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Traficantes usam Atlântica Parque, em Vitória, para vender drogas

Traficantes usam Atlântica Parque, em Vitória, para vender drogas

A construção do parque foi uma parceria da Vale com a Prefeitura Municipal de Vitória por compensação ambiental por parte da mineradora

Publicado em 3 de agosto de 2019 às 00:45

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Parque Atlântica, em Jardim Camburi . (Ricardo Medeiros)

Inaugurado há seis meses, o Atlântica Parque, na orla de Camburi, se consolidou como um dos principais atrativos para turismo ao ar livre de Vitória. O local possui área para prática de esportes e lazer. Entretanto, também se tornou um dos pontos de tráfico de drogas da Capital.

A construção do parque foi uma parceria da Vale com a Prefeitura Municipal de Vitória por compensação ambiental por parte da mineradora, e a gestão foi repassada à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam).

Traficantes usam Atlântica Parque, em Vitória, para vender drogas

Um dos objetivos era justamente reduzir o índice de violência na região com um processo de modernização e ocupação da área pela população do bairro. Os assaltos diminuíram, mas a localidade se tornou alvo de traficantes de drogas.A Polícia Militar realizou pelo menos duas apreensões no parque com suspeitos de venda de entorpecentes em aproximadamente 24 horas.

Essa reportagem foi escrita por um participante do Curso de Residência em Jornalismo. (Divulgação)

No dia 22, segunda-feira, dois adolescentes foram apreendidos com seis bolas de haxixe, 27 pedras de crack, 12 buchas de maconha, 29 pinos de cocaína e R$ 78,50 em espécie. Já na terça-feira, 23, um homem foi detido com oito buchas de maconha e dez pedras de crack.

A vigilância no local é realizada por uma empresa terceirizada, contratada pela Prefeitura Municipal de Vitória. Segundo o chefe da Equipe de Administração de Parques de Vitória, Diego Cupertino, são 5 guardas que realizam a segurança no local 24 horas por dia, revezando em turnos.

Além disso, a Guarda Municipal e a própria Polícia Militar realizam de forma compartilhada a segurança do local.

Quem também auxilia na segurança do parque é a Coordenação de Ordem Pública e Segurança Comunitária da ACJAC. Após reunião na última quinta-feira (25) de participantes do grupo com a Polícia Militar e a Guarda Municipal, que envolveu ainda membros da Secretaria de Meio Ambiente e o presidente da Associação, Aluísio Marluci, foi feito um plano para melhorar a segurança no parque.

“Foi formado um grupo de trabalho elaborado pela ACJAC e a Polícia Militar, envolvendo a Polícia Civil, a Guarda Municipal e a Secretaria de Meio Ambiente. Esse grupo visa uma melhoria nas análises do monitoramento por câmeras do parque para, assim, identificar melhor as atividades ilícitas na região”, contou Marluci.

Marluci também explicou que a comunidade de Jardim Camburi terá um canal de comunicação mais imediato com a Polícia Militar, de forma que, caso haja uma atividade suspeita no local, o morador pode ligar diretamente para a 12ª Companhia Independente de Polícia Militar, que fica em Jardim Camburi e um policial plantonista atenderá imediatamente ao telefonema.

Além disso, serão feitas análises para melhorias estruturais no Atlântica Parque, como ajustes na iluminação pública, o que ajudaria a inibir criminosos. Por fim, a área passará a fazer parte do cerco tático da Polícia Militar, se tornando um dos pontos base de patrulha, o que reforçará o policiamento.O

Capitão Vitor Lima, da 12ª Companhia Independente, que é a responsável pelo policiamento no bairro de Jardim Camburi, confirma os acordos deliberados na reunião com a ACJAC.

O Capitão afirma que, por parte da Polícia Militar, o dever de fato é aumentar o policiamento. “Vamos incrementar o patrulhamento no local por meio do grupo de abordagem atuando dentro e ao redor do parque e enviando mais viaturas”, disse, ressaltando, ainda, a importância da ACJAC, que forneceu as demandas necessárias para a PM entender melhor o funcionamento do bairro e da região. “Nos ajudaram ouvindo e participando das demandas da população e nos informando. É importante o registro das ocorrências pelos moradores, isso auxilia nosso trabalho”, afirmou.

INSEGURANÇA

O estudante Fábio Brito, 22, é morador de Jardim Camburi e utiliza a área recreativa do Atlântica Parque, além de fazer parte de um projeto de forró que acontece por lá. Ele diz que o parque sempre está cheio, sendo um local importante de convivência entre os moradores. Porém, acredita que o policiamento no local não cumpre com seu dever.

“O patrulhamento existe, mas os guardas que estão lá não agem muito, nem a polícia. Já impediram brigas de forma bem rápida, por exemplo. Mas o tráfico de drogas acontece no parque e nem a polícia nem a segurança privada têm muitas ações contra isso”, afirmou.

Já Filipe Rody, 18, não é morador do bairro mas frequenta o Atlântica Parque por conta da pista de skate. Ele diz que os seguranças particulares do local não interferem em crimes que ocorrem e, inclusive, já presenciou um amigo sendo assaltado e os seguranças não agiram.

“Meu amigo estava no parque e foi assaltado por um homem, só chamaram a polícia quando ele fugiu. Os seguranças estão lá para proteger o parque, e não as pessoas que frequentam”, conta. O jovem ainda afirma que o policiamento existe, mas não é frequente no local.

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