Publicado em 3 de agosto de 2019 às 00:45
Inaugurado há seis meses, o Atlântica Parque, na orla de Camburi, se consolidou como um dos principais atrativos para turismo ao ar livre de Vitória. O local possui área para prática de esportes e lazer. Entretanto, também se tornou um dos pontos de tráfico de drogas da Capital.>
A construção do parque foi uma parceria da Vale com a Prefeitura Municipal de Vitória por compensação ambiental por parte da mineradora, e a gestão foi repassada à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam).>
Um dos objetivos era justamente reduzir o índice de violência na região com um processo de modernização e ocupação da área pela população do bairro. Os assaltos diminuíram, mas a localidade se tornou alvo de traficantes de drogas.A Polícia Militar realizou pelo menos duas apreensões no parque com suspeitos de venda de entorpecentes em aproximadamente 24 horas.>
No dia 22, segunda-feira, dois adolescentes foram apreendidos com seis bolas de haxixe, 27 pedras de crack, 12 buchas de maconha, 29 pinos de cocaína e R$ 78,50 em espécie. Já na terça-feira, 23, um homem foi detido com oito buchas de maconha e dez pedras de crack.>
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A vigilância no local é realizada por uma empresa terceirizada, contratada pela Prefeitura Municipal de Vitória. Segundo o chefe da Equipe de Administração de Parques de Vitória, Diego Cupertino, são 5 guardas que realizam a segurança no local 24 horas por dia, revezando em turnos.>
Além disso, a Guarda Municipal e a própria Polícia Militar realizam de forma compartilhada a segurança do local.>
Quem também auxilia na segurança do parque é a Coordenação de Ordem Pública e Segurança Comunitária da ACJAC. Após reunião na última quinta-feira (25) de participantes do grupo com a Polícia Militar e a Guarda Municipal, que envolveu ainda membros da Secretaria de Meio Ambiente e o presidente da Associação, Aluísio Marluci, foi feito um plano para melhorar a segurança no parque.>
Foi formado um grupo de trabalho elaborado pela ACJAC e a Polícia Militar, envolvendo a Polícia Civil, a Guarda Municipal e a Secretaria de Meio Ambiente. Esse grupo visa uma melhoria nas análises do monitoramento por câmeras do parque para, assim, identificar melhor as atividades ilícitas na região, contou Marluci.>
Marluci também explicou que a comunidade de Jardim Camburi terá um canal de comunicação mais imediato com a Polícia Militar, de forma que, caso haja uma atividade suspeita no local, o morador pode ligar diretamente para a 12ª Companhia Independente de Polícia Militar, que fica em Jardim Camburi e um policial plantonista atenderá imediatamente ao telefonema.>
Além disso, serão feitas análises para melhorias estruturais no Atlântica Parque, como ajustes na iluminação pública, o que ajudaria a inibir criminosos. Por fim, a área passará a fazer parte do cerco tático da Polícia Militar, se tornando um dos pontos base de patrulha, o que reforçará o policiamento.O>
Capitão Vitor Lima, da 12ª Companhia Independente, que é a responsável pelo policiamento no bairro de Jardim Camburi, confirma os acordos deliberados na reunião com a ACJAC.>
O Capitão afirma que, por parte da Polícia Militar, o dever de fato é aumentar o policiamento. Vamos incrementar o patrulhamento no local por meio do grupo de abordagem atuando dentro e ao redor do parque e enviando mais viaturas, disse, ressaltando, ainda, a importância da ACJAC, que forneceu as demandas necessárias para a PM entender melhor o funcionamento do bairro e da região. Nos ajudaram ouvindo e participando das demandas da população e nos informando. É importante o registro das ocorrências pelos moradores, isso auxilia nosso trabalho, afirmou.>
INSEGURANÇA>
O estudante Fábio Brito, 22, é morador de Jardim Camburi e utiliza a área recreativa do Atlântica Parque, além de fazer parte de um projeto de forró que acontece por lá. Ele diz que o parque sempre está cheio, sendo um local importante de convivência entre os moradores. Porém, acredita que o policiamento no local não cumpre com seu dever.>
O patrulhamento existe, mas os guardas que estão lá não agem muito, nem a polícia. Já impediram brigas de forma bem rápida, por exemplo. Mas o tráfico de drogas acontece no parque e nem a polícia nem a segurança privada têm muitas ações contra isso, afirmou.>
Já Filipe Rody, 18, não é morador do bairro mas frequenta o Atlântica Parque por conta da pista de skate. Ele diz que os seguranças particulares do local não interferem em crimes que ocorrem e, inclusive, já presenciou um amigo sendo assaltado e os seguranças não agiram.>
Meu amigo estava no parque e foi assaltado por um homem, só chamaram a polícia quando ele fugiu. Os seguranças estão lá para proteger o parque, e não as pessoas que frequentam, conta. O jovem ainda afirma que o policiamento existe, mas não é frequente no local.>
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