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Empresário do ES preso na Itália começa a ser julgado por golpes

Empresário do ES preso na Itália começa a ser julgado por golpes

Felipe Medici Toscano é acusado de estelionato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsificação de documentos

Publicado em 30 de agosto de 2019 às 02:02

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Empresário capixaba preso pela Interpol na Itália. (Reprodução/Facebook)

Oito meses depois da prisão do empresário capixaba e agente do mercado financeiro identificado como Felipe Medici Toscano, foi realizada a primeira audiência de instrução, onde uma vítima e quatro testemunhas foram ouvidas, na tarde desta quinta-feira (29), no Fórum de Vila Velha.

O empresário foi detido pela International Criminal Police Organization (Interpol), no dia 19 de dezembro de 2018, na Itália. Felipe é acusado de roubar cerca de R$10 milhões de outro empresário capixaba.

Empresário do ES preso na Itália começa a ser julgado por golpes

De acordo com o advogado de acusação Renan Sales, a audiência teve início às 16h, com término às 20h20. O trabalho desta quinta-feira foi realizado para colher provas para o processo contra o acusado, que está em prisão domiciliar na Itália, segundo o advogado.

“Ele está sendo acusado de estelionato, desvio de dinheiro, organização criminosa e falsificação de documentos. A vítima e as testemunhas indicadas por mim e pelo Ministério Público também foram ouvidas”, disse Renan Sales.

O advogado destacou ainda que, além de Felipe, outras três pessoas também estão sendo acusadas de participação. 

OUTRAS AUDIÊNCIAS

O advogado de acusação Renan Sales informou ainda que uma nova audiência será marcada para que outras testemunhas e os acusados também possam ser ouvidos.

“Ainda não tem data marcada, vamos esperar a Justiça definir. Mas o primeiro passo foi este, juntar mais provas contra eles. Os acusados vão falar na audiência final”, destacou.

Nenhum dos acusados estavam presentes na audiência desta quinta-feira (29).

ITÁLIA X BRASIL

De acordo com o advogado Renan Sales, o acusado Felipe Medici está em prisão domiciliar na Itália onde foi localizado pela Interpol, em dezembro de 2018. O advogado relatou ainda que a Justiça já solicitou o retorno dele para o Brasil.

Empresário capixaba preso pela Interpol na Itália. (Reprodução/Facebook)

Segundo informações da Polícia Civil, o inquérito policial presidido pela Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa) foi concluído e agora está sob responsabilidade da Justiça.

OUTRO LADO

Procurado, o advogado Rodrigo Horta, que defende Felipe Medici Toscano, confirmou a audiência de instrução na tarde da última quinta-feira (29), no Fórum de Vila Velha. Porém, afirmou que não pode comentar como foi a sessão porque envolve, segundo ele, questões de "sigilo bancário".  

Indagado sobre as acusações contra Felipe de estelionato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsificação de documentos, Horta negou que seu cliente tenha cometido os crimes.

"A defesa nega, veementemente, as acusações. Já no que diz respeito aos outros acusados, não posso comentar porque não atuo na defesa deles", disse.

O advogado confirmou que Felipe está em prisão domiciliar na Itália. Perguntado sobre como o cliente está, ele respondeu que não pode passar informações pessoais sobre o acusado. 

VÍTIMA PERDE CERCA DE R$ 10 MILHÕES

O advogado de acusação Renan Sales contou que a vítima, que não está sendo identificada, conheceu Felipe com a intenção de fazer um empréstimo bancário para empresa que possui, mas em seguida desistiu da ação. Foi abordado em seguida com a proposta de Felipe para investir na bolsa de valores em bancos internacionais.

“Ele desistiu de fazer esse empréstimo, mas o Felipe já tinha os dados dele e ofereceu essa proposta. Meu cliente chegou a acompanhar o serviço de Felipe Medici por um ano, na tentativa de conhecer melhor as ações. O Felipe trabalhava muito bem, ele conseguia maquiar as fraudes dele fazendo com que parecesse real o investimento, e meu cliente caiu no golpe em 2014”, relatou.

Sales contou ainda que o investimento da vítima não foi feito todo de uma só vez. “Ele fez o primeiro investimento e acompanhava por um site que o acusado falsificou, se passando por um banco. Além do site falso, o acusado apresentava à vítima relatórios físicos e eletrônicos que continham conteúdo falso, maqueado, que apresentavam, portanto, resultado divorciado da realidade. Os relatórios falsos indicavam que as aplicações financeiras da vítima estavam positivas, enquanto, na verdade, apresentavam resultado negativo”, contou.

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A vítima teria percebido que caiu em um golpe quando precisou retirar o dinheiro e não conseguiu. “Ele entrou em contato com o acusado querendo parte do dinheiro para um investimento na empresa, primeiro o acusado enrolou, depois ele chegou a dizer que era um golpe, temos uma gravação com isso que já está com a Justiça”, afirmou Renan Sales.

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