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Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 14:05
- Atualizado há 9 horas
Uma mulher foi presa em Campo Acima, interior de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, suspeita de fraudar a inscrição funcional de advogada e atuar na função para beneficiar integrantes de facções criminosas como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo apuração da reportagem junto à Polícia Civil, a investigada tem 55 anos e é alvo da Operação Falsária, realizada na manhã desta quinta-feira (18).>
De acordo com a polícia, o caso começou a ser apurado em agosto, quando o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) recebeu uma denúncia para verificar a legalidade da inscrição da suspeita com a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da Paraíba. Foi constatado que a investigada falsificou um certificado de aprovação no exame da Ordem. Ela fez graduação em Direito em 2015, mas possuía o registro falso desde 1992 — 23 anos antes de ao menos completa o ensino superior.>
A Polícia Civil também informou que, com o documento fraudado, a mulher solicitou por e-mail à OAB da Paraíba, em outubro de 2017, a emissão de segunda via do certificado. Assim, ela obteve sua inscrição como advogada e a carteira funcional, sem verificação rigorosa e de forma remota. >
Segundo a Polícia Civil, a suspeita realizou 218 atendimentos a internos do sistema penitenciário capixaba, como em penitenciárias de segurança máxima, atuando como intermediária de comunicações entre presos e o exterior. Ela também é suspeita de protocolar procurações em processos judiciais. Entre os clientes atendidos estavam lideranças de facções como Comando Vermelho, Primeiro Comando de Vitória (PCV), PCC e Associação Família Capixaba (AFC).>
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Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão foram recolhidos na residência da investigada a carteira da OAB da Paraíba, diversos bilhetes de presos e documentos relacionados à inscrição falsa na Ordem dos Advogados do Brasil. >
Ao ser levada para a delegacia, a mulher negou ter ligação com organizações criminosas. “Em depoimento, ela informou ter sido obrigada, mediante ameaças de morte, a se casar com um dos presos e repassar valores de programas sociais, além de atender detentos indicados por ele. A investigada afirmou ainda que realizava visitas mediante pagamento”, informou o delegado de Marataizes, Thiago Viana.>
A mulher foi liberada após prestar depoimento. Segundo a PC, ela responderá pelos crimes de associação criminosa e uso de documento falso, por sete vezes, além do crime de falsidade documental.>
A OAB da Paraíba e do Espírito Santo foram procuradas pela reportagem. Quando houver retorno, o texto será atualizado. >
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