Publicado em 15 de junho de 2018 às 23:09
Quase 60% dos capixabas com mais de 25 anos inscritos no CadÚnico não completaram nem o ensino fundamental. Os dados são do relatório Perfil da Pobreza no Espírito Santo, do Instituto Jones dos Santos Neves, relativos a 2017. Nas regiões Serrana e do Caparaó capixaba a situação é mais crítica: mais de 70% não finalizaram a primeira etapa da educação formal.>
É também nessas regiões onde as pessoas estudaram por menos tempo: uma média de 4,8 anos, enquanto a média estadual, também baixa, não chega aos 6 anos.>
No Estado, a parcela da população com o ensino médio completo uma escolaridade que permite acesso a melhores ocupações no mercado de trabalho é de apenas 21,9%.>
Para a professora e doutora em Educação Cleonara Schwartz, os números mostram que a política educacional ainda não dá conta de atender à parcela dos jovens que não concluíram os estudos na idade certa.>
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Ou a escola não deu conta de investir na permanência dessas pessoas na escola ou as condições de vida não foram propícias. Somado a isso, há uma oferta de Educação para Jovens e Adultos (EJA) que não é suficiente, explica.>
A especialista criticou ainda a modalidade de EJA semipresencial, onde o aluno tem aulas presenciais três dias na semana e estuda em casa nos outros dois. Essas pessoas precisam de um atendimento preferencial, presente, sistematizado. Depois de tanto tempo afastados, como vão seguir um estudo que é semipresencial?, pondera.>
SEDU NEGA FALTA DE VAGAS NA EDUCAÇÃO DE ADULTOS>
Diante dos números apresentados pelo Instituto Jones dos Santos Neves, o governo do Estado diz não tratar-se de falta de oferta de vagas. Na avaliação da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), o caso dos inscritos no CadÚnico sem ensino fundamental não é questão de vagas ofertadas na modalidade de Educação para Jovens e Adultos (EJA).>
Não é por falta de oferta. O perfil do CadÚnico pega as pessoas com a condição de renda muito baixa. É até esperado que tenham uma escolaridade mais baixa, disse a subsecretária de planejamento e avaliação da Sedu, Andressa Buss Rocha.>
A subsecretária avalia que possa haver falta de informação por parte dessas pessoas.>
Estamos fazendo esforço de busca ativa para atingir as pessoas que têm direito ao EJA. Acredito que seja um problema relacionado a falta de informação e também as condições familiares e de trabalho da pessoa, diz.>
Sobre o modelo de educação semipresencial, a Sedu afirmou que ele atende as especificidades dessa população.>
Podendo fazer as tarefas de casa dois dias na semana, a pessoa pode ficar mais próximo da família e do trabalho nem precisar abandonar o estudo, finalizou.>
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