Aberta há quase 60 anos, em 1961, a padaria Monte Líbano localizada entre o Parque Moscoso e a Vila Rubim, na região do Centro de Vitória, vai fechar as portas. O último dia de funcionamento será nesta quinta-feira (04).
Já saudosos, clientes usaram o Facebook para lamentar o fim dos trabalhos no local. Um dos proprietários falou ao Gazeta Online sobre os motivos para a decisão e agradeceu a preferência de tantos anos dos clientes.
Cheia de recordações do estabelecimento, que fica na mesma calçada do bar da família há décadas, a professora aposentada Elisabeth Caseira fez um desabafo no Facebook e, em seguida, conversou com a reportagem.
"Foi a primeira padaria da rede Monte Líbano do lado do bar do meu pai, o Bar Santos. O bar abriu em 1928 e, em 1938, meu tio passou para o meu avô. Os grandes amigos do meu pai foram Roberto Calil e Jorge Buery".
Elisabeth conta que os dois amigos do pai foram os primeiros proprietários da padaria. "Inclusive foram padrinhos dos meus irmãos e frequentavam a minha casa direto. Depois eles passaram para o seu Helio, que hoje é ainda o dono da padaria. Ela abriu em outros lugares, mas a nossa ele vai fechar", lamentou.
A aposentada mora na Vila Rubim e diz que a relação com a confeitaria é muito grande. "Quando os primeiros proprietários abriram, eles eram muito amigos dos nossos pais. O pão de sal deles, pra mim, é o melhor. É perfeito", elogia.
"É COM GRANDE PESAR QUE FECHAMOS"
Um dos proprietários da padaria, Flávio de Castro Mendes contou os motivos para o fim das atividades no local. Segundo ele, insegurança, falta de incentivos do poder público no Centro e questões comerciais pesaram na hora de tomar a decisão.
A Monte Líbano do Centro vai fechar?
A gente está fechando a loja do Centro. A padaria continua nos outros cinco endereços, a gente pretende abrir novas. Só a do Centro que nós estamos fechando.
Por que vocês tomaram essa decisão?
O Centro hoje caiu muito. É difícil manter o resultado lá. Tem a insegurança. É uma loja que hoje não é viável. Caiu muito o número de pessoas que moram no Centro. É uma opção mesmo comercial.
Os funcionários vão para outras lojas?
Foi dada a opção a todos os funcionários. Aqueles que querem continuar, vão continuar com a gente e, os que não quiseram, a gente vai fazer a rescisão.
E vocês pretendem abrir outra padaria em outro endereço?
A gente tem planos de expandir. O local a gente ainda tá analisando. A gente não está em crise. Estamos fechando aquela loja por uma questão estratégica, econômica. A loja precisa dar resultado e o Centro está muito largado. Os nossos funcionários reclamam de gente que dorme na porta, usuário de drogas que invadem. É difícil trabalhar no Centro.
Agradecimento.
A gente agradece muito a preferência dos clientes. A gente está sentido de fechar, não é com alegria que a gente está encerrando lá. É a nossa primeira padaria.
O Centro precisa de uma revitalização, carece de ter um apoio do poder público para que as pessoas fiquem lá.
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