Publicado em 24 de agosto de 2018 às 01:35
A população da Grande Vitória convive com o medo e a incerteza do comportamento de moradores de rua que fazem uso de drogas e álcool. Além disso, se manter no mercado tem sido uma batalha diária para os comerciantes que, além da crise econômica, estão tendo que enfrentar outro problema: os arrombamentos durante a madrugada.>
Na Praia do Canto, em Vitória, por exemplo, as lojas são furtadas constantemente por usuários de droga. A reportagem flagrou, inclusive, pessoas fumando crack em uma calçada do bairro. A gente não consegue distinguir entre os moradores de rua quem é usuário ou não de droga. Mas aqueles que são usuários arrombam as lojas com muita agilidade. Eles pegam o que veem pela frente para comprar droga, explicou o presidente da Associação dos Moradores e Comerciantes da Praia do Canto, César Saade.>
Ainda segundo ele, não são quadrilhas especializadas que fazem esse tipo de arrombamento porque o bandido rouba apenas o que vê pela frente. Eles não fazem uma limpa e sabem que as lojas têm alarmes. A ação é tão rápida que quando a equipe de monitoramento chega, já foram embora. Tem uns que roubam pouca coisa, mas levam produtos caros. Não tem como dimensionar o prejuízo.>
Basta ter um cliente no estabelecimento que moradores de rua aparecem para pedir esmola, segundo o empresário Henrique Lima Zimmer, que há três anos tem uma sorveteria na Praia do Canto. A presença deles, de acordo com Henrique, acaba afastando a clientela.>
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Os clientes ficam com medo e isso desanima. A gente não vê nada acontecer para amenizar essa situação. Na verdade, esse ano eu reparei um aumento de moradores de rua pelo bairro.>
Na Praia da Costa, em Vila Velha, também há registro de arrombamentos de lojas, segundo o diretor da associação de moradores, Sebastião de Paula. Ele diz que os usuários de droga também levam cabos de cobre e até portão se o imóvel estiver abandonado.>
A população sente medo porque não sabe do passado dessas pessoas. Não sabíamos que o morador de rua que arremessou um vergalhão matando uma empresária, em maio, tinha um histórico na polícia, disse.>
Apesar de Itaparica, também em Vila Velha, não ter tantos moradores de rua, o presidente da associação de moradores, Adroaldo Lopes, explica que o medo é generalizado. Hoje infelizmente vários são usuários de crack. Quando eles estão sob efeito de entorpecentes, são muito agressivos e isso dá medo na população.>
Já no Centro da Capital, os moradores de rua se concentram na região da Vila Rubim, do Parque Moscoso, da Praça Costa Pereira e da Praça Ubaldo Ramalhete. Essa é uma realidade que nos dá angústia. Mas tem muitos moradores do Centro que se preocupam com essas pessoas e querem ver o bem delas, diz o presidente da Associação dos Moradores do Centro, Lino Feletti>
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