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Morador de rua agredido até a morte em Vila Velha é identificado

Morador de rua agredido até a morte em Vila Velha é identificado

Família fez o reconhecimento do DML de Vitória, e irmã desabafou: "É uma vida! Independentemente se está na rua, é um ser humano, e não merece ser tratado como ele foi"

Publicado em 19 de abril de 2019 às 18:31

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Wallace Rufino Brumana foi morto a socos e chutes em Vila Velha. (Arquivo/Família)

O morador em situação de rua morto a socos e chutes na Avenida Santa Leopoldina, em Coqueiral de Itaparica, bairro de Vila Velha, no início da madrugada desta sexta-feira (19), foi identificado como Wallace Rufino Brumana, 31 anos, conhecido como "Águia". A família da vítima fez o reconhecimento visual no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, na tarde desta sexta-feira (19).

A irmã da vítima, Elizangela Rufino Brumana, 40 anos, se emocionou ao lembrar de Wallace e diz esperar por Justiça. Ela contou que o irmão já teve família, mas decidiu viver "nessa vida". Mas afirmou que ele era tranquilo e sempre ligava para os familiares para informar que estava bem e vivo.


"Eu não espero nada de mal para quem fez isso com ele. Eu espero que seja feita a justiça de Deus. A gente não tem muito o que esperar da nossa Justiça. Espero que seja feita. Diante do que meu irmão passou, eu peço às autoridades que providencie e que as pessoas mesmo se conscientizem", desabafa a irmã.

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É uma vida! Independentemente se está na rua ou longe do convívio da família, é um ser humano, e não merece ser tratado como ele foi

Elizangela Rufino Brumana
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A Polícia Civil informou que por falta de documentos da vítima, o corpo será liberado na próxima segunda-feira (22). O corpo continua no DML de Vitória.

AGRESSÃO

O morador de rua foi assassinado com socos e chutes por volta de 0h30. A vítima morreu com lesões e fraturas, e o porteiro Paulo Roberto Gratz, acusado de cometer crime, foi preso.

De acordo com uma testemunha, que entrou em contato com a reportagem do Gazeta Online, o autor dos socos disse que o morador de rua havia roubado o celular dele. "Foi em frente a um supermercado e o homem estava totalmente alcoolizado", disse.

Segundo a testemunha, em seguida a vítima ficou desacordada e o Samu e Polícia foram acionados. "O pessoal que estava lá ficou pedindo para o homem parar de bater, mas ele não parou. Todos ficaram com medo de tentar impedi-lo porque ele estava visivelmente fora de si", detalha.

De acordo com informações apuradas pela TV Gazeta, quando a Polícia Militar chegou ao local já encontrou o morador de rua morto dentro da ambulância do Samu.

DEFESA

O porteiro Paulo Roberto Gratz, de 30 anos disse à reportagem da TV Gazeta que não teve a intenção de matar Wallace Rufino Brumana. Paulo Roberto se defendeu dizendo que deu “apenas um tapa” no morador em situação de rua e que a vítima morreu em decorrência de um infarto.

O porteiro Paulo Roberto Gratz é acusado de matar o morador em situação de rua a socos e chutes. (TV Gazeta)

“Eu não queria matar ninguém. Não agredi tanto, só dei um tapa nele. Ele infartou, não tive culpa. Fui atrás porque ele roubou meu celular”, justificou.

Também à reportagem, Paulo Roberto diz que está preocupado com o emprego e com a esposa, que não sabe do episódio de fúria. O porteiro disse que teve o celular roubado por Wallace. No entanto, esclareceu que esse suposto fato teria ocorrido há cerca de 15 dias, na praça do bairro em que aconteceu o crime. Na ocasião, a vítima teria aproveitado que o porteiro dormia embriagado, em um bar, para furtar o aparelho dele, como alegou Paulo Roberto.

VÍDEO MOSTRA AGRESSÃO

Vídeos aos quais o Gazeta Online e a TV Gazeta tiveram acesso mostram o exato momento em que um morador de rua foi espancado e morto pelo porteiro. Ao todo, as agressões duraram mais de 30 minutos e o autor do crime ainda discutiu com pessoas que estavam no local e tentaram apartar o espancamento.

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