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Professores do Ifes realizam chamadas por reconhecimento facial

Professores do Ifes realizam chamadas por reconhecimento facial

Aplicativo de inteligência artificial desenvolvido pelo Laboratório de Extensão em Desenvolvimento de Soluções (LEDS) do Ifes da Serra facilita e reduz o tempo da chamada

Publicado em 23 de outubro de 2019 às 16:09

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Professores do Ifes realizam chamadas por reconhecimento facial. (Fernando Madeira )

Diferente da tradicional lista de chamada em que o professor precisa falar nome por nome em ordem alfabética para averiguar se o aluno está presente, professores do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) implementaram um novo modo de conferir se o estudante foi à aula: o reconhecimento facial. Para isso, é utilizada uma tecnologia de inteligência artificial que facilita e reduz o tempo da chamada.

Tudo funciona através do aplicativo IAmHere, desenvolvido pelo Laboratório de Extensão em Desenvolvimento de Soluções (Leds) do Ifes, Campus Serra. Ele foi pensado por professores do laboratório e desenvolvido por quatro alunos do curso de graduação em Sistemas de Informação e curso técnico em Informática. A utilização teve início em abril deste ano.

O coordenador do projeto e professor de Engenharia de Software, Fabiano Borges Ruy, explica que o objetivo principal é otimizar o tempo do professor dentro da sala de aula. Mas, além disso,  o aplicativo armazena todas as informações, que podem servir para conferência posterior. “Uma chamada convencional que dura 3 a 5 minutos é reduzida para 20 a 30 segundos”, destacou.

Professor Fabiano Borges Ruy . (Fernando Madeira )

FUNCIONAMENTO 

O cadastro dos alunos pode ser feito com uma foto coletiva ou individual, tanto o aluno quanto o professor podem fazê-lo pelo aplicativo, precisando apenas do nome e o número de matrícula do estudante. A partir das fotos, o sistema é treinado com as faces dos alunos para posterior reconhecimento.

Durante as aulas, com o IAmHere aberto no celular, o professor pede que todos os alunos olhem para a câmera do dispositivo. Através da foto tirada, o aplicativo identifica quais partes da imagem são faces e depois as reconhece, comparando-as com as faces previamente cadastradas. Então, uma lista dos alunos presentes e ausentes é exibida para o professor. Após a chamada, cada aluno recebe uma notificação, que informa o registro de presença ou de ausência.

Atualmente, o aplicativo está sendo utilizado por dois professores em turmas de diversos tamanhos, chegando a até 40 alunos. Além disso, está sendo concluída a integração do aplicativo com o sistema acadêmico do Ifes, fazendo com que os registros de frequência sejam transferidos diretamente para o sistema oficial da instituição.

O estudante do quarto período do curso de graduação em Sistemas de Informação Renato Sant’Anna Lopes, de 24 anos, diz que o projeto reduziu muito o tempo de chamada dos professores que o utilizam.

‘Acho importante investir nesse tipo de projeto, existem professores com 50 alunos que demoram cinco minutos com a chamada, isso economiza tempo. O aplicativo é capaz de ajudar muitos professores, tenho interesse em vê-lo no mercado, ajudarei no que for preciso”, pontua.

EXPANSÃO 

O professor Fabiano explica que, inicialmente, o objetivo do projeto era dar início a vivência prática de alunos, mas a ideia deu tão certo que a intenção é ampliar a sua utilização dentro da instituição e fora dela.

Diversas aplicações similares podem ser desenvolvidas com a tecnologia de reconhecimento facial. Algumas outras utilizações seriam para a identificação e localização de funcionários em empresas, reconhecimento pela Polícia Civil e Militar de pessoas com mandado de prisão em aberto e que estejam circulando dentro de um ônibus ou sendo paradas em blitz. Além de ser usado para ajudar em algum tipo de incidente, por exemplo, se o setor de uma grande empresa pegar fogo, as pessoas devem seguir para um ponto de encontro. A solução reconheceria e informaria quem já chegou e quem ainda está na empresa.

“O IAmHere está bem focado em registro de frequência em sala de aula, onde as pessoas estão juntas e têm o interesse de serem identificadas. Esses outros exemplos podem se tornar reais por meio de outras aplicações da tecnologia utilizada”, pontuou.

LABORATÓRIO 

Segundo o professor de Engenharia de Software e coordenador do Leds, Rodrigo Fernandes Calhau, o laboratório foi criado em 2012 para proporcionar ao aluno uma vivência mais prática dos conteúdos de sala de aula.

Lá eles desenvolvem projetos reais, com prazos, clientes, cobranças e riscos. Inicialmente no campus Serra, ele se ampliou para o Ifes de Colatina, Santa Teresa e Guarapari. Além do aplicativo IAmHere, o Leds conta hoje com mais cinco projetos.

“O Leds é um programa de extensão focado em atender demandas externas, desenvolvemos soluções junto aos alunos para o governo e empresas. O IAmHere foi o primeiro projeto em que a demanda partiu de dentro do campus”, explicou.

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Rodrigo Fernandes Calhau . (Fernando Madeira )

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