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Médicos esclarecem: vacinas contra podem ser tomadas no mesmo dia

Médicos esclarecem: vacinas contra podem ser tomadas no mesmo dia

Esta é uma dúvida muito comum entre as pessoas que buscam vacinação nos postos de saúde e rede particular

Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 15:21

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Vacinas. (Divulgação)

Conteúdo originalmente publicado em 03/2017

As vacinas contra febre amarela e vírus da gripe podem ser tomadas no mesmo dia. Esta é uma dúvida que atinge muitas pessoas que buscam postos de saúde e rede particular em busca de vacinação. O médico infectologista Paulo Peçanha entrou em contato com a reportagem para fazer o esclarecimento: "As vacinas podem ser tomadas no mesmo dia, mas em braços diferentes. Não é preciso ter um intervalo entre elas."

O especialista enfatizou que a pessoa pode aproveitar a ida ao local de vacinação para se imunizar contra as duas doenças de uma só vez.

A infectologista Rubia Miossi destaca que apenas vacinas produzidas a partir de vírus vivo, por exemplo: febre amarela, sarampo e rubéola, não podem ser tomadas juntas no mesmo dia. Sendo o intervalo recomendado de 30 dias entre elas. Como a vacina de gripe é feita a partir de pedaços do vírus, que não estão vivos, pode ser aplicada com outras vacinas, ainda que as outras sejam de vírus vivos.

A médica faz uma ponderação. "Caso o paciente já tenha tomado vacina de febre amarela e esteja com algum sintoma, como febre, mal-estar ou mesmo sinais de gripe, ele deve aguardar a recuperação para depois tomar a outra vacina."

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) também enviou uma nota com a norma do Ministério da Saúde sobre a vacinação. 

Em menores de 2 anos de idade a vacina febre amarela não deve ser administrada simultaneamente com as vacinas tríplice viral, tetra viral ou varicela que também são constituídas por vírus vivos atenuados. Deve ser estabelecido o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses, salvo em situações especiais que impossibilitem manter o intervalo indicado.

Em maiores de 2 anos de idade a vacina febre amarela pode ser administrada simultaneamente com as vacinas tríplice viral, tetra viral ou varicela ou estabelecer o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses, salvo em situações especiais que impossibilitem manter o intervalo indicado.

Mito

A médica também ressalta que a hipótese de que a vacina contra a gripe possa causar gripe em quem tomá-las trata-se apenas de um mito, já que as doses não possuem vírus vivos. “O que pode acontecer é a pessoa já estar com o vírus incubado e, após tomar a vacina, ele se manifestar”, esclarece.

Para Rúbia, a chegada das doses antes do prazo convencional (que normalmente ocorre no final de abril) é muito bem-vinda em termos de prevenção. “Quando a vacina chega mais tarde nós perdemos a proteção que deve ser feita no início do outono, que é quando as temperaturas começam a mudar e as pessoas tendem a ficar em ambientes mais fechados, onde os vírus respiratórios circulam mais.”

Doses são de vacina trivalente

As vacinas da gripe, que começarão a ser disponibilizadas pela rede pública em abril são do tipo trivalente, garantindo proteção contra três tipos de vírus da gripe: H1N1, H2N3 e Influenza B. Já a vacina mais abrangente - que inclui ainda mais um tipo do vírus Influenza B e, por isso, é chamada de quadrivalente - é oferecida apenas em clínicas particulares.

Segundo a presidente da Comissão de Revisão de calendários e Consensos da Sociedade Brasileira de Imunização, Isabella Ballalai, a vacina quadrivalente representa uma evolução e deverá ser cada vez mais usada no futuro. Mas, como ainda são necessários estudos de custo e benefício, não há previsão para que o Ministério da Saúde passe a ofertá-las.

“A trivalente é muito boa e as pessoas não devem deixar de tomá-la. Mas, se você pode pagar por uma vacina, é melhor tomar a quadrivalente”, aconselha.

Perguntas e respostas

Gripe e resfriado são a mesma doença?

Não. Ambos são causados por vírus, mas o resfriado é mais leve, pode ser mais curto e nele as pessoas têm espirros, nariz irritado e no máximo tosse. Não há febre ou sensação de corpo mole. Já a gripe é uma doença que atinge o corpo todo. O vírus fica não só nas vias respiratórias, podendo também atingir o pulmão. Entre os sintomas estão febre e dor de cabeça e complicações podem levar à pneumonia. Em casos mais graves pode haver internação e até mesmo a morte. No caso da gripe sempre ocorre febre.

Como a gripe é transmitida?

A gripe é transmitida através de gotículas de secreção veículadas pela tosse, espirro ou mesmo conversa com alguém infectado. Por isso, uma boa dica é manter ambientes abertos e ventilados. Quem estiver tossindo ou com coriza deve evitar transmitir a secreção higienizando as mãos. Usar álcool em gel e ter cuidado ao tocar em superfícies, como maçanetas e balcões, também são ações preventivas.

Antigripal cura a gripe?

Não, mas melhora os sintomas. Eles dão um conforto maior. Mas as pessoas não devem se automedicar, especialmente quando há febre. A gripe tem remédio próprio (é tratada com antiviral) e que funciona se tomado logo no início.

Qual a eficácia da vacina contra gripe?

É de 80% em média. Mas à medida que mais pessoas se vacinam, mais a comunidade estará protegida. E com a vacina, mesmo que a gripe se manifeste, será de forma mais leve.

Quando a vacina começa a fazer efeito?

Cerca de duas semanas depois da aplicação da dose.

Quem pode ser vacinado?

Todas as pessoas a partir dos seis meses.

Pode haver reações à vacina?

É mais comum que haja uma reação local, como vermelhidão. Dor no corpo ou febre nas primeiras 24 horas também podem acontecer, mas são incomuns.

A vacina contra gripe pode causar gripe?

Não. A vacina contra gripe é uma vacina inativada e fracionada, o que significa que os vírus estão mortos e replicados, não podendo se reproduzir dentro do organismo das pessoas vacinadas. O que pode ocorrer é a pessoa já estar com o vírus e ele se manifestar após o dia da vacinação.

Existem grupos prioritários para receber a vacina?

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Sim, determinados grupos de risco cujas complicações secundárias da gripe são mais comuns e graves possuem preferência na vacinação. São eles: idosos a partir dos 60 anos; cardiopatas; indivíduos com problemas pulmonares; diabéticos; indivíduos com Aids, pacientes renais crônicos; gestantes a partir do 3º mês; profissionais de saúde; contactantes com indivíduos de risco, para que estes não sejam transmissores da doença para seus familiares. 

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