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Crime em posto: suspeito usou luvas e apagou digitais ao matar empresário no ES

Crime em posto: suspeito usou luvas e apagou digitais ao matar empresário no ES

Corpo de Carlos José Pereira, de 62 anos, foi encontrado dentro de um carro no bairro Andorinhas, em Vitória, em julho deste ano; suspeito está preso

Publicado em 15 de outubro de 2025 às 18:29

Paulo da Silva de Oliveira, de 29 anos, foi preso pelo latrocínio do empresário Carlos José Pereira, de 62 anos
Paulo da Silva de Oliveira, de 29 anos, foi preso, suspeito de latrocínio contra o empresário Carlos José Pereira, de 62 anos Crédito: SESP/Divulgação

Com o fim das investigações sobre a misteriosa morte do empresário Carlos José Pereira, encontrado sem vida dentro do carro num posto de combustível em Vitória, a Polícia Civil do Espírito Santo revelou, nesta quarta-feira (15), os detalhes do assassinato. As investigações apontam que a vítima foi asfixiada, no início de julho deste ano, no bairro Andorinhas, quando tentava pedir socorro.

principal suspeito é Paulo da Silva de Oliveira, de 29 anos, preso por outro crime um dia após o corpo da vítima ser achado. Ao ser confrontado com provas durante depoimento, ele confessou o homicídio e contou que o objetivo era roubar dinheiro e outros pertences de Carlos.

Na noite do assassinato, câmeras de videosegurança gravaram Paulo no posto de combustível e depois atravessando a Reta da Penha. “Ele estava com uma luva cirúrgica, com máscara, boné, blusa de manga comprida, tudo para não ser reconhecido. Em seguida, passou mais de 20 minutos limpando as digitais dele do carro e depois saiu tranquilamente, levando alguns pertences pessoais da vítima", frisa o delegado Ramiro Diniz, chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória

Os homens se conheceram em um bar da Serra, onde o suspeito trabalhava, de acordo com as apurações da polícia. Eles saíram algumas vezes e, no encontro que resultou na morte do empresário, o suspeito já havia saído de casa decidido a roubar a vítima, conforme explica o delegado.

Homem é encontrado morto dentro de carro em posto de combustíveis
Carlos foi encontrado morto dentro de carro em posto de combustíveis Crédito: Fernando Madeira

“Carlos buscou o suspeito próximo ao Terminal de Carapina, na Serra, para irem à cachoeira Véu da Noiva [Santa Leopoldina]. Paulo estava com uma mochila e uma faca. Chegando próximo à cachoeira, ele anunciou o assalto e pegou a direção do veículo", detalha o Diniz, ao acrescentar que, depois de a vítima ir para o banco do carona, foi ministrado um medicamento para tranquilizar e diminuir a resistência de Carlos, que ficou mais de 8 horas sob o poder do suspeito.

Durante esse tempo, Paulo tentou realizar diversas transações bancárias com o cartão da vítima, sendo que a maioria delas não funcionou. A partir disso, dirigiu o carro até o posto de gasolina, onde pretendia retirar o dinheiro restante. Ao chegarem no local, Carlos percebeu que havia movimentação e tentou um pedido de socorro. Diante disso, Paulo o asfixiou com as mãos, matando-o.

Após abandonar empresário dentro do carro, suspeito foi flagrado atravessando a Reta da Penha utilizando máscara

Após o crime, Paulo retornou ao local em que morava na Serra, mas, no dia seguinte, foi preso em flagrante ao tentar invadir uma casa no bairro Costa Bela, no mesmo município. Ele foi contido pelos moradores até a chegada da polícia.

Ainda segundo o delegado, a polícia já tinha indícios da participação de Paulo no latrocínio, por isso pediu o mandado de prisão temporária quando ele foi detido pela invasão residencial, inclusive por receio de que ele retornasse ao Amazonas, seu Estado de origem, tornando mais difícil recapturá-lo.

Buscas foram feitas na casa dele, e o celular da vítima, além das roupas utilizadas por Paulo no dia do crime, foram localizados. Um cordão que pertencia ao empresário também havia sido subtraído, mas, segundo o suspeito, foi vendido a um ourives por R$ 150.

Paulo foi autuado pelo crime de latrocínio. Atualmente, ele se encontra preso na Penitenciária de Segurança Média 2, segundo a Secretaria de Estado da Justiça do Espírito Santo (Sejus).

A reportagem tenta localizar a defesa de Paulo da Silva. O espaço segue aberto para manifestação.

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