Publicado em 24 de setembro de 2025 às 18:12
O assassinato de João Vitor Alves Pereira, de 20 anos, no dia 1º de junho, em Jaburuna, Vila Velha, aconteceu a mando do traficante preso no Rio de Janeiro, Luan Resende Buarque, conhecido como 'Luanzinho'. Ainda que dentro de uma cela em terras fluminenses, o suspeito lidera a atuação da facção Terceiro Comando Puro (TCP) na Favelinha do Ibes, no município canela-verde. É a partir de ordens dele que acontecem ataques contra rivais, como ocorreu com João. >
O homicídio fez parte da tentativa do TCP de controlar o tráfico de drogas região de Jaburuna, atualmente sob o poder do Primeiro Comando de Vitória (PCV), para quem João trabalhava no mundo do crime. Por ser parte da associação rival ao grupo de Luan, ele se tornou alvo. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) e da Ronda Ostensiva Municipal (ROMU) da Guarda Municipal, que participou da ação, em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (24). >
"Ele tinha mandado de prisão por outros crimes aqui e fugiu para o Rio, lá ele foi preso. Desde quando (Luan) estava solto ele exercia a liderança. Ele foi preso e continuou sendo chefe. E a gente conseguiu, durante a investigação, comprovar que ligaram a Luan antes dos ataques para pedir autorização. Ele libera todo esse armamento do grupo e também financia", explicou o delegado Adriano Fernandes, adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha. >
Conforme a corporação, com a autorização de Luanzinho, quatro pessoas articulam o crime, sendo eles: Marcos Gabriel Teixeira de Andrade, 27, João Soares Pagoto Neto, vulgo 'netinho', 31, João dos Santos Vitor Antunes, vulto 'Vitinho' ou 'Caticoco', 22, e Nicolas Azevedo Soares, de 19 anos. >
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O último faleceu no bairro Olaria, também em Vila Velha, uma semana após participar do crime que vitimou João. Segundo a corporação, o assassinato foi em retaliação pela morte de João. Dois deles – Marcos e Netinho – foram presos em flagrante no dia seguinte ao homicídio. Já Vitinho segue foragido.>
Além do trio, o quarto integrante, Caticoco, participou na logística da execução. Conforme o delegado, ele levou as armas para uma base de operações montada pelo TCP em uma das partes mais altas de um morro em Jaburuna. O local servia como ponto de apoio do TCP para cometer os ataques contra o PCV. >
Conforme a PC, os suspeitos usavam o imóvel para esconder armas e também como refúgio. Essa foi a situação no dia 1º de junho. Após o crime, o trio suspeito de atirar contra João retornou para a residência e Caticoco dirigiu até o local para retirá-los do bairro. A facilidade em se deslocarem pela região e terem um espaço de apoio se deve ao fato de Caticoco já ter morado no local. >
“É uma região de difícil acesso, porém, o Caticoco residia naquela região. Ele era do PCV, só que foi expulso da facção e do bairro. Ele então passou a integrar o TCP e como conhecia todo o mapeamento daquela área acabou facilitando a presença do TCP. Inclusive, para chegar nela, a gente passa por terra e não é uma região frequentada por moradores e nem pelos membros da facção rival”, explicou o delegado.>
Na casa, os policiais apreenderam armas de fogo, munições e carregadores. A reportagem tenta contato com a defesa dos acusados. >
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