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Prefeitura promete obra para acabar com erosão na Curva da Jurema

Prefeitura promete obra para acabar com erosão na Curva da Jurema

Até julho, a prefeitura fará intervenção que vai aumentar faixa de areia

Publicado em 5 de fevereiro de 2019 às 02:34

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Erosão na areia da Curva da Jurema formou barranco. (Vitor Jubini)

Quem tem aproveitado o verão em Vitória já percebeu: a erosão “engoliu” as areias da Curva da Jurema e o espaço para fincar o guarda-sol está restrito. Desde o ano passado a prefeitura tem retirado a areia da Praia de Camburi e levado para a Curva, na expectativa de atrasar o avanço do mar, mas os dias passam e a destruição causada pela erosão só piora.

Um projeto mais robusto, o de engordamento artificial – que consiste, a grosso modo, em aumentar a faixa de areia – está aberto para licitação e foi aprovado ontem pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente Vitória (Condema). A previsão é que a obra comece a ser executada ainda no primeiro semestre deste ano e dure 45 dias. A prefeitura não informou o custo da intervenção. Para especialistas, a obra resolve o problema por pelo menos dez anos.

Enquanto isso, segundo o coordenador de monitoramento costeiro da Prefeitura de Vitória, Paulo Rodrigues, o que está sendo feito na Curva da Jurema é a manutenção da faixa de areia, uma solução paliativa.

Ele explica que o serviço é necessário no verão para o lazer dos banhistas e também para proteger os quiosques.

“O que estamos fazendo é a reposição da faixa com areia que se acumulou em outros lugares. Essa areia está em outro ponto da própria Curva da Jurema e em Camburi. Isso é usado no mundo todo, o remanejo de areia para os lugares que têm déficit. Essas regiões, muito dinâmicas, não devem ser ocupadas, mas como foram feitos aterros, esse trabalho é necessário”, explicou.

A professora do curso de Oceanografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Jacqueline Albino explica porque praias de aterro sofrem com erosões.

“A curva da Jurema, assim como várias praias de Vitória, foram construídas em partes aquáticas. Foi aterro sobre o mar. E toda praia artificial feita dessa forma leva um tempo para alcançar o equilíbrio depois dessa intervenção. Essa retirada de sedimentos que o mar provoca busca o equilíbrio que não foi alcançado”, diz.

A oceanógrafa afirma que a solução para o local é, de fato, um engordamento robusto da faixa de areia. No entanto, a ação deve ser replicada com frequência a cada dez anos. A construção de um muro ou um píer no local – solução mais definitiva – não é adequada, segundo a pesquisadora, pois não seria compatível com o uso recreativo da praia.

Faixa de areia está reduzida, restringindo espaços. (Vitor Jubini)

“Se é uma área de recreação, ela precisa de areia. Se você quer conciliar a recreação com a proteção da zona costeira, a melhor alternativa é fazer o engordamento artificial e não usar concreto”, afirmou.

A especialista reitera que, para funcionar, o engordamento artificial deve ser feito com muito cuidado e com o grão de areia adequado. Senão, há o risco de a obra não durar o tempo previsto.

“Você não pode jogar qualquer tamanho de grão de areia na praia porque as correntes vão tentar manter ali ou levar embora. Tem que ser testado o tamanho do grão que será duradouro para a praia”, esclarece.

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