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Testemunhas ligadas a câmera colocada no quarto de Milena são ouvidas

Testemunhas ligadas a câmera colocada no quarto de Milena são ouvidas

A polícia acredita que o ex-policial tenha retirado o equipamento logo após o crime

Publicado em 17 de janeiro de 2018 às 21:27

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Hilário Frasson é acusado de mandar matar a médica Milena Gottardi. (Paulo Cordeiro | TV Gazeta)

Duas das testemunhas previstas para depor em audiência desta quarta-feira (17) são ligadas ao caso do Hilário Frasson ter instalado câmeras para monitorar a rotina da ex-mulher, Milena Gottardi. Marcelo Thompson e Ulisses Nascimento de Oliveira foram intimados pelo Ministério Público para prestar depoimento no Fórum Criminal de Vitória.

Marcelo Thompson é agente da Polícia Federal e indicou a empresa Webcam para o Hilário contratar o serviço. Já Ulisses é funcionário da empresa que fez a instalação na casa de Milena.

Na época da separação, período entre março e abril, o policial civil Hilário Frasson, inconformado com a situação, entrou em contato com uma empresa de segurança que pertence a um agente da polícia federal aposentado, segundo informações do delegado Janderson Lube, à frente da investigação pela Delegacia de Homicídios Contra Mulher.

Para a polícia, é mais uma amostra das ameaças e da vigília que a vítima sofria em relação ao ex-companheiro. “Dentro da perseguição que ele fazia com Milena, existem indícios de que Hilário procurou profissionais do ramo da segurança para que fossem instaladas câmeras de segurança em dois cômodos do apartamento que pertencia ao casal, inclusive uma delas sobre a cama da ex-mulher para vigiar a rotina”, afirmou o delegado Janderson no dia 19 de outubro do ano passado.

No entanto, a polícia acredita que o ex-policial tenha retirado o equipamento logo após o crime. “O ex-marido foi ao apartamento onde Milena morava com a mãe, após fazer a liberação do corpo da médica no DML, carregando um envelope. Lá permaneceu por cerca de 20 minutos e saiu com cabos entre as mãos. Acreditamos que ele tenha retirado os equipamentos de vigilância”, contou Janderson Lube.

O fato aconteceu no dia 16, o sábado em que Milena foi enterrada em Fundão. Hilário não participou do enterro. Somente dias depois a polícia conseguiu um mandado de busca e apreensão para entrar no apartamento de Milena, mas nada foi localizado.

DIONATHAS e BRUNO ISOLADOS

A defesa de Dionathas Alves Vieira, acusado de atirar na médica Milena Gottardi, e de Bruno Rodrigues Broetto, que teria roubado a moto utilizada por Dionathas no dia do crime, afirmou, no fim da noite desta terça-feira (16), que o policial civil Hilário Frasson, e um dos intermediários, Valcir da Silva Dias, tentaram intimidar Dionathas no intervalo da primeira audiência sobre o caso.

Nesta quarta (17), por conta da intimidação ocorrida nesta terça, o juiz, atendendo ao pedido da defesa, também determinou o isolamento de Dionathas e Bruno dos demais acusados. Dentro do salão do Fórum, a determinação é que eles fiquem distantes.

"Isso foi lamentável. Ontem (terça) o Dionathas relatou que teria sofrido uma ameaça do Hilário, que teria proposto a ele trocar de advogado. Porque o advogado estava atrapalhando o interesse deles, e que ele (Hilário) iria pagar outro advogado para o Dionathas. Para que com essa mudança de defesa ele pudesse tirar todas as acusações contra os demais acusados, e em troca Hilário daria dinheiro para a família dele", contou Leonardo da Rocha Souza, advogado de Dionathas e Bruno.

O advogado também fez questão de destacar que o primeiro dia de audiências foi bastante positivo para os seus clientes.

"Na visão da defesa foi um dia muito proveitoso, esclarecedor. Para o Bruno foi a oportunidade de esclarecer aquilo que a gente já vinha dizendo, que é a ausência de provas objetivas da participação e da ciência ao crime. As provas são fracas. Para o Dionathas veio também confirmar que ele tem colaborado desde o início para o esclarecimento dos fatos", comentou.

PRÓXIMOS PASSOS

O restante das audiências serão realizadas nos dias 30 e 31 de janeiro. No primeiro dia, serão chamadas as pessoas apontadas pelas defesas dos denunciados como mandantes do assassinato da médica: Hilário Frasson e o pai dele, Esperidião Frasson.

Na lista de testemunhas convocadas pelo advogado de defesa Hilário, Homero Mafra, foram intimadas 13 pessoas, entre elas um desembargador aposentado, dois assessores de desembargador, o chefe da Polícia Civil do Espírito Santo, Guilherme Daré, e um padre da Igreja Católica, José Pedro Luchi.

Já no dia 31 de janeiro, devem comparecer as testemunhas apontadas pela defesa de Hermenegildo Palauro Filho, conhecido como Judinho, e Valcir da Silva Dias, ambos acusados de serem intermediários do crime. As audiências para ouvir as testemunhas de defesa de Dionathas e Bruno Rodrigues Broetto, acusado de ter roubado a moto do crime, ainda não foram marcadas.

Durante as audiências de instrução do processo, são ouvidas testemunhas, ocorre o interrogatório do réu e, se for o caso, são apresentadas as alegações finais. Após essas audiências, o juiz vai analisar e pode ou não decidir se pronuncia ou não o acusado, ou seja, se ele vai ou não a júri popular. Quando o juiz decide pela pronúncia, ele não está decidindo se o réu é ou não culpado, mas se há indícios de autoria do crime.

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