O coronel da reserva da Polícia Militar, Gustavo Debortoli, considerou o tapa de um sargento da PM contra uma adolescente de 14 anos uma resposta desproporcional. Em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, o coronel declarou que a menina também errou ao tratar o policial de forma violenta, mas que a medida do sargento Isaías Segades de Souza, de 50 anos, foi errada.
Debortoli explicou que o protocolo internacional indica seis medidas que impõe a autoridade do policial, pela ordem: a presença do PM fardado e armado, o controle verbal, o controle por contato (segurando a pessoa), o controle físico (com algemas) e a partir daí o uso de arma não letal e arma letal.
O elemento que temos é o vídeo. Pelo que vemos, ele podia e deveria nesse caso usar o contato, até pela força do policial contra a menina (já que a conversa não estava adiantando). Pelo que apresenta no vídeo, não havia ameaça contra a integridade física. Pela minha avaliação ele errou, explicou.
A confusão começou após uma batida de trânsito na Avenida Norte Sul, na Serra. O empresário Odorico Coelho, de 50 anos, que dirigia o veículo, diz que foi fechado pelo sargento. Logo após uma discussão e irritação por parte da adolescente de 14 anos por causa do pai detido, Isaías Segades deu um tapa no rosto dela.
Gustavo Debortoli também explicou que, dependendo da situação, a adolescente poderia ter sido algemada.
PM SAIU ARMADO
O empresário alegou também que o sargento saiu armado de dentro do carro. A ação, segundo Debortoli, depende da situação - que não pode ser comprovada no vídeo - mas é normal esse tipo de reação.
Depende da ameaça, vai da percepção do policial. Imagina se vemos um veículo com insulfilm e com comportamento estranho. Você não imagina o que vai sair do veículo. Não há como julgar isso sem observar a cena, explicou.
O coronel também explicou que o policial estava tecnicamente em serviço, quando é feito o deslocamento de casa para o trabalho e do trabalho para casa - como foi o caso dele que estava voltando para a residência após um plantão de 12 horas.
Ainda de acordo com o coronel da reserva, como a investigação está em andamento pela Corregedoria da PM, o sargento responde por um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e pode continuar trabalhando, desde que não haja interferência na apuração e nas investigações, algo que deve ser observado pelo comandante do batalhão em que ele trabalha.
REGISTRO DE OCORRÊNCIA
Na manhã desta terça-feira (18), o empresário Odorico Coelho, de 50 anos, compareceu à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) para registrar um boletim de ocorrência contra o sargento da PM Isaías Segades de Souza, de 50 anos. Para ele o PM cometeu um crime ao dar um tapa na cara da filha, que é adolescente.
De acordo com Odorico, a filha ainda não fez exames de corpo de delito no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória. Ele explicou que a filha está sentindo dores no maxilar após a agressão porque retirou um aparelho ortodôntico recentemente.
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