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Racha na Terceira Ponte: pai de motoboy soube de acidente pela TV

Racha na Terceira Ponte: pai de motoboy soube de acidente pela TV

Ele ficou impressionado com as imagens, mas ainda não sabia que Kelvin, o filho dele, era uma das vítimas; a caminho do trabalho, recebeu uma ligação com a informação da morte

Publicado em 23 de maio de 2019 às 17:13

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Cleber dos Santos recebeu uma ligação e ficou sabendo a vítima era o seu filho Kelvin . (Geizy Gomes )

O pai do motoboy Kelvin Gonçalves, de 23 anos, que morreu após ser atingido por carros que disputavam racha na Terceira Ponte, ficou sabendo da morte do filho pelo noticiário, na manhã de quarta-feira (22). Ele contou, que em um primeiro momento, que não sabia quem eram as vítimas, mas havia ficado impressionado com a gravidade da batida.

O vendedor Cleber dos Santos, de 40 anos, disse que teve a confirmação de que as vítimas eram o seu filho e a namorada dele, a estudante Brunielly Oliveira, quando seguia para o trabalho. 

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Saí para trabalhar e no meio do caminho a mãe dele me ligou e disse que ele tinha falecido. Foram sonhos interrompidos e a gente fica triste. Tudo por causa de bebida. Os outros motoristas estavam fazendo um racha e deu no que deu

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Kelvin foi criado pelos avós maternos e pela tia, a cuidadora Maria Helena Gonçalves, de 52 anos, desde um ano e oito meses. "Eu criei ele com carinho, aquele amor de mãe. Eu não o gerei na barriga, mas no coração. Ele teve uma infância. Estudou, brincou, ele vinha pra roça final de semana para jogar futebol com os amigos. Era um menino doce, tranquilo. Ele tinha muitos sonhos e sempre falava que iria ser alguém e que eu teria orgulho dele”, contou, pedindo por justiça.

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Isso não pode ficar impune, infelizmente nosso menino não sofreu um acidente, ele foi assassinado. As pessoas tem que entender que transito e bebida não combinam

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VÍDEO REGISTROU ACIDENTE

 

De Cachoeiro de Itapemirim, aos 18 anos, Kelvin se mudou para a Grande Vitória. Até completar 23 anos, chegou a retornar para a cidade natal por um breve período. Entre idas e vindas, boa parte desse tempo morou na casa do barman Juatan Alves ,de 23 anos, que o considerava como um irmão. Há 15 dias ele e a namorada estavam no apartamento de Juatan no bairro André Carloni, na Serra.

“Ele vinha, ficava com a mãe dele e depois voltava para morar no apartamento comigo. O quarto dele já estava separado e agora vai ficar lá vazio. Ele era a única pessoa que eu dividia apartamento”, disse.

Kelvin foi criado pelos avós maternos e pela tia. O ensacador Marcos Freitas, 21 anos conviveu com ele desde pequeno e eles tinham um relacionamento de irmãos. Eles se viram pela última vez há treze dias, quando o motoboy esteve em Cachoeiro.

O barman Juatan Alves, amigo que cedeu casa para Kelvin na Serra. (Geizy Gomes )

“Pra mim, tudo que acontecer com os motoristas acusados de racha é pouco. Nem um milhão de reais vai trazer Kelvin e Brunielly de volta. Somos primos, mas pela convivência o chamava de irmão. A última palavra que tivemos foi que no sábado ele estaria aqui e pediu para eu ficar com Deus. Caí sentando e nem sabia como reagir quando fiquei sabendo que ele tinha morrido ”, desabafou.

O ENTERRO

O corpo do motoboy Kelvin Gonçalves dos Santos foi velado na igreja Assembleia de Deus da comunidade de Fruteiras Quente, distrito de São Vicente, zona rural de Cachoeiro de Itapemirim. O velório começou por volta das 23h da última quarta-feira (22). O enterro ocorreu por volta das 11h no cemitério da localidade.

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Kelvin tinha uma irmã por parte de pai e deixa dois filhos: uma menina de um ano e oito meses e um menino de três meses de idade. 

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