O pai do motoboy Kelvin Gonçalves, de 23 anos, que morreu após ser atingido por carros que disputavam racha na Terceira Ponte, ficou sabendo da morte do filho pelo noticiário, na manhã de quarta-feira (22). Ele contou, que em um primeiro momento, que não sabia quem eram as vítimas, mas havia ficado impressionado com a gravidade da batida.
O vendedor Cleber dos Santos, de 40 anos, disse que teve a confirmação de que as vítimas eram o seu filho e a namorada dele, a estudante Brunielly Oliveira, quando seguia para o trabalho.
Kelvin foi criado pelos avós maternos e pela tia, a cuidadora Maria Helena Gonçalves, de 52 anos, desde um ano e oito meses. "Eu criei ele com carinho, aquele amor de mãe. Eu não o gerei na barriga, mas no coração. Ele teve uma infância. Estudou, brincou, ele vinha pra roça final de semana para jogar futebol com os amigos. Era um menino doce, tranquilo. Ele tinha muitos sonhos e sempre falava que iria ser alguém e que eu teria orgulho dele, contou, pedindo por justiça.
VÍDEO REGISTROU ACIDENTE
De Cachoeiro de Itapemirim, aos 18 anos, Kelvin se mudou para a Grande Vitória. Até completar 23 anos, chegou a retornar para a cidade natal por um breve período. Entre idas e vindas, boa parte desse tempo morou na casa do barman Juatan Alves ,de 23 anos, que o considerava como um irmão. Há 15 dias ele e a namorada estavam no apartamento de Juatan no bairro André Carloni, na Serra.
Ele vinha, ficava com a mãe dele e depois voltava para morar no apartamento comigo. O quarto dele já estava separado e agora vai ficar lá vazio. Ele era a única pessoa que eu dividia apartamento, disse.
Kelvin foi criado pelos avós maternos e pela tia. O ensacador Marcos Freitas, 21 anos conviveu com ele desde pequeno e eles tinham um relacionamento de irmãos. Eles se viram pela última vez há treze dias, quando o motoboy esteve em Cachoeiro.
Pra mim, tudo que acontecer com os motoristas acusados de racha é pouco. Nem um milhão de reais vai trazer Kelvin e Brunielly de volta. Somos primos, mas pela convivência o chamava de irmão. A última palavra que tivemos foi que no sábado ele estaria aqui e pediu para eu ficar com Deus. Caí sentando e nem sabia como reagir quando fiquei sabendo que ele tinha morrido , desabafou.
O ENTERRO
O corpo do motoboy Kelvin Gonçalves dos Santos foi velado na igreja Assembleia de Deus da comunidade de Fruteiras Quente, distrito de São Vicente, zona rural de Cachoeiro de Itapemirim. O velório começou por volta das 23h da última quarta-feira (22). O enterro ocorreu por volta das 11h no cemitério da localidade.
Kelvin tinha uma irmã por parte de pai e deixa dois filhos: uma menina de um ano e oito meses e um menino de três meses de idade.
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