Casal é preso por usar foto de menina do ES com câncer para criar falsa vaquinha

A Polícia Civil do Espírito Santo, por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibérneticos (DRCC), prendeu um casal na localidade de Riacho Fundo I, em Brasília, na última sexta-feira (13). Eles são investigados por usar fotos da menina capixaba Yara Rohsner para criar falsas vaquinhas e arrecadar dinheiro por meio da internet. A prisão foi realizada com apoio da Polícia Civil do Distrito Federal.

A menina ficou conhecida durante sua luta contra neuroblastoma, um tipo de câncer infantil e raro. Ela morreu em janeiro deste ano nos Estados Unidos. 

O ex-casal foi preso na última sexta-feira (9) em Brasília por criar um perfil nas redes sociais se passando pela jovem. A denúncia foi feita em maio de 2024 pela mãe, que registrou boletim de ocorrência após ser avisada por amigos que a foto da filha estava sendo usada de forma indevida. Os golpistas arrecadaram R$ 60 mil com a fraude, segundo eles próprios relataram à polícia. Foi cumprido um mandado de busca e apreensão, que resultou na prisão preventiva de uma cuidadora de idosos de 21 anos e de um empresário de 22 anos, dono de lanchonete.

Durante as investigações, os dois chegaram a tentar jogar a culpa um no outro, mas acabaram confessando. A mulher foi localizada em uma casa na localidade de Riacho Fundo I e depois informou aos agentes onde o ex-companheiro morava, e o indivíduo foi localizado. Eles admitiram já terem criado ao menos outras sete campanhas falsas desde 2022, usando imagens de crianças com doenças graves para sensibilizar e enganar doadores.

Além disso, a mulher também era suspeita de vender comprimidos abortivos, segundo relatos de ex-namorado. Os investigadores encontraram diversos e-mails relacionados a campanhas fraudulentas e indicaram os crimes de estelionato mediante fraude eletrônica e associação criminosa.

Yara lutava contra o câncer desde 2020 e ficou conhecida em 2023, após cantar “Let it Go”, do filme “Frozen”, comemorando a cura parcial da doença em um hospital de Brasília. Ela havia se mudado para os Estados Unidos com a família para dar continuidade ao tratamento. Uma campanha de arrecadação chegou a ser feita para ajudar os custos da viagem.

Apesar de ter sido parcialmente curada em 2021, Yara, diagnosticada com neuroblastoma, ainda tinha um tumor na região do abdômen, que precisava ser operado, e a expectativa era de que participasse de um estudo para reduzir as chances de retorno da doença.