Na segunda-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) prometeu, durante a inauguração da duplicação de um trecho de 47 quilômetros da BR 116, na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, que acabaria com os "radares móveis" utilizados pela Polícia Rodoviária Federal nas rodovias federais do país em breve. "É só eu determinar à Polícia Rodoviária Federal que não use mais", disse ao ser questionado.
Em entrevista ao Gazeta Online, o inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Valdo Lemos, explicou que até o momento não há qualquer recomendação ou orientação para que os aparelhos deixem de ser utilizados pelos agentes.
"Em relação à declaração, nosso órgão, oficialmente, segue trabalhando com esses aparelhos. Não há nenhum impedimento no momento. Houve a fala e tem que se aguardar qual mecanismo legal será utilizado para não se utilizar esses radares. Hoje, nós estamos utilizando e nossa expectativa é continuar fazendo o trabalho com os mesmos. Não houve nenhuma comunicação oficial para que paremos de utilizá-los", destacou.
Atualmente, a PRF dispõe de 10 radares móveis utilizados na fiscalização nas estradas. O inspetor ressaltou a importância dos mesmos e aproveitou para distinguir os diferentes tipos de equipamentos existentes.
"São 10 radares portáteis em utilização pela Polícia Rodoviária Federal, que são utilizados a qualquer momento nas rodovias federais do Espírito Santo. Mas é preciso explicar uma confusão que ocorre. Existem três tipos de radares: o fixo, que como o nome sugere, é aquele tradicional, cravado na pista. O móvel é quando se coloca o dispositivo sobre um veículo em movimento e afere a velocidade do veículo que vem no sentido contrário. E tem esse terceiro, que é o portátil, mas popularmente conhecido como móvel, que é o que está no centro das declarações do presidente. Este radar pode ser colocado em locais distintos, nesse caso o chamamos de estático, pois está fixado em um suporte ou tripé, e quando está na mão do agente a nomenclatura certa é portátil", detalha.
O inspetor alertou ainda para os riscos de se retirar esse aparelho, visto a necessidade contínua de fiscalizar e punir motoristas infratores. "Com o aumento do fluxo de veículos em circulação, crescimento anual da frota, todo e qualquer equipamento que auxilie o trabalho do agente é importante. Apenas o material humano não dá conta da fiscalização. Os equipamentos eletrônicos são imprescindíveis para auxiliar os policiais. O radar portátil é valioso, pois ele consegue flagrar a infração em qualquer ponto, como não ocorre com o estático, sendo que este necessita de toda uma burocracia e estudos para ser instalado, por exemplo. O portátil tem essa facilidade, claro que observando a sinalização do local e placas indicativas para que possamos fazer a utilização correta.
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