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PM é chamada após confusão com vereador em hospital no Norte

PM é chamada após confusão com vereador em hospital no Norte

De acordo com a ocorrência, Gileno Gomes da Silva (SD) é suspeito de xingar uma recepcionista do hospital da cidade, o Menino Jesus.

Publicado em 28 de fevereiro de 2018 às 12:50

Vereador Gileno Gomes da Silva (SD) Crédito: Divulgação | Câmara Municipal de Pedro Canário

A Polícia Militar registrou um boletim de ocorrência de calúnia, difamação e injúria na noite desta terça-feira (27), em Pedro Canário, Extremo Norte do Estado, envolvendo o vereador Gileno Gomes da Silva (SD). De acordo com a ocorrência, o parlamentar é suspeito de xingar uma recepcionista do hospital da cidade, o Menino Jesus.

Policiais foram ao hospital após a informação de que um homem tumultuava a recepção. Seis pessoas que se encontravam no local contaram que o vereador chegou muito alterado e pediu uma cadeira de rodas para transportar uma mulher que passava mal. Ainda segundo as testemunhas, a recepcionista solicitou de forma educada que aguardasse um instante que ela iria buscar a cadeira.

Ao retornar e abrir a porta para entregar a cadeira, a recepcionista perguntou o que a paciente estava sentindo. O vereador, de acordo com as testemunhas, disse que não sabia informar porque ele não é médico e que, se ele fosse médico, faria o diagnóstico e não precisaria levar a paciente até o hospital.

Segundo as pessoas que aguardavam atendimento na recepção, o homem ficou ainda mais exaltado e se identificou como sendo o vereador Gileno Gomes da Silva. Em seguida, de acordo com as testemunhas, ele xingou a recepcionista e acrescentou que ali só trabalhavam vagabundos, que é ele quem aprova a autorização dos contratos, e que "tem moral" com o diretor do hospital.

A recepcionista vítima das calúnias confirmou os fatos. De acordo com o boletim da ocorrência, a forma que o vereador xingava a vítima foi tão alta que os pacientes internados se levantaram e foram até as proximidades da recepção para verificar o que estava acontecendo. Um médico plantonista também testemunhou o fato.

Após ouvir a vítima, um policial se dirigiu até Gileno no momento em que ele falava ao telefone. O soldado pediu para que Gileno desligasse para dar andamento ao atendimento da ocorrência. Gileno interrompeu o PM e disse que já estava tudo resolvido, pois ele já havia falado com o diretor do hospital e que, no outro dia, pela manhã, o diretor tomaria as providências cabíveis em relação à recepcionista.

O policial pediu o documento de identificação ao vereador, mas Gileno disse que não portava nenhum documento. Em seguida, Gileno disse que todos no local estavam mentindo e que ele não havia xingado a recepcionista.

A PM ressaltou que, em dezembro de 2016, o vereador teve a mesma atitude com outra recepcionista do hospital e, coincidentemente, a funcionária foi despedida logo o episódio.

OUTRO LADO

Por telefone, o vereador Gileno Gomes da Silva (SD) disse que foi a recepcionista quem se exaltou. "Ela usou uma palavra que eu não vou nem pronunciar. Na hora que eu falei que eu não posso diagnosticar porque não sou médico e, se eu fosse, não levaria ao hospital, dava medicamento, ela zangou, usou uma palavra que eu não gostei, e eu me senti ofendido. Disse a ela 'você me respeita que eu sou um vereador, estou representando o povo'. Ela se exaltou e falou várias coisas. Eu respondi, mas não a ofendi".

O parlamentar contou que a família da mulher que passou mal chegou à casa dele para pedir ajuda. Ele a levou de carro até o hospital, mas ela não conseguia sair do veículo. "Fui até a recepcionista, disse que a pessoa não conseguia sair do carro, e pedi uma cadeira. Ela disse para esperar. Esperei. Ela trouxe a cadeira e perguntou o que a paciente tinha. Eu disse que só sabia que ela não estava bem. Mas a recepcionista falou 'você tem que falar o que ela tem'. A funcionária tinha que perguntar à família".

Gileno disse que a paciente mora na comunidade de Floresta do Sul. Ela ficou cerca de duas horas no hospital, onde recebeu medicação e ficou em observação. Depois, foi liberada.

Sobre o episódio ocorrido em dezembro de 2016, o vereador informou que pediu ao hospital para encaminhar o pai, na época com 94 anos, para o Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, mas a recepcionista não queria atendê-lo.

"Conversei com o diretor do hospital e ele tomou as providências dele. Ela foi exonerada do cargo porque é má funcionária. Nunca pedi a exoneração de nenhum funcionário". Na época, o pai do parlamentar foi levado em carro particular para o Hospital Roberto Silvares. Depois, ele foi transferido para o Hospital Meridional, mas não resistiu.

RECEPCIONISTA AINDA NÃO PROCUROU A POLÍCIA

A Polícia Civil explicou, por meio de nota, que crimes contra a honra são divididos em calúnia, difamação e injúria, cuja ação penal é privada - o direito de acusar pertence exclusivamente ao ofendido. Informou também que, até o momento, não consta representação por parte da vítima.

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