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Repórter conta como é passar uma noite no Convento da Penha

Repórter conta como é passar uma noite no Convento da Penha

Reportagem passou a noite no santuário, ponto turístico mais famoso do Estado, e frades explicam como é moral no local

Publicado em 8 de março de 2020 às 20:49

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Vista do alto do Convento da Penha, em Vila Velha. (Carlos Palito/TV Gazeta)

Por Luanna Esteves

“Alô, frei Paulo Roberto? Aqui é Luanna Esteves, sou repórter do Em Movimento da TV Gazeta. Nós queremos fazer uma reportagem dormindo aí no Convento da Penha, é possível?” Imagine você que o guardião recebeu essa ligação com certo estranhamento, já que não é um pedido muito comum. Mas semanas (e alguma insistência) depois, estávamos eu e o repórter cinematográfico Carlos Palito subindo a escadaria do Convento com uma malinha para passar a noite no ponto turístico mais importante do Espírito Santo. Confira abaixo nossa experiência no lugar.

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  • 01

    Boas-vindas

    “Paz e bem. Sejam bem-vindos!” Com a saudação franciscana, o guardião do Convento, frei Paulo Roberto, nos recebeu, indicando o que veríamos: uma vida simples e dedicada a servir. Passando pela porta de acesso restrito ao grande público, começamos a experiência de desvendar as curiosidades da construção e do hábito dos moradores de uma das construções mais queridas do Estado. “Nós temos o privilégio de morar na casa da mãe de todos os capixabas, a Nossa Senhora da Penha, e é um prazer dividir esse privilégio com vocês”, disse ele.

  • 02

    "Causos"

    Além do guardião, mais cinco frades moram no Convento: frei Pedro Engel, frei Paulo César, frei Pedro Oliveira, frei Alessandro e frei Luiz Flávio. Quando chegamos, já passava das 20h. Como não havia missa noturna, a maioria já estava dormindo. Mesmo assim, fomos recebidos com bolo, queijo, café e vinho. Sentados à mesa, compartilhamos histórias e ‘causos’ sobre o Convento, a paixão pelo Estado e pela fé. Uma coisa me garantiram, entre risadas: “Pode ficar tranquila porque, diferente do que alguns teorizam, aqui não tem fantasmas”.

  • 03

    O dia a dia

    A vida dos frades é muito discreta. Não à toa, não foi muito fácil conseguir o pernoite para a reportagem. Mas é também uma vida muito simples. “Temos uma rotina normal. Realizamos nossos compromissos com responsabilidade, mas também temos nosso tempo livre. Eu, por exemplo, gosto de ver uma novelinha, papear e também ir à praia”, contou frei Pedro Engel, de 82 anos, conhecido como o frei do stand up paddle.

  • 04

    Acomodações

    Com seu típico bom humor, fazendo piada, frei Pedro foi me apresentando às acomodações da casa. Biblioteca, capela, refeitório, lavanderia, cozinha, sala de convivência, sala de TV. A rotina é compartilhada nas responsabilidades, seja na organização do espaço, na escala da missa ou confissões. 

  • 05

    A Casa Verde

    Cada frei tem o seu quarto, e no total, são oito, para frades de outros Estados ou países que estejam em visita ou fazendo algum trabalho pela região. Quando fomos, todos os quartos “de cima” estavam ocupados. Dormimos, então, na Casa Verde, que fica aos pés do Convento. Essa é uma hospedaria para familiares dos frades quando fazem visitas ou para casos em que algum frei esteja em repouso ou tratamento de saúde e não possa subir todas as escadas.

  • 06

    Paixão de mineiro

    Quando fomos, compartilhamos o espaço com os sobrinhos do frei Paulo Roberto que estavam visitando a cidade. Enquanto tomávamos sorvete de sobremesa, o guardião, que é mineiro, contou que lembra quando se apaixonou pela possibilidade de vir morar e servir no Espírito Santo: “Todo mineiro gosta de praia, né? Quando cheguei aqui em cima e vi essa vista incrível da baía da Grande Vitória, logo soltei um ‘eita lagão bão pra criar pato. É aqui que eu fico’”, brincou.

  • 07

    Despertar

    A Casa Verde está reformada e tem uma boa estrutura com o necessário e não mais que isso. Os quartos têm cama, armário e ventilador. A noite foi tranquila, mas curta. Às 4h30, estavámos de pé para acompanhar o guardião que desperta cedo para abrir as portas e celebrar a primeira missa. “O guardião é aquele que serve, como uma mãe faz. Mas esse não é o meu caso porque não sou tão virtuoso assim”, brinca frei Paulo Roberto, completando: “Mas sou sempre o primeiro que acorda e o último que vai dormir”.

  • 08

    Café da manhã

    O cafezinho matinal é sempre missão do frei Pedro, que garante ter o melhor café para começar bem o dia, logo após a oração matinal dos freis. Na mesa de café da manhã, pães, geleias, manteiga, leite e suco light.

  • 09

    Amanhecer e primeiras missas

    Nos dias de semana, o despertador toca às 4h30, quando a primeira missa é às 6h. Mas aos domingos, quando a primeira missa é às 5h, antes das 4h tudo já tem que estar pronto. Mas não achei que o horário traz pesar. “É uma honra! A gente vê a cidade acordar daqui de cima, vê as cores voltarem do desmaio”, comenta o guardião.

  • 10

    Quando o dia acaba

    O que acontece quando se fecham as portas do principal ponto turístico do Estado? Os frades vão viver uma rotina bem gente como a gente, com a exceção de algo único que têm: uma paisagem 360º arrebatadora, que faz todo capixaba ser divino por sua natureza.

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