Publicado em 21 de setembro de 2019 às 09:14
Uma guerra entre facções vem deixando os moradores no meio do fogo cruzado nos bairros de Andorinhas e Itararé, em Vitória. Um dos grupos, com traficantes que atuam em Itararé e Morro do Macaco, conta com o apoio e a força do armamento do Primeiro Comando da Capital, o PCV. Do outro lado, um novo bando se forma como resistência: o Terceiro Comando Puro, o TCP.>
O PCV é uma organização criminosa mantida pelo tráfico de drogas que domina todo o Complexo da Penha. Entre os bairros compreendidos nessa área estão o Bairro da Penha, Gurigica, São Benedito, Bonfim e Itararé. Atualmente, o gerenciamento do PCV está nas mãos de Fernando Moraes Pimenta, o Marujo, que está foragido, e recebe ordens de Carlos Alberto Furtado da Silva, o Beto, preso no Presídio de Segurança Máxima II.>
Marujo oferece apoio aos chefes do tráfico de Itararé e do Morro do Macaco, os chamados Irmãos Vera, que fazem o comércio de drogas loca. No outro lado dessa briga, está o grupo chamado de Terceiro Comando Puro (TCP), que surgiu em Andorinhas após um racha dentro da facção local.>
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A disputa não é por um ponto de venda em si, mas sim pela resistência. Andorinhas não se alinha com o comando do PCV, não aceita as ordens, explica o Tenente Almeida, comandante da Força Tática do 1º Batalhão de Vitória.>
CONFRONTOS>
Desde domingo (15), foram três tiroteios. O mais recente deles foi na noite de quinta-feira (21), quando o bando de Itararé e Morro do Macaco, com cerca de 15 pessoas fortemente armadas, foram para a região de Andorinhas para dar um ataque.>
O local é chamado de Mangue Seco, conhecido como ponto de comércio de drogas, mas se depararam com uma equipe da Força Tática da Polícia Militar realizando patrulhamento de rotina.>
Foram cerca de cinco minutos de troca de tiros intenso que foram se espaçando depois da chegada do reforço da Polícia Militar. Sai do meu quarto e fui para o corredor de casa. Era muito barulho de tiros. Meus filhos ficaram no quarto ao lado, todos esperando parar os tiros. Apareceu muita polícia depois dos tiros, mas normalmente não é isso que acontece, disse uma moradora da região que não quer ser identificada.>
"Pela quantidade de cápsulas que foram recolhidas no pós-confronto e pela quantidade de indivíduos, aconteceria uma chacina se não fosse a ação da PM. Até porque os dois suspeitos presos confessaram que estavam indo fazer um ataque", afirmou o tenente Almeida.>
PRISÕES>
Com a chegada de mais policiais, os integrantes do grupo se separam na fuga. Foram presos dois suspeitos: Gabriel dos Santos Rocha, 18 anos, e João Vitor Gomes, 19. Eles foram detidos sem armas e levados para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).>
Os dois foram autuados em flagrante por tentativa de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e contra agentes de segurança pública no exercício da função. Eles foram encaminhados para o Centro de Triagem de Viana (CTV), segundo informações da Polícia Civil. A assessoria de imprensa da corporação não informou se há investigações acerca dos tiroteios ou tráfico na região.>
ATAQUES>
No domingo, os tiros foram na Pracinha do Bairro Itararé, onde duas pessoas foram baleadas. Na terça-feira, houve um contra-ataque à noite, em Mangue Seco, Andorinhas.>
A gente não tem sossego pra dormir, pra sair de casa à noite. Nem carro de aplicativo a gente pode pedir pois eles não entram aqui depois das 18 horas devido ao tráfico de drogas, por medo, lamentou uma moradora.>
Inúmeras casas da rua da orla, onde fica o Mangue Seco, tem marcas de tiros em janelas ou paredes. No confronto recente, um disparo também atingiu a casa de uma moradora em Barro Vermelho.>
POLÍCIA REFORÇADA>
A Polícia Militar está realizando operações de saturação em toda a região. Temos uma viatura fixa na pracinha do Itararé e outra fixa no Mangue Seco. Fora isso, contamos com o as viaturas do patrulhamento ordinário, mais a Força Tática, o grupo da Companhia com Cães, mais a equipe da Cimesp atendendo a toda a região, elencou o tenente Almeida.>
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