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Aumento de crimes no ES: secretário diz que responsabilidade não é só da polícia

Aumento de crimes no ES: secretário diz que responsabilidade não é só da polícia

O Espírito Santo teve mais de 900 homicídios em 2020 e o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Coronel Alexandre Ramalho, comentou os números e falou das alternativas para melhorar a situação. Confira a entrevista

Publicado em 5 de novembro de 2020 às 15:12

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Coronel Alexandre Ramalho. Secretário de Segurança Pública e Defesa Social do ES
Coronel Alexandre Ramalho. Secretário de Segurança Pública e Defesa Social do ES. (Vitor Jubini)

De janeiro a outubro de 2020 o Espírito Santo já registrou mais de 900 assassinatos. O número é maior que o registrado ao longo do ano de 2019, quando houve 804 homicídios em todo o Estado. O crescimento da violência assusta e faz o capixaba se perguntar de que forma é possível melhorar a situação da segurança pública. Nesta quinta-feira (5), em entrevista à TV Gazeta, o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Alexandre Ramalho, falou sobre o assunto.

O secretário afirma que os números de 2020 só não são melhores que os do ano passado e diz que segurança pública não depende apenas da polícia, mas de um conjunto que envolva educação, infraestrutura e dignidade para o cidadão. Confira a entrevista:

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    A estratégia é ir para cima de traficantes e homicidas e prende-los, como nós temos feito. Importante destacar para a sociedade, que 2019 foi o melhor ano, de uma série de 24 anos em dados estatísticos, onde se registrou menos de mil homicídios. Claro que nós queríamos continuar com essa pegada de redução, mas 2020 foi um ano diferenciado por conta de tudo que nós enfrentamos na pandemia: redução do nosso efetivo que foi contaminado, solturas diversas que a legislação permitiu, a pobreza que aumentou, emprego formal e informal que diminuíram, e uma economia mundial que despencou. Não estamos em um ano de normalidade, mas ainda assim, diante de todos esses problemas 2020 é segundo melhor ano em uma análise de 24 anos. 2020 só perde para o ano de 2019.

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    Até a data de hoje (quinta-feira, 5 de novembro) nós temos um aumento de 14,4% de aumento na relação 2020 - 2019. Cerca de 80% desses crimes são cometidos com arma de fogo, ligada a uma faixa etária que vai de 15 a 24 anos, com participação muito intensa do tráfico de entorpecentes. O resultado da região Serrana no ano passado também foi muito bom, qualquer número destoaria esse resultado. Na Região Metropolitana nós percebemos um aumento em função do tráfico de entorpecentes estar buscando novos espaços.

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    Existem várias estratégias que nós precisamos definir. Nós tivemos um prejuízo muito grande por conta da pandemia no eixo social do programa estado presente. Alguns programas tiveram que ser interrompidos. O programa estado presente fica no eixo policial e no eixo social. Em um recorte maior, em 2009 nós tínhamos 2034 homicídios no Espírito Santo. Tínhamos uma média de 58 mortes por grupo de 100 mil habitantes. Em 2011 implantamos o programa Estado Presente, em 2014 tivemos uma redução de 25%. E 2019 e 2020 têm sido os melhores anos desse ciclo longo".

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    Da nossa parte é continuar trabalhando com a ostensividade, com a investigação. Somente nesse ano foram presos mais de 1200 homicidas, 3294 armas de fogo retiradas de circulação, uma média de 11 armas por dia. O que mostra que nós estamos trabalhando e tentando reverter esses resultados. É um esforço de todos, do poder Judiciário, do Ministério Público, de ações sociais e da polícia.

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    Nós dissemos na época da promulgação dessa lei que nós não iríamos conseguir evitar que isso acontecesse, nós só conseguimos hoje receber dados que nos interessam, via investigação policial, para identificar quem está comprando em larga escala e por qual motivo. É muito difícil jogar essa demanda em cima da polícia, querer que o policial impeça a pessoa de soltar fogos de artifício, quando isso é um crime. Se o policial chega no momento em que os foguetes estão sendo acesso, o policial não pode fazer absolutamente nada. Precisamos tratar isso de novo com a questão da legislação. Não queremos mais foguetes, a sociedade entendeu que está trazendo transtorno? Vamos conversar com os legisladores para proibir isso, e aí sim a polícia civil e polícia militar possam atuar de forma mais efetiva nessa questão.

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    Os municípios possuem uma integração muito forte com o Estado. Precisamos cada vez mais dar o amparo a essas comunidades de vulnerabilidade social. É um trabalho do governo do Estado, mas também nas esferas dos governos federais e municipais. Os candidatos a prefeitos, que estão se candidatando ao cargo, terem um olhar decisivo para a segurança pública. Isso não se constrói só com efetivo de Guarda Municipal e Polícia Militar, ou Polícia Civil. Iluminação pública, escola, infraestrutura, dignidade ao cidadão, tudo isso faz parte da segurança pública e ajuda muito no trabalho dos nossos policiais.

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Com informações da TV Gazeta

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