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Número de incêndios em vegetação aumenta em Colatina

Número de incêndios em vegetação aumenta em Colatina

Entre os meses de maio e julho, bombeiros já atenderam 51 ocorrências no município

Publicado em 23 de julho de 2019 às 22:19

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Incêndio de grandes proporções tomou vegetação próximo ao CDPCOL, em Colatina. (Corpo de Bombeiros)

Não é novidade que o período de seca, compreendido entre os meses de maio e novembro, faz com que incêndios em vegetação sejam mais comuns em todo o Espírito Santo. Neste ano, porém, os bombeiros da 3ª Companhia Independente de Colatina estão trabalhando mais: de maio a julho, já foram 51 casos – um aumento de 34%, se comparado ao mesmo período de 2018.

E este número não para de crescer. Apenas na última quinta-feira (18), eles atenderam mais 14 incêndios no município. Vale ressaltar que tais dados não levam em conta os atendimentos realizados nas outras dez cidades do Noroeste do Estado, de Mantenópolis a Itarana, pelas quais a unidade também é responsável.

Incêndio atingiu área de aproximadamente quatro hectares em Colatina, no Noroeste do ES. (Alessandra Lerbach)

Na tentativa de minimizar os estragos, os bombeiros priorizam os incêndios em que há maiores chances de perda de vida humana, seguidos por aqueles com mais riscos a bens materiais. Por vezes, orientações de controle ou combate de chamas são passadas por telefone à população. Algumas Defesas Civis também possuem treinamento para este tipo de situação.

O MAIOR DOS INCÊNDIOS

No final da tarde da última sexta-feira (19), os bombeiros foram acionados para combater o maior incêndio de vegetação registrado neste ano em Colatina. As chamas consumiram uma área de pasto estimada em 70 alqueires, próximo ao Centro de Detenção Provisória da cidade. A frente de fogo era superior a 4 km e foram necessários mais de 40 mil litros de água para combatê-lo.

Incêndio de grandes proporções tomou vegetação próximo ao CDPCOL, em Colatina. (Corpo de Bombeiros)

90% DE CAUSA HUMANA

De acordo com o Aspirante Flávio Cirino, mais de 90% dos incêndios em vegetação são decorrentes de ação humana. “Quando há vários focos espalhados, é quase certo que o fogo foi causado por alguma pessoa. Tenha ela intenção criminosa ou não”, explicou. Por isso, após o combate às chamas, um boletim é confeccionado e enviado às autoridades competentes.

MULTA PODE CHEGAR A R$ 20 MIL POR HECTARE

Responsável pela fiscalização, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) busca a identificação do autor de qualquer incêndio ilegal. “Esse é a nossa maior dificuldade, porque é difícil descobrir o responsável. Muitas vezes, não é o proprietário, mas uma pessoa de forma criminosa”, disse o engenheiro agrônomo Raphael Albane.

Foco de incêndio foi registrado em área de vegetação nativa em Marilândia, no dia 15 de julho deste ano. (Corpo de Bombeiros)

Segundo ele, a multa ao responsável não possui valor fixo. “Nós levamos em conta, principalmente, a perda ambiental, o dano causado à natureza. A quantia, então, pode variar de R$ 600 a R$ 20 mil por hectare, dependendo também de outros agravantes ou atenuantes que consideramos no cálculo”, explicou Albane.

PERÍODO DE QUEIMADAS PROIBIDAS

Por causa da baixa incidência de chuvas e do clima mais seco, o governo do Espírito Santo proíbe qualquer tipo de queimada entre o início do dia 1 de maio e o final do dia 31 de outubro. Neste período, como o fogo consegue se propagar muito mais rápido devido às condições climáticas, nem as queimadas controladas são permitidas.

No restante do ano, os proprietários que desejarem queimar as próprias plantações devem possuir uma autorização do Idaf. Para obter o parecer favorável, é necessário explicar o objetivo da queima e passar por uma vistoria técnica, que também indicará os procedimentos necessários, como a presença humana obrigatória a cada 100 m de propriedade.

Um incêndio foi registrado no bairro Ayrton Senna, em Colatina, no dia 15 de julho deste ano. (Corpo de Bombeiros)

DENUNCIE

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Quem souber de qualquer incêndio em vegetação deve registrar o caso junto às autoridades. São três os caminhos possíveis: junto à Polícia Militar Ambiental; junto ao Corpo de Bombeiros, através do número 193; e junto à ouvidoria do Estado, através do site oficial ou do telefone 0800 022 1117. As ligações são gratuitas.

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