Publicado em 22 de maio de 2019 às 15:17
Um engenheiro civil aposentado e psicólogo, que mora na Mata da Praia, em Vitória, é investigado pela Polícia Civil por ameaçar fazer um atentado em um shopping.>
Policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa do investigado, de 61 anos, e apreenderam uma arma de calibre 38 que não estava registrada no nome do suspeito. Foram apreendidos também um CPU de computador, três notebooks e 28 HD's externos.>
Em uma mensagem divulgada em um grupo de WhatsApp, que reúne pessoas do Brasil inteiro para discutir assuntos ligados à cultura, o suspeito diz que está convocando cinco pessoas para "invadir um shopping" na hora do rush e "fuzilar o máximo possível". No texto, ele diz que o grupo vai entrar armado com metralhadoras, granadas e bombas potentes e que, se o plano der certo, outros shoppings e estádios de futebol também se tornariam o alvo. O suspeito, que também tem o hobby de escrever e é caracterizado pela polícia como uma pessoa culta, não cita a localização dos espaços que seriam atingidos. As ameaças foram feitas em março. Segundo o delegado Brenno Andrade, da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), o suspeito também chegou a postar mensagens chamando os atiradores do atentado em uma escola de Suzano, no interior de São Paulo, de heróis.>
>
"Em uma das postagens, ele fala que já tinha um atentado planejado no shopping, disse que as armas estavam no carro e ele falou que pensou e desistiu. Como a Polícia não sabe se isso se trata de um texto fictício ou de uma verdade, precisamos apurar para saber se de fato tem alguma possibilidade disso acontecer ou não e por isso foi cumprido um mandado de busca e apreensão na casa dele", explica o delegado.>
Após o envio das mensagens, o investigado foi banido do grupo e um dos membros o denunciou na Polícia Federal, que encaminhou o caso à Polícia Civil por entender que não se tratava de terrorismo>
O morador da Mata da Praia está na Alemanha com a esposa e só deve retornar no início do próximo mês, segundo o filho do casal que atendeu os policiais. O filho foi ouvido pela Polícia e justificou as mensagens dizendo que o pai, por trabalhar com psicologia, gostava de postar "essas coisas" para ver a reação das pessoas, como se fosse um estudo. O delegado disse que o suspeito vai ser ouvido assim que voltar da Alemanha. "Caso ocorra dele não comparecer à delegacia, aí a polícia pode tomar outras providências que serão possivelmente adotadas", afirma.>
O suspeito pode responder pelos crimes de posse ilegal de arma, por apologia ao crime e apologia ao criminoso e também por causar pânico ou tumulto. A Polícia não identificou parceiros que poderiam ter sido recrutados pelo morador da Mata da Praia e trata, de início, como um caso isolado.>
Por meio de nota, o Conselho Regional de Psicologia da 16ª Região (CRP-16/ES ) informou que o profissional em possui registro ativo no Conselho, estando sujeito a responder a processo ético disciplinar após apuração pela Comissão de Orientação e Fiscalização que analisa os procedimentos adequados referentes ao caso noticiado.>
"Nesse sentido, é importante ressaltar que o trabalho desta autarquia se destina a toda sociedade, à medida que tem como prerrogativa zelar por um exercício profissional ético que contribua para o desenvolvimento e fortalecimento da Psicologia enquanto ciência e profissão. A sociedade deve acionar o Conselho diante de qualquer suspeita de conduta inadequada no exercício profissional. As denúncias são acolhidas e encaminhadas pela Comissão de Orientação e Fiscalização. Por fim, ressaltamos que este Conselho repudia toda e qualquer atitude que fira os valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, sustentáculo do Código de Ética Profissional da Psicóloga/o". >
>
>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta