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Número de casos de chikungunya é o maior dos últimos 4 anos no ES

Número de casos de chikungunya é o maior dos últimos 4 anos no ES

De janeiro a julho de 2019, foram 1497 notificações da doença. De acordo com a SESA, a tendência é que as notificações tenham uma redução nos próximos meses, pelo fato do período sazonal do inverno ser menos propício a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença

Publicado em 30 de julho de 2019 às 22:39

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Larva do mosquito aedes aegypti analisada no Centro de Vigilância Ambiental da Prefeitura de Vitória . (Vitor Jubini)

O número de casos de chikungunya no Espírito Santo não pára de crescer. De janeiro a julho de 2019, foram 1.497 notificações da doença segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SESA). É o maior número para o período desde 2016. No mesmo período de 2018, foram registrados 852 casos, o que corresponde a um aumento de 76% neste ano. De acordo com a SESA, a tendência é que as notificações tenham uma redução nos próximos meses, pelo fato do período sazonal do inverno ser menos propício a proliferação do aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.

Dos municípios da Grande Vitória, a Capital foi a que mais registrou notificações da doença, com 216 casos de janeiro a julho, já ultrapassando o número de notificações de todo o ano de 2018, que foi de 194. Logo atrás vem Vila Velha, com 195 casos de janeiro a julho de 2019. O bairro de Cobilândia é o que registrou o maior número de notificações: 45, segundo a prefeitura.

Número de casos de chikungunya é a maior dos últimos 4 anos no ES

A reportagem da CBN Vitória esteve no local e não teve dificuldades em encontrar alguém que conhece ou que já teve chikungunya este ano. A comerciante Jandira Tristão, 67, é um exemplo dos muitos casos registrados no bairro. Além dela, o marido, filha, filho e nora também foram acometidos pela doença. “Dói muito, dói mais as articulações. O movimento do braço, dentro dos ossos, dói demais”, disse.

Moradora de Cobilândia, a comerciante Jandira Tristão foi acometida pela doença. (Fernando Madeira)

Bem próximo do comércio de dona Jandira encontramos o serralheiro Florentino Peterle e o aposentado Eli da Silva, moradores da rua Jacinto Admiral. Os dois tiveram a doença e também registraram casos na família, como relata Eli. “Eu, a esposa e o filho. A minha esposa a noite não dormia, de tanta dor. Praticamente todo mundo teve na vizinhança, meu irmão que mora na frente, outros vizinhos, todos”, disse.

Moradores da rua Jacinto Admiral, o serralheiro Florentino Peterle e o aposentado Eli da Silva tiveram chikungunya. (Fernando Madeira)

Em Cariacica, 69 casos foram notificados até o mês de julho deste ano. Já na Serra, a secretaria de saúde registrou 38 casos até o momento. (Confira a lista dos bairros com mais notificações da doença ao fim da matéria)

“ANO ATÍPICO”, DIZ SESA

Questionado sobre o que ocasionou o aumento acentuado de casos da doença, o coordenador do Programa Estadual de Combate ao Aedes Aegypti, Roberto Laperriere, disse que o ano de 2019 foi atípico, com mudanças climáticas que impactaram diretamente na proliferação do mosquito e, consequentemente, da doença.

“Além disso, temos uma grande parte da população suscetível a chikungunya. A gente nunca teve uma epidemia grandiosa da doença como Bahia já teve, como o Rio de Janeiro está passando no momento, então temos uma grande população que pode vir a contrair a doença. Isso favorece a gente ter esse aumento no número de casos de um ano para o outro”, disse.

Os sintomas da doença são parecidos com os da dengue, mas com algumas diferenças: febre, dores intensas nas juntas, pele e olhos avermelhados, dores no corpo, dor de cabeça, náuseas e vômito. Laperriere alerta que as dores causadas pela chikungunya podem se prolongar por meses e até anos.

“As dores articulares são um grande diferencial da chikungunya, elas são intensas, presentes em 90% dos casos e são dores persistentes, que podem acompanhar os pacientes por meses e até por anos. A chikungunya é uma doença extremamente debilitante e pode levar o paciente a ficar afastado por um longo tempo do seu trabalho, e isso gera uma preocupação maior do que só a questão de saúde”, explicou.

Apesar do crescimento no número de notificações da doença, não foram registrados óbitos por chikungunya em 2019, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde.

Os 10 bairros de cada município da Grande Vitória com mais casos da doença:

Vitória: Piedade, Conquista, Mata da Praia, Redenção, Parque Moscoso, Santo André, Resistência, São Pedro, Nova Palestina e Jardim Camburi*

Vila Velha: Cobilândia / Nova Cobilândia (45), Jardim Marilândia (17), Rio Marinho (16), Vale Encantado (8), Coqueiral de Itaparica / Itaparica, Itapoã, Santos Dumont, Riviera da Barra (5), Guaranhuns, Alecrim, Zumbi dos Palmares, Barra do Jucu (4).

Cariacica: Alto Lage, Vista Mar (3), Flexal II, Bandeirante, Oriente, Santa Bárbara, Valparaíso, Vista Dourada, Novo Brasil (2).**

Serra: Nova Carapina I (7), André Carloni, Laranjeiras Velha, Carapina Grande (3), Hélio Ferraz (2), Feu Rosa, São Marcos I, Divinópolis, Lagoa de Jacaraípe, Cidade Pomar, Portal Jacaraípe, São Francisco, Jardim Limoeiro, Rosário de Fátima, Bicanga, Santo Antônio, Residencial Jacaraípe, Bairro das Laranjeiras, Barcelona, São Marcos II, Eldorado, Morada Laranjeiras, Vista da Serra I, Novo Horizonte, Manguinhos (1).

* Vitória não informou a quantidade de casos por bairro

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** Cariacica não listou os demais bairros por registrarem apenas uma notificação cada

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