Publicado em 29 de maio de 2018 às 13:44
Mais uma noite de medo na Piedade. Nesta segunda-feira (28), por volta das 21h, os moradores reviveram uma cena semelhante a da madrugada do dia 25 de março, quando os irmãos Ruan Reis e Damião Marcos Reis foram brutalmente assassinados com mais de 20 tiros cada um.>
Desta vez, vários criminosos armados chegaram no Morro atirando contra casas e dizendo para as pessoas "colocarem a cara" para fora de suas residências. Após a ação dos bandidos, na manhã terça-feira (29), o corpo de um morador foi encontrado. Segundo informações da polícia, ele estava na porta da casa de um amigo e acabou atingido por vários tiros.>
No local do crime, os policiais encontraram muitas cápsulas de calibres .40, .45, 380, 12 e 9 milímetros. De acordo com um morador, que prefere não se identificar por motivos de segurança, a ação dos bandidos foi no mesmo estilo de quando os irmãos foram mortos. "Ouvi os tiros, muito tiros, rajadas que pareciam de uma metralhadora. Eram tiros em sequência". >
O morador disse que há casas com várias marcas de tiros no Morro. "A ação foi bem parecida. A informação que corre é que eles entraram na residência de um morador e colocaram a arma na cabeça dele. Mas a pessoa que mataram foi outra. E não são os traficantes locais", afirma. A única diferença, segundo o morador, é que os homens não chegaram encapuzados. >
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Com informações de Kaique Dias e Laila Magesk>
CRIME NA PIEDADE: DOIS MESES SEM SOLUÇÃO>
Dois meses depois do assassinato dos irmãos Damião Marcos Reis, 22 anos, e Ruan Reis, 19, o crime ainda segue sem respostas. Os dois foram executados no Morro da Piedade, em Vitória, no dia 25 de março, com mais de 20 tiros cada um. O crime, que deixou um rastro de devastação e revolta, segue sem solução.>
Procurada, a Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado pela equipe da Delegacia de Crimes Contra a Vida de Vitória, e segue em sigilo.>
O crime aconteceu às 1h50, quando quatro homens armados, sendo dois com touca ninja e colete, invadiram o quintal da casa dos irmãos perguntando "cadê o patrão". Na ocasião, Ruan respondeu que não sabia quem eles estavam procurando e tentou conversar. Os criminosos, que simulavam ser policiais pelo linguajar, disseram que o jovem deveria sair com eles para conversar e ser revistado. A vítima obedeceu a ordem e saiu com eles da residência.>
Ao perceber que o irmão foi abordado, o pedreiro Damião, que fazia trabalhos sociais dando aulas de capoeira no Morro da Piedade e era passista da escola de samba Piedade, foi atrás do grupo pedindo que não levassem o irmão. Nesse momento, ele foi surpreendido por vários disparos.>
BRUTALIDADE>
De acordo com a polícia, foram mais de 60 disparos. A perícia encontrou 22 perfurações no corpo de Ruan e 20 no corpo de Damião. No local foram encontradas mais de 60 cápsulas de calibre 380, Ponto 40 e 9mm.>
Amigos, que preferiram não se identificar, disseram que os dois irmãos eram boas pessoas, conhecidas pelos projetos sociais e também pela escola de samba. Eles classificaram o crime como "covardia" e não entendem o motivo.>
Na época do crime, o então secretário de Estado da Segurança Pública, André Garcia, afirmou, em entrevista à rádio CBN Vitória, que o assassinato dos irmãos Reis foi uma "crueldade muito grande".>
André Garcia havia afirmado inclusive que, pela brutalidade do caso, uma solução rápida era essencial. "Ficamos muito chocados com essa situação. Essas mortes apontam para uma crueldade muito grande. O histórico mostra que são pessoas de bem, que estavam trabalhando, que contribuíam para a sociedade e o crime portanto precisa ser esclarecido rapidamente", destacou o secretário.>
INVESTIGAÇÕES>
Inicialmente, investigadores levantaram a possibilidade de ter sido um crime de vingança, já que as vítimas têm um irmão preso por tráfico, ou que eles tenham sido mortos por engano. Damião e Ruan não tinham passagens na polícia.>
André Garcia afirmou ainda, ao portal GazetaOnline, que o crime tem características claras de execução. "Tudo isso está sendo levantado. A forma é de execução mesmo. A gente precisa saber a motivação, o que motivou essa ação criminosa e se eventualmente há um mandante por trás disso", declarou.>
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