Publicado em 8 de setembro de 2018 às 23:47
Eu não falo que tenho 92 anos, eu digo que tenho 29, brinca o eletricista aposentado Theodoro Effgen ao iniciar a entrevista. Do alto da sua nona década de vida, ele realmente parece ter 29 anos na disposição, sobretudo para auxiliar nas atividades do Convento da Penha, das quais participa intensamente.>
Todos os dias, acorda cedo, por volta de 5h, para participar da primeira missa na histórica capela. Além da fé e da paixão por servir a Deus, leva consigo outro hobbie: a música. Há mais de 20 anos, acompanha os solistas na missa tocando bandolim, um instrumento de cordas de origem italiana.>
Nascido em Guarapari, ele mora em Vila Velha desde 1938, quando já começou a frequentar o santuário esporadicamente. Quando eu me aposentei, comecei a vir mais ao Convento e passei a colocar os meus dotes a serviço de Nossa Senhora da Penha. Um grande amigo me convidou para que a gente viesse todos os dias e desde então a gente vem. No começo era a pé mesmo, agora, com a idade, não dá mais, mas nós não ficamos sem vir, conta.>
Casado há 68 anos, pai de um filho, avô quatro vezes e com cinco bisnetos, é no santuário do alto de um penhasco de 154 metros de altura o local onde Theodoro mais se sente bem.>
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Perguntado sobre quais os motivos para tamanha devoção, ele é simples na resposta. A graça da vida já é uma grande coisa para a gente agradecer todos os dias. Se estou aqui nessa idade, é porque Nossa Senhora está me trazendo.>
A minha devoção a Maria é grande porque a considero como a nossa advogada, por isso acredito que temos que prestar homenagens e louvores a ela, afirma.>
Theodoro conta que aprendeu a tocar o bandolim ainda na infância. Na juventude, estudou sobre o instrumento e fez aulas de música. Hoje, já íntimo das cordas, ele toca, além do Convento, em outras igrejas, como na Catedral e nas paróquias Bom Pastor, São Francisco de Assis, e Nossa Senhora de Guadalupe. Nós temos um calendário para atender a esses locais, conta.>
E engana-se quem pensa que Theodoro, pela força da idade, quer parar. Como devoto de Nossa Senhora, eu faço tudo isso em louvor a ela e ao nosso Redentor. E quero continuar fazendo isso durante a minha vida enquanto eu existir e puder fazer, afirma, ao completar que é uma atividade que o mantém ativo e feliz. Eu fico muito feliz por fazer esse trabalho. Mas eu não faço só pela minha alegria, mas também para louvor a Deus.>
Como homem de fé e da música que é, ele indicou outro, o solista José Jerônimo da Natividade, como capixaba que merece destaque, alguém que considera um irmão, que o incentivou na obra de Deus. Assim como Theodoro, Jerônimo, aos 73 anos, também canta e faz a liturgia no Convento.>
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