> >
Vídeo mostra nascimento de filhotes de onças-pintadas no ES

Vídeo mostra nascimento de filhotes de onças-pintadas no ES

Imagens foram captadas por câmeras de videomonitoramento instaladas em área de manejo onde todo o parto, bem como os primeiros cuidados da mãe com os filhotes, foram acompanhados; veja

Publicado em 2 de setembro de 2019 às 18:53

Filhotes de onças-pintadas que nasceram no Espírito Santo Crédito: Reprodução | Zoo Park da Montanha

Imagens da câmera de videomonitoramento de um zoológico de Marechal Floriano, na Região Serrana do Espírito Santo, registraram o momento do nascimento da duplinha de filhotes — que está fazendo sucesso nas redes sociais — de onças-pintadas no último dia 20 de junho. A gravação foi concedida à TV Gazeta.

VEJA VÍDEO

Conforme informou o estabelecimento, o primeiro a nascer foi o pintado, e cerca de 20 minutos depois nasceu o preto. A gestação das onças dura de 90 a 110 dias e os irmãos já passaram por avaliações de veterinários.

Os filhotes — dois machos — serão batizados pelo público nesta segunda-feira (2). É que o Zoo Park vai fazer uma votação por meio de redes sociais onde os internautas poderão escolher o nome das onças recém-nascidas.

O NASCIMENTO

A notícia do nascimento agritou o local, já que este ano ambientalistas alertaram que o animal, de nome científico Panthera onca, está na lista de risco de extinção no Brasil.

De acordo com informações divulgadas pelo Zoo Park, a reprodução em cativeiro é considerada rara, já que é preciso que os animais estejam em um ambiente adequado, livre de estresse e que o casal tenha afinidade. Os dois irmãos são filhos da onça-pintada Tupã e do macho Negão, que morreu antes de ver os filhotes.

Negão, que era uma onça-preta deixou a genética reforçada em um dos filhotes. A variação de pelagem é chamada de melanismo — fenômeno caracterizado pela produção excessiva, concentrada e considerável do pigmento negro, a melanina. Os irmãos já passaram por avaliações de veterinários e estão adaptados ao zoológico.

LADO FEROZ

Segundo o parque informou, os filhotes são brincalhões e sadios, e já mostram um lado feroz — um exemplo é que já começaram a comer carne moída. Na manhã desta sexta-feira (30), eles tomaram o primeiro banho sob o olhar atento da mamãe onça, que chegou a retirar um dos filhotes da água. 

Nascem primeiros filhotes de onças-pintadas em cativeiro no Espírito Santo Crédito: Divulgação | Zoo Park da Montanha

No Brasil, esse é o terceiro nascimento de onças-pintadas em cativeiro em 2019. Os outros foram em Goiânia (GO) e em Foz do Iguaçu (PR).

AINDA NÃO PODEM RECEBER VISITAS

Os pequenos felinos foram avaliados pela equipe de profissionais do zoológico quando tinham 45 dias de vida. Na ocasião, já pesavam 3,9 e 4 quilos. Eles ainda não poderão ser vistos pelos visitantes do zoológico, já que por precaução, eles precisam estar maiores para não se estressarem com a presença das pessoas. 

Nos próximos dias, os visitantes do local poderão ver o dia a dia da mãe Tupã e os filhotes, por uma tela de TV. Ainda não se sabe quando o sistema estará disponível.

FILHOTES CAPIXABAS

Os filhotes são capixabas, mas a mãe Tupã, que vive há cinco anos no zoológico, veio do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) do Exército, que fica em Manaus, no Amazonas. Negão chegou ao zoológico vindo de Belem do Pará.

Nascem primeiros filhotes de onças-pintadas em cativeiro no Espírito Santo Crédito: Divulgação | Zoo Park da Montanha

A veterinária Kristal Furno informou que no Brasil há uma única espécie de onça-pintada.  "A população de felinos em cada um desses biomas sofre diferentes tipos e níveis de ameaças, por isso é importante a reprodução em cativeiro. E quando isso acontece, como é o nosso caso no zoológico, é um dos indicadores de que os animais estão sendo bem tratados e com o ambiente adaptado a eles", disse.

REPRODUÇÃO EM CATIVEIRO É DIFÍCIL

A reprodução em cativeiro dessa espécie não é fácil. A bióloga Thatiane Lázaro pontuou que é preciso de manejo e muito cuidado, pois é natural da mamãe onça comer os filhotes, principalmente por estresse ou medo — um dos motivos de os filhotes ainda não estarem disponíveis para serem vistos no local.

Ainda segundo a bióloga, a reprodução em cativeiro contribui muito para a conservação da espécie. “Esses filhotes podem fornecer material genético para projetos de pesquisa que trabalham nessa causa, tentando a reintrodução de animais em vida livre”, detalhou.

O período de aproximação entre o macho e a fêmea demorou, aproximadamente, seis meses até a total interação entre eles. A equipe técnica, composta pela bióloga Thatiane, a veterinária Kristal e o veterinário Eduardo Lázaro de Faria da Silva, acompanhou desde a cópula ate os primeiros sinais de contração.

Foram instaladas câmeras na área de manejo, onde todo o parto, bem como os primeiros cuidados da mãe com os filhotes foram acompanhados. 

"icamos 24 horas de plantões, monitorando os filhotes e acompanhando todo comportamento da mãe, que é uma mãezon"

Kristal Furno, veterinária

PRESERVAÇÃO DE ESPÉCIE

Conforme relatou a gestora do Zoo Park da Montanha, Rosângela Vieira, o objetivo é continuar contribuindo com a preservação da espécie, com a reprodução de mais onças. 

“Temos mais uma onça, a Tainá, que queremos que reproduza também. Uma das funções dos zoológicos é a manutenção de espécies. E se conseguirmos reproduzir mais onças-pintadas, podemos enviar para outros locais no Brasil que trabalham na manutenção da espécie”, finalizou Rosângela.

Este vídeo pode te interessar

  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais