Publicado em 2 de janeiro de 2019 às 20:01
O momento de confraternização da virada de ano virou um pesadelo para uma comerciante de 34 anos na madrugada da última terça-feira (1º). A mulher foi agredida pelo namorado, um ex-servidor público da Serra, de 40 anos, após uma crise de ciúmes. Ela levou vários golpes após uma discussão e conseguiu uma medida protetiva pedindo o distanciamento dele.>
Nem a mulher e nem o suspeito de agressão serão identificados pela reportagem por motivos de segurança da vítima. À reportagem, a comerciante contou que estava em uma festa de Ano-Novo na casa de uma amiga, com o namorado e a filha de 15 anos. >
No final da festa, minha amiga pediu para que a gente dormisse na casa dela, porque a gente tinha bebido e seria arriscado dirigir. Minha filha ficou em um quarto e eu fui dormir em outro quarto. Quando o abracei, na hora de dormir, ele me deu um soco e disse que eu estava dando mole para outros homens na casa durante a festa", contou.>
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Ainda segundo a comerciante, após a agressão, o namorado teria dito que iria embora e que se jogaria da janela. Ele pegou meu celular e saiu correndo. Eu fui atrás. Na hora que ele estava pulando o muro, eu consegui puxar o aparelho do bolso dele. Ele voltou e conseguiu me alcançar na escada. Tudo aconteceu em muito silêncio até que a gente retornou para o quarto e teve uma quebradeira. Eu levei uma pancada na cabeça e saiu muito sangue, lembrou.>
VEJA FOTOS>
HISTÓRICO DE AGRESSÕES>
A comerciante conta que conheceu o acusado em 2016. Eles começaram a namorar em setembro daquele ano. As agressões verbais, por causa de ciúmes, teriam começado três meses depois. A primeira agressão física aconteceu no quarto mês de namoro. >
Na primeira agressão, fiquei três dias sem trabalhar por causa do olho roxo, mas ele mesmo contou que foi no meio de uma briga, que a gente tinha tomado um vinho e eu caí. Ele foi me imobilizar e bateu o cotovelo no meu olho, sem querer. Nunca aconteceu nada parecido na minha vida, não denunciei na primeira vez, explicou.>
A vítima acreditou que a situação não aconteceria novamente, mas as agressões verbais continuaram, assim como as agressões físicas em algumas ocasiões. Eu fiz a queixa. Fui na delegacia e denunciei ele e logo em seguida teve outra agressão, durante uma viagem. Na estrada, durante a volta, ele chegou a me ameaçar de morte e me tirou do carro em um momento, detalhou.>
Em maio de 2017, a comerciante viajou para Portugal por causa do relacionamento conturbado. Ela morou seis meses no exterior. Mesmo longe do então ex-namorado, ela sempre recebia mensagens do ex-servidor público pedindo para que ela voltasse e retirasse todas as queixas contra ele.>
A gente voltou a se falar. Depois falei que não queria dar andamento na denúncia para ajudar ele por causa de um cargo que ele estava pretendendo. Ele tem uma grande capacidade de manipular e de fazer uma pressão psicológica. Ele desconstruiu todas as agressões e tudo o que aconteceu e tentava mostrar que a gente era uma família. Nunca imaginei que um homem iria conseguir fazer isso comigo, desabafou.>
No Ano-Novo, veio o que para ela foi o ápice de toda a situação, na festa na casa de uma amiga. Ela não chamou a polícia na hora, mas procurou a Delegacia da Mulher, em Vitória, no dia seguinte para fazer a denúncia. Minha filha nem está ficando aqui comigo esses dias. Ela ficou em estado de choque, salientou.>
A comerciante diz que agora quer apenas a distância do acusado e espera que a medida protetiva ajude-a. Ainda não sei se ele foi notificado, mas para mim já está valendo, finalizou.>
O OUTRO LADO>
O ex-servidor público foi procurado para comentar o caso, mas não atendeu as ligações da reportagem. >
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