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Extorsão sexual: Operação Luxúria mira grupo que ameaçava vítimas no ES

Extorsão sexual: Operação Luxúria mira grupo que ameaçava vítimas no ES

Quadrilha usava perfis falsos para marcar encontros e depois chantagear homens casados; mulher que era líder do esquema e o marido foram presos em Colatina, no Noroeste do Estado

Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 09:05

Suspeitos gostavam de ostentar com itens de luxo

Uma pessoa marcava um encontro pela internet com uma mulher e, algum tempo depois, começava a receber ameaças e ser vítima de extorsão. Essa era a forma de agir da líder de uma quadrilha moradora de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. A suspeita, identificada como Camila Francis da Silva, e o marido, Washington Henrique dos Passos, foram presos na Operação Luxúria, realizada na manhã desta sexta-feira (12). As investigações apontam que a criminosa e os comparsas movimentaram pelo menos R$ 600 mil em seis meses e fizeram de 15 a 20 vítimas em todo o Estado.

"Ela mantinha um perfil falso na internet. Quem acessava o site e queria contratar o programa dela, contratava. Ela marcava o encontro, se disponibilizava a ir para outro município ou a pessoa podia ir encontrá-la. Depois, ela descobria que a pessoa era casada, tinha filhos, e começava a extorqui-la, dizendo que iria destruir a família, conversar com a esposa. Uma das vítimas relatou também que recebeu a foto de uma arma", detalhou o delegado Erick Lopes Esteves, da Delegacia de Vila Valério, que encabeçou as investigações.

A trama foi descoberta depois que uma das vítimas registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Vila Valério. "A vítima tinha perdido R$ 30 mil e, quando fui analisar os registros do Espírito Santo, vi que havia ocorrências em diversos outros municípios, com várias vítimas: Santa Maria de Jetibá, Guaçuí, Domingos do Norte, Jaguaré, Vila Valério, Colatina... No Estado inteiro", comentou o delegado.

Na operação desta sexta-feira, o objetivo era cumprir três mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de bens e valores e do afastamento do sigilo financeiro. Até o momento, Camila e o marido foram presos. A Polícia Civil informou que a terceira pessoa com mandado é Wilza de Lima Alves, que está foragida.

Ostentação nas redes sociais

De acordo com as investigações, a líder da organização criminosa não possuía qualquer trabalho formal, mas publicava fotos e vídeos nas redes sociais em lugares como Dubai, Maragogi e Jericoacoara. Recentemente, ela teria custeado cirurgias plásticas para a filha, também com dinheiro das extorsões.

"Era uma verdadeira vida de luxo, porém ela não tinha nenhuma renda formal. Era uma pessoa que pegava o dinheiro e gastava, porque sabia que, a qualquer momento, isso poderia dar problema", destacou o delegado.

Nas buscas desta sexta-feira, diversos itens de luxo, como relógios, óculos, perfumes importados, valores em espécie e um veículo avaliado em R$ 120 mil foram localizados (confira no vídeo acima).

Líder do grupo, que se apresenta nas redes sociais como Camila Francis, ostentava vida de luxo por Redes Sociais

Lavagem de dinheiro

Para lavar o dinheiro, a quadrilha abria contas em nome de terceiros para receber os valores e ainda contraía empréstimos usando essas contas. Wilza é uma das pessoas que participava do grupo nessa função — de receber as quantias em sua própria conta — e tinha até cadastro no programa Bolsa Família.

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