Publicado em 7 de setembro de 2019 às 22:37
Os olhos marejados ao pisar no aeroporto de Vitória traduzem a mistura de sentimentos: a tristeza de ter que sair do seu próprio país para sobreviver, a saudade dos familiares que ficaram, mas também a esperança de ter uma vida mais digna com esse recomeço no Espírito Santo.>
A CBN acompanhou a chegada ao Estado de três refugiados da Venezuela que foram contratados por uma empresa de vendas de colchão de Vila Velha, na Grande Vitória.>
Eles trouxeram as famílias. Um grupo de seis adultos e sete crianças, que estava em Roraima, desembarcou na manhã desta terça-feira (03), no Aeroporto de Vitória.>
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Eles fazem parte da Operação Acolhida, do Exército Brasileiro, que apoia os venezuelanos que chegam ao Brasil, fugindo da crise econômica e da instabilidade política no país vizinho.>
Em Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, eles receberam abrigo e refeições. Como manifestaram interesse em permanecer no Brasil, o Exército encontrou essa empresa em Vila Velha que quis contratá-los.>
A reação deles ao chegar em Vitória emocionou a todos, inclusive o representante da empresa que foi ao aeroporto buscá-los. José Gregório, de 46 anos, que é marceneiro e saiu da Venezuela há oito meses, chegou na área de desembarque chorando com a esposa e os dois filhos.>
"Estou emocionado e muito alegre. E grato por conhecer esse Estado que conhecia pela internet e é muito lindo", comentou.>
Os venezuelanos trazem na bagagem histórias de muito sofrimento. Nancy Cibeles, de 21 anos, se mudou para o Espírito Santo com o marido e três filhos e chora ao se recordar da fome que enfrentou na Venezuela. "A situação estava bem difícil, escola para minha filha... A alimentação, também, que estava cara, aumentou mais, para comprar tudo que ela precisa, como livros, material escolar, remédios quando estava passando mal, carro para chegar na escola... Passávamos muita necessidade", lembra.>
Uma das sócias da empresa que deu emprego para os venezuelanos é a Glenda Amaral, que descobriu o projeto do Exército através de um conhecido. Ela movimentou amigos e familiares e conseguiu doação de roupas e móveis para os 13 que desembarcaram no Espírito Santo. "São pessoas que tem currículos muito bons, que são bons profissionais e estão lá à mercê. Estão na rua, morando na rua e precisando de ajuda", afirmou Glenda.>
O grupo de venezuelanos, a princípio, vai morar junto em uma casa alugada. O primeiro mês de aluguel é pago pelo governo Federal. Hoje foi só o primeiro dia deles no Espírito Santo, mas os nossos irmãos venezuelanos já estão empolgados com essa vida nova em terras capixabas. Principalmente as crianças. "O Espírito Santo é muito bonito. Tem praia, igreja, montanha", se impressiona a Camila, de 7 anos, filha de José Gregório.>
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