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“Meu filho cometeu algo terrível", diz pai de atirador de escolas de Aracruz

“Meu filho cometeu algo terrível", diz pai de atirador de escolas de Aracruz

Homem, que é tenente da Polícia Militar do Espírito Santo, conversou com o Estadão, mas não quis comentar uso das armas da corporação pelo adolescente

Publicado em 26 de novembro de 2022 às 19:41

Atirador saindo de escola em Aracruz
Câmera de vigilância registrou movimentação de atirador em escola de Aracruz Crédito: Reprodução

O pai do adolescente de 16 anos que atacou a tiros duas escolas em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o filho fez “algo terrível” e que vai pedir desculpas às famílias das vítimas em “momento oportuno”. Quatro pessoas morreram na tragédia: três professoras de uma escola e uma aluna de apenas 12 anos da segunda instituição de ensino invadida. 

“Meu filho cometeu algo terrível, que nunca poderia ao menos imaginar”, disse ao jornal o pai do atirador. A Gazeta tenta contato com ele, que é tenente da Polícia Militar capixaba, desde sexta-feira (25). 

Ao Estadão, o homem também comentou sobre uma postagem em uma de suas redes sociais que levantou polêmica, após o atentato cometido pelo filho. Trata-se de uma imagem do livro "Minha Luta", de Adolf Hitler, déspota e genocida que comandou o nazismo na Alemanha. 

“Livro péssimo. Li e odiei”, afirmou o PM ao Estadão, sobre a obra antissemita que alimenta movimentos de extrema-direita até os dias de hoje. 

Segundo a Polícia Civil do Espírito Santo, o autor dos ataques às duas escolas no Estado usava no braço uma suástica no momento dos atentados, um dos símbolos nazistas. O material foi apreendido na casa do adolescente. Ao Estadão, o pai não quis comentar sobre a suástica nem sobre o acesso ao uso das armas da polícia pelo filho. 

Entenda o caso

O adolescente de 16 anos, autor dos ataques a tiros a duas escolas em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, na manhã desta sexta-feira (25), tinha uma suástica nazista estampada na roupa e usou a arma do pai policial militar no crime. As informações foram confirmadas em coletiva de imprensa pelo governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), que contou com a presença de autoridades policiais. Quatro pessoas foram mortas e outras 12 ficaram feridas nos atentados.

As mortes são das professoras Cybelle Passos Bezerra, 45 anos, Maria da Penha Banhos, 48 anos, e Flávia Amboss Merçon Leonardo, 38 anos, e da estudante Selena Sagrillo Zuccolotto, 12 anos.

As investigações identificaram que o atirador estudou até junho deste ano na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Primo Bitti, a primeira unidade alvo de ataque. Lá, três professoras foram mortas e outras sete pessoas foram baleadas. Depois, o atirador seguiu para o Centro Educacional Praia de Coqueiral, instituição de ensino particular no mesmo bairro, onde feriu duas pessoas e matou a menina de 12 anos. 

O atentado era planejado havia, pelo menos, dois anos, segundo o superintendente da Polícia Norte, João Francisco Filho. “Pegou o carro do pai, tampou a placa, praticou o ato na escola, retornou para casa e depois saiu. A família tinha uma segunda casa no município (onde o adolescente foi encontrado)”, explicou.

Horas após os ataques, a Polícia Civil do Espírito Santo informou que o adolescente foi apreendido. Ele foi encaminhado ao Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), em Cariacica, na Grande Vitória, e vai responder por por ato infracional análogo aos seguintes crimes de tentativa de homicídio qualificada por motivo fútil, que gerou perigo comum e com impossibilidade de defesa da vítima; e por homicídio qualificado por motivo fútil, que gerou perigo comum e com impossibilidade de defesa da vítima. 

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