A interdição de um dos acesso ao Parque Municipal Barão de Monjardim, em Vitória, com a construção de um muro, tem gerado polêmica entre as comunidades de Santa Cecília e Santos Dumont.
De acordo com o líder comunitário Wesley Ferreira, de Santos Dumont, o acesso entre o seu bairro e o de Santa Cecília, pelo interior do parque, existe há mais de 60 anos, e é anterior à construção do parque. "A comunidade sempre usou aquele caminho para ir para escola e até para ir trabalhar", relata.
Há cerca de um ano a situação mudou com a construção de um muro que fechou totalmente a passagem. "Na época, participei de uma reunião em que ficou acordado que o acesso seria fechado para carros e motos, mas que seria mantido um portão para que os pedestres pudessem transitar. Mas, para nossa surpresa, foi construído um muro, sem portão, impedindo a passagem dos moradores de Santos Dumont", conta.
Com o fechamento da passagem, os próprios moradores arranjaram uma solução alternativa. Criaram um outro caminho por dentro da mata que existe no entorno. "O que é muito mais arriscado. Já houve casos de pessoas que quebraram até a perna. Isto é um desrespeito com a nossa comunidade. Entendemos a preocupação deles com segurança, mas queremos o direito de ir e vir respeitado", assinala Wesley.
O parque tem três acessos para as comunidades de Santa Cecília, Santos Dumont e Bairro de Lourdes. O único que foi fechado com um muro é o que dá acesso ao bairro Santa Cecília. As lideranças comunitárias de Santa Cecília não foram localizadas para se manifestarem sobre o assunto.
Após uma reunião realizada na tarde desta quinta-feira (1O) na Prefeitura de Vitória, as comunidades aceitaram um acordo na presença do secretário de Cidadania e Direitos Humanos, Bruno Toledo. Ficou acertado que no lugar do muro será instalado um portão que permitirá apenas a passagem de pedestres. O acesso estará disponível dentro do horário de funcionamento do Parque Barão de Monjardim, das 5 horas às 22 horas.
Também vão ser instaladas câmeras de videomonitoramento no local, a pedido das comunidades. "Havia uma preocupação com a segurança e a transformação do acesso em rota de fuga, mas explicamos que não podemos generalizar, porque nem todos os que transitam pelo local o estão utilizando para a prática de algum tipo de crime. São trabalhadores e estudantes que usam o acesso", ponderou o secretário.
Segundo Toledo, houve um entendimento de que o muro não foi feito para separar comunidades. "O parque pertence e é utilizado pelas comunidades. Mas como todos os parques da cidade, ele também possui horário de funcionamento e o portão tem essa função", explica Toledo.
De acordo com o secretário, o outro acesso ao parque não recebeu a instalação de um portão por ser monitorado por vigilantes durante todo o dia. Nas próxima semanas vão ser realizadas reuniões para definir o tipo de obra a ser realizada no local para permitir a instalação de um portão somente para pedestres, sem acesso a motos.
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