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'A mulher vive com medo', desabafa vítima de importunação em ônibus

"A mulher vive com medo", desabafa vítima de importunação em ônibus

A vítima relatou que o suspeito ficou excitado, encostando as partes íntimas no ombro dela

Publicado em 25 de setembro de 2019 às 14:43

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Briza Moreira, de 40 anos, foi vítima de importunação dentro de um ônibus do Transcol. (Caíque Verli)

A manhã desta quarta-feira (25) foi conturbada para a estudante de segurança do trabalho Briza Moreira, de 40 anos. Ela foi uma das vítimas de importunação sexual dentro de um ônibus do Transcol em Jardim Camburi. Um suspeito foi preso e levado para a delegacia.

Briza relatou à polícia que o suspeito ficou excitado, encostando as partes íntimas no ombro dela. "A mulher vive com medo o tempo todo... Fiquei com um sentimento de impotência total. Nós ficamos muito constrangidas", lembrou em entrevista ao Gazeta Online.

Briza contou que esta foi a segunda vez que foi vítima de importunação em coletivos. Ela pediu justiça e fez um desabafo: "Espero que um dia a mulher tenha liberdade de ir e vir com a roupa que quiser e na hora que quiser".

Confira abaixo o relato da vítima:

Como tudo isso aconteceu?

Estava indo para um treinamento em Jardim Camburi. Ele entrou no mesmo ônibus que eu e estava já excitado. Ele olhou para uma senhora sentada atrás de mim com a filha e ela, incomodada, questionou o que estava incomodando ele e ele olhando pra filha dela, que deve ter uns 12 anos. Depois, ele arredou pra perto de mim e começou a roçar no meu ombro e eu empurrei ele com o ombro. Depois ele foi mais à frente e começou a ficar mais próximo da roleta, onde só tinha mulheres. Ele foi atrás de uma outra moça e quase encostava nela. Olhava para as nádegas dela e ficava excitado. Toda mulher que passava ele tentava encostar.

O que você fez?

Levantei incomodada com aquilo e fui até a cobradora e disse que tinha um tarado incomodando todo mundo, que era para ela avisar o motorista, mas ela não avisou. Desci no ponto que tive que descer e quando cheguei no local comecei a ligar para Polícia, que foi me buscar.

Você já tinha medo dentro dos ônibus?

Já. Inclusive sento no corredor por medo, pra não ser assediada. Já tinha sido assediada por um outro homem no passado, que passou a mão na minha coxa. Dei um beliscão nele e levantei. A mulher vive com medo o tempo todo. A gente prefere ficar mais em pé do que sentada e evita ao máximo encostar nos homens, porque a gente não sabe o que pode acontecer.

Qual sentimento que fica diante de uma situação dessas?

De impotência total. Nós ficamos constrangidas com uma situação dessas porque não tem necessidade disso. É uma falta de respeito.

O que você espera daqui para frente?

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Espero que as mulheres denunciem mais e que seja feita justiça. Quero que a mulher tenha liberdade de ir e vir com a roupa que quiser e na hora que quiser.

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