Publicado em 4 de maio de 2018 às 01:27
Em uma rápida entrevista por telefone com a reportagem, a avó da pastora Juliana Salles, que não se identificou, falou sobre a última visita nos netos na casa dela, em Linhares, antes da tragédia. Após responder algumas perguntas, ela preferiu encerrar a conversa.>
CONFIRA A ENTREVISTA:>
Como é o casal Juliana Salles e George Alves?>
É um casal abençoado, que Deus uniu. Somos uma família unida. Agradeço muito a Deus a família que tenho.>
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Os meninos visitavam sua casa?>
Os meninos sempre vinham aqui. Era o divertimento da gente.>
Qual foi a última vez que você viu os meninos?>
Três dias antes [dia 18] eles estiveram aqui. Comprei até um colchão novo para eles dormirem. O Kauã, Joaquim e o primo dormiram aqui e no outro dia foram para casa. Eles fizeram muitas brincadeiras. Esse dia vai ficar marcado...>
Como você está?>
Eu tomo 10 tipos de remédios. Tive que fechar as portas do meu comércio por conta disso (repercussão do caso). É uma coisa muito triste. A gente entrega nas mãos de Deus. Sou mãe de sete filhos e já perdi quatro filhos.>
Deus me dando força, eu não vou desistir jamais. Se Deus quis assim, a gente tem que aceitar. Sei que não vai ser a mesma coisa sem eles (os meninos), mas vou voltar a trabalhar. Os meus amores são os filhos e os netos, a herança que Deus me deu é minha família.>
PASTORA RECEBE AMEAÇAS DE MORTE>
A pastora Juliana Salles, mãe das crianças carbonizadas em Linhares, está recebendo ameaças de morte. A afirmação é dos advogados que fazem a defesa do pastor George Alves, preso no último sábado (28) por atrapalhar as investigações policiais.>
Ainda de acordo com os advogados voluntários que fazem a defesa do pastor, a mãe das crianças está muito abalada após a perda trágica de Kauã e Joaquim e que tem se sentido pressionada por causa de falsas notícias veiculadas nas redes sociais.>
Juliana e George moravam há pouco tempo no imóvel, que era alugado. No dia da tragédia, 21 de abril, ela estava com o filho caçula em um congresso em Minas Gerais. Na casa incendiada estavam o pastor, o filho Joaquim e o enteado Kauã. George disse à polícia que tentou salvar as crianças, mas que não conseguiu.>
DEPOIMENTO E CELULAR APREENDIDO>
A pastora Juliana Salles prestou depoimento na 16ª Delegacia Regional de Linhares na manhã desta quinta-feira (3), e saiu do local aos prantos. Ela chorou durante o depoimento, que demorou quatro horas, e teve o celular apreendido pela polícia. Ela saiu da delegacia em uma viatura descaracterizada, ainda chorando.>
Procurada pela reportagem, a defesa do pastor George informou que teve acesso ao inquérito policial e está estudando o caso. Uma junta com cinco advogados faz a defesa. Segundo uma das advogadas que representa o acusado, a polícia foi precipitada em prender o pastor, uma vez que ele estava à disposição e em nenhum momento se recusou a prestar depoimento.>
Além disso, a defesa disse que não há fundamentos para a manutenção da prisão e reitera que acredita na inocência de George. Também questiona o fato de os peritos terem recolhido o ar-condicionado apenas na quarta-feira, sendo que desde o início todos mencionaram a possibilidade do fogo ter iniciado no aparelho.>
Questionada sobre um possível pedido de habeas corpus, a defesa avisou que já está tomando as providências. Sobre o estado do pastor, a advogada não quis se pronunciar.>
Quem também prestou depoimento nesta quinta-feira foi um membro da Igreja Batista Vida e Paz, que emprestou o carro a George, um Classic preto. Na última quarta-feira foi realizada uma perícia no veículo com o uso do luminol, uma substância que detecta vestígios de sangue. O automóvel foi devolvido ao proprietário.>
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