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Sobrevivente após saber da prisão de Dondoni: 'Graças a Deus'

Sobrevivente após saber da prisão de Dondoni: 'Graças a Deus'

Dondoni se entregou à polícia nesta sexta-feira (30), na presença de um advogado, após ficar há mais de vinte dias foragido

Publicado em 1 de dezembro de 2018 às 00:26

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Nove anos depois do acidente, Ronaldo espera o julgamento do empresário Dondoni. (Marcelo Prest)

O cabeleireiro Ronaldo Andrade, o único sobrevivente da tragédia na BR 101, em Viana, em que os dois filhos, Rafael Scalfoni Andrade e Ronald Costa Andrade, e sua esposa, Maria Sueli Costa Miranda, morreram, em abril de 2008, recebeu com alívio a notícia da prisão do empresário acusado pelo acidente. "Graças a Deus", desabafou. Dondoni se entregou à polícia nesta sexta-feira (30), na presença de um advogado, após ficar mais de vinte dias foragido.

Após o julgamento que aconteceu no início deste mês, no qual o empresário foi condenado a 24 anos e 11 meses de prisão, a expectativa de Ronaldo era de que o empresário fosse preso. “É um alívio receber esta notícia”, acrescentou Ronaldo.

A preocupação do cabeleireiro era de que, durante o período de fuga, Dondoni pudesse causar outro acidente. “Não gostaria que ninguém vivenciasse a mesma experiência. Estou mais tranquilo”, relatou.

Após a prisão de Dondoni, sua meta agora é começar a viver. Desde que sua família foi morta, Ronaldo fez questão de manter a casa intacta.

Em diversas entrevistas relatou que esperava concluir um ciclo, ver a Justiça sendo feita, para ter condições de prosseguir com sua vida. “Agora, respirando mais aliviado, posso finalmente tocar a minha vida”.

A PRISÃO

Dondoni no momento em que se entregou à polícia. (Gazeta Online )

Dondoni, que foi preso nesta sexta-feira (30), deu entrada na Penitenciária de Segurança Média I, em Viana, por volta das 19 horas, de acordo com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus).

O mandado de prisão de Dondoni foi expedido no dia do julgamento, mas desde então, as informações eram de que a Superintendência de Polícia Prisional (SPP) e os setores de inteligência das Polícia Civil e Militar realizavam diligências para localizá-lo. 

De acordo com a defesa do empresário, o advogado Rogério Pires Thomaz, Dondoni não tinha a intenção de fugir e que não se entregou à Justiça de imediato devido a problemas de saúde. "Agora é uma decisão que a gente tem que compreender. É uma pessoa que psicologicamente não estava bem, que também tinha alguns problemas de saúde, que preferiu cuidar. Agora que controlou esse problema psicológico e de saúde, ele espontaneamente resolveu se entregar", disse.

A prisão de Dondoni foi decretada pelo juiz que presidiu o Tribunal do Júri, no Fórum de Viana, Romilton Alves Vieira Júnior. "Pelo exposto, decreto a prisão do acusado Wagner José Dondoni, ostentando natureza de execução provisória da pena de prisão em razão da condenação pelo Tribunal do Júri, determinando, assim, que o réu condenado, após ser devidamente preso, se recolha à prisão, onde deverá permanecer se pretender recorrer. O réu, após devidamente preso, deverá ser conduzido à Unidade Prisional competente a fim de cumprir a prisão decorrente da condenação pelo Tribunal do Júri, com os alertas às autoridades que deverão adotar todas as providências para a segurança do réu", diz a sentença do juiz Romilton Alves .

A CONDENAÇÃO

Dondoni não compareceu à audiência, que durou quase 15 horas no Fórum de Viana, e foi condenado pela maioria dos votos, mas pode recorrer da decisão. Ele responde pelos crimes de homicídio simples por ter causado a morte de Maria Sueli, e os filhos Rafael e Ronald, tentativa de homicídio, por Ronaldo Andrade, e uso de documentação falsa.

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O promotor do Ministério Público do Espírito (MPES) Fábio Langa Dias explicou que a condenação do juiz apontou dolo eventual, quando o acusado não tem a intenção de cometer o crime. “Foi muito argumentado aqui que ele não queria praticar o crime, mas o comportamento dele desde a saída de Guarapari, até o desfecho do acidente é um comportamento de assumir os riscos de morte”, disse.

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