O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de São Mateus, na região Norte do Estado, voltou a utilizar água de poços artesianos no sistema de abastecimento da população. A medida foi tomada após medições mostrarem que a salinidade da água ultrapassou os limites permitidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com a prefeitura, no último final de semana testes realizados na água captada no Rio Cricaré, mostraram que a salinidade da água ultrapassou 4400ppm na maré cheia. O limite permitido pela OMS para consumo humano é de 250ppm.
A medição é feita de hora em hora, de dia e também durante a noite, 24 horas, sete dias por semana. Quando a maré está alta a salinidade vai subindo e fica fora do permitido. Nesse momento nós paramos a captação e entramos com as águas dos poços para garantir o abastecimento, explica o diretor do SAAE de São Mateus, Renê Kherlakian.
Segundo Kherlakian, a captação no Rio Cricaré é feita até atingir 220ppm, ou seja, antes de chegar ao limite permitido pela OMS, garantindo assim que a água seja entregue a população dentro dos parâmetros de qualidade exigidos por lei. O município possui atualmente 15 poços artesianos sendo utilizados de forma complementar no abastecimento.
De acordo com a prefeitura de São Mateus, o prefeito Daniel Santana solicitou ao SAAE a elaboração de um projeto para mudar o ponto de captação de água no Rio Cricaré. O objetivo é levar a captação para as proximidades do bairro Jambeiro, onde a salinização demora mais tempo para chegar nesse ponto do rio. O prefeito disse que está buscando apoio junto a deputados estaduais e federais para conseguir recursos para executar o projeto.
Os moradores de São Mateus sofrem com o problema de salinidade na água há vários anos. O problema ocorre sempre que o mar invade o Rio Cricaré, local onde é captada a água que abastece a cidade. Por conta disso, a estação precisa ser desligada por alguns períodos, sempre que a salinidade ultrapassa o permitido.
Em 2017, o município sofreu com uma grave crise hídrica que deixou a cidade sem água. O abastecimento até foi mantido pelo SAAE, mas a água que chegava nas torneiras só podia ser usada nas tarefas domésticas.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta