O morador em situação de rua morto a socos e chutes na Avenida Santa Leopoldina, em Coqueiral de Itaparica, bairro de Vila Velha, no início da madrugada desta sexta-feira (19), foi identificado como Wallace Rufino Brumana, 31 anos, conhecido como "Águia". A família da vítima fez o reconhecimento visual no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, na tarde desta sexta-feira (19).
A irmã da vítima, Elizangela Rufino Brumana, 40 anos, se emocionou ao lembrar de Wallace e diz esperar por Justiça. Ela contou que o irmão já teve família, mas decidiu viver "nessa vida". Mas afirmou que ele era tranquilo e sempre ligava para os familiares para informar que estava bem e vivo.
"Eu não espero nada de mal para quem fez isso com ele. Eu espero que seja feita a justiça de Deus. A gente não tem muito o que esperar da nossa Justiça. Espero que seja feita. Diante do que meu irmão passou, eu peço às autoridades que providencie e que as pessoas mesmo se conscientizem", desabafa a irmã.
A Polícia Civil informou que por falta de documentos da vítima, o corpo será liberado na próxima segunda-feira (22). O corpo continua no DML de Vitória.
AGRESSÃO
O morador de rua foi assassinado com socos e chutes por volta de 0h30. A vítima morreu com lesões e fraturas, e o porteiro Paulo Roberto Gratz, acusado de cometer crime, foi preso.
De acordo com uma testemunha, que entrou em contato com a reportagem do Gazeta Online, o autor dos socos disse que o morador de rua havia roubado o celular dele. "Foi em frente a um supermercado e o homem estava totalmente alcoolizado", disse.
Segundo a testemunha, em seguida a vítima ficou desacordada e o Samu e Polícia foram acionados. "O pessoal que estava lá ficou pedindo para o homem parar de bater, mas ele não parou. Todos ficaram com medo de tentar impedi-lo porque ele estava visivelmente fora de si", detalha.
De acordo com informações apuradas pela TV Gazeta, quando a Polícia Militar chegou ao local já encontrou o morador de rua morto dentro da ambulância do Samu.
DEFESA
O porteiro Paulo Roberto Gratz, de 30 anos disse à reportagem da TV Gazeta que não teve a intenção de matar Wallace Rufino Brumana. Paulo Roberto se defendeu dizendo que deu apenas um tapa no morador em situação de rua e que a vítima morreu em decorrência de um infarto.
Eu não queria matar ninguém. Não agredi tanto, só dei um tapa nele. Ele infartou, não tive culpa. Fui atrás porque ele roubou meu celular, justificou.
Também à reportagem, Paulo Roberto diz que está preocupado com o emprego e com a esposa, que não sabe do episódio de fúria. O porteiro disse que teve o celular roubado por Wallace. No entanto, esclareceu que esse suposto fato teria ocorrido há cerca de 15 dias, na praça do bairro em que aconteceu o crime. Na ocasião, a vítima teria aproveitado que o porteiro dormia embriagado, em um bar, para furtar o aparelho dele, como alegou Paulo Roberto.
VÍDEO MOSTRA AGRESSÃO
Vídeos aos quais o Gazeta Online e a TV Gazeta tiveram acesso mostram o exato momento em que um morador de rua foi espancado e morto pelo porteiro. Ao todo, as agressões duraram mais de 30 minutos e o autor do crime ainda discutiu com pessoas que estavam no local e tentaram apartar o espancamento.
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