e mortes em Balneário de Carapebus

Alice Rodrigues, de 6 anos, morta após ataque em Carapebus
Alice Rodrigues, de 6 anos, morta após ataque em 25 de agosto Crédito: Redes Sociais

  • No dia 22 de agosto, bandidos armados com pistolas e até fuzil chegaram atirando perto de um bar e atingiram dois homens na calçada. Dionata Firmino de Paula, de 28 anos, foi socorrido, mas morreu a caminho do hospital. Um jovem de 20 anos também foi baleado, mas sobreviveu.
  • No dia 25 de agosto, a pequena Alice Rodrigues, de 6 anos, morreu após ser baleada dentro do carro em que estava com a família. Um olheiro do tráfico achou que o veículo era de rivais, e traficantes abriram fogo. No automóvel estavam o pai, que levou um tiro de raspão, e a mãe da menina, que estava grávida.
  • No dia 28 de agosto, a polícia apontou 12 pessoas envolvidas no ataque que matou a pequena Alice.
  • Em 12 de setembro, Diego Clemente Barcelos Costa, de 30 anos, foi morto a tiros no meio da rua. Um adolescente de 15 anos estava perto dele e também acabou atingido.
  • No dia 14 de setembro, um homem e uma mulher ficaram feridos durante um tiroteio. Moradores relataram ter ouvido uma sequência intensa de disparos, mais de 30, na Travessa do Cravo e ruas próximas.
  • Na madrugada de 29 de setembro, dois homens morreram e um adolescente de 14 anos ficou ferido em um ataque a tiros dentro uma casa. Os bandidos invadiram o local se passando por policiais e abriram fogo. Depois, fugiram.
  • Em 21 de setembro, um homem de 33 anos foi baleado durante uma emboscada. Bandidos se esconderam em um carro que estava estacionado e dispararam quando o alvo passou. O veículo, que era de um morador, ficou fuzilado. Por conta disso, ônibus chegaram a ficar sem circular na região atá a manhã do dia seguinte.

O que está por trás desses ataques?

Na época da morte da pequena Alice, o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno, explicou que o ataque partiu do Primeiro Comando de Vitória (PCV) e tinha como alvo integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP).

"Um olheiro estava procurando um carro que seria usado por traficantes do TCP. O olheiro identificou errado o carro da família e acabou vitimando a Alice. Esses ataques começaram no sábado em Lagoa de Carapebus, depois em Balneário de Carapebus, e no domingo tentaram de novo", detalhou.

O secretário pontuou que a disputa entre as facções é motivada pelo controle de áreas estratégicas para o tráfico: “Esse domínio territorial é fundamental para eles (traficantes). Eles estão tentando dominar pontos de drogas. Enquanto tivermos consumo de drogas, as pessoas forem comprando, gerando demanda, essa disputa continua ocorrendo”.

Este vídeo pode te interessar

  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação

Tópicos Relacionados

ônibus tráfico de drogas Ônibus

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais